quarta-feira, 30 de abril de 2008

Aluno expulso após agressão a auxiliar

Um aluno de 16 anos, do 8.º ano do curso de Educação e Formação na Escola 3.º Ciclo e Secundária Ruy Luís Gomes, no Laranjeiro, agrediu na passada quarta-feira, com um murro na cara, uma cozinheira após esta o alertar para comportamentos impróprios, como jogar à bola e gritar no bar da escola.


Na sequência da agressão, ao que o CM apurou junto de professores e auxiliares, o aluno foi expulso da escola e terá de ser transferido. A funcionária agredida, chefe de cozinha da Eurest, apresentou queixa na esquadra da PSP do Laranjeiro.

Na sequência da agressão, ao que o CM apurou junto de professores e auxiliares, o aluno foi expulso da escola e terá de ser transferido. A funcionária agredida, chefe de cozinha da Eurest, apresentou queixa na esquadra da PSP do Laranjeiro.
Depois de, num primeiro momento, dizer que a sanção disciplinar é do "foro interno da escola" – a menos que implique expulsão e transferência, como será o caso –, o director regional de Educação, José Leitão, recusou ontem prestar mais esclarecimentos. O Conselho Executivo da escola já remetera qualquer informação para a DirecçãoRegional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL).

Pelocontrário,alunos (um dos quais testemunha ocular da agressão), auxiliares e professores confirmaram a agressão e explicaram como foi.

TESTEMUNHA

Umdosalunos que viu a cena relatou-aaoCM, sobanonimato, por recear represálias:"Estávamosnobar, uns a jogar à bola, outros a batucar.Elachamoua atenção por causa do barulho, e o ‘Eta’ [alcunha do agressor] não gostou e deu-lhe um murro."

A mesma versão, acrescida de um outro pormenor, como"linguagemimprópria", foi a contada ao CM por uma auxiliar da escola, que ali exerce funções há cerca de dez anos. "Ela pediu tento na língua e o rapaz deu-lhe um murro."

A auxiliar pediuanonimatotantoparasiquanto para a vítima,garantindo que"osalunosgostamimenso dela" e lamentando que "os políticos só se lembram dos professores".

Certo é o apreço de alguns alunos pela vítima, havendo quemperguntasseoseu nome para logo comentar: "Ah foi essa!? Tchii! Mas ela é bué de fixe e bué de baril."

AGREDIDO COM TACO NO PORTO

Um aluno da Escola Infante D. Henrique, no Porto, foi ontem agredido na cabeça com um taco de basebol por rapazes que não foram identificados como alunos do mesmo estabelecimento. A agressão ocorreu por volta da hora do almoço, junto à porta do local de ensino e apenas uma funcionária terá visto parte dos factos e socorrido o jovem ferido. Ao que tudo indica, na origem deste incidente terá estado uma rixa por motivos ainda desconhecidos. A vítima teve de receber tratamento médico mas os ferimentos não são graves

terça-feira, 29 de abril de 2008

Professores afastam greve até final do ano

Os sindicatos de professores garantem que não vão recorrer à greve para se manifestarem contra as politicas educativas do Governo de José Socrates, assegurando desta forma a tranquilidade necessária para a recta final do ano lectivo 2007/2008.


Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, explicou ontem à noite, junto à sede do Ministério da Educação, em Lisboa, na terceira segunda-feira de protesto, que as acções de luta a serem levadas a cabo até ao final do ano são as que emanaram da Marcha da Indignação, na qual marcaram presença mais de 100 mil professores.

"Chegámos a uma situação de acordo para que o ano lectivo terminasse em tranquilidade. Isto não significa que mudámos de opinião em relação às politicas da senhora ministra, que são péssimas e que continuamos a achar que são péssimas", afirmou Mário Nogueira, garantindo a inexistência de uma greve até ao final deste ano lectivo: "Se existir uma greve geral da função pública, claro que os professores irão participar. Mas greve contra as medidas educativas do Governo não iremos fazer."

Na manifestação de ontem à noite, alimentada a frango e bifanas, com banda sonora de Sérgio Godinho, cerca de 150 professores voltaram a lembrar o problema das gestão das escolas, com cartazes a exigirem mais democracia. Em causa, como explicou Mário Nogueira, está a figura do ‘senhor director’ como entidade que irá decidir o rumo dos estabelecimentos de ensino, contra o modelo actual dos conselhos executivos.

"Esta questão da gestão escolar deveria colocar na rua mais de 150 mil professores. Não aceitamos o regresso do ‘senhor director’. O modelo de gestão que querem aplicar põe em causa a autonomia das próprias escolas", sublinhou Mário Nogueira, apelando à mobilização de todos os intevenientes: "Seria positivo que as escolas não facilitassem este modelo de gestão não democrático."

UM PROCESSO ATRIBULADO

Ministra

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, admitiu ontem, em entrevista ao Rádio Clube Português, que José Sócrates e Carvalho da Silva participaram no processo negocial com os sindicatos dos professores sobre a avaliação.

Aprovado

OConselho de Ministros já aprovou o Decreto Regulamentar que define o regime transitório de avaliação de desempenho dos professores até ao ano escolar de 2008/2009. Odiploma deve ser publicado em Diário da República esta semana.

Contratados

Oregime simplificado clarifica, entre outras situações, a avaliação dos docentes contratados por menos de quatro meses, dos coordenadores de departamento curricular e dos membros das direcções executivas, no 1º ciclo de avaliação.

Ministra garante mais 10 mil horas de matemática

No final do segundo ano do Plano de Acção para a Matemática, Maria de Lurdes Rodrigues diz estar «optimista» em relação aos resultados do programa e explica que «os chumbos são um mecanismo retrógrado e antigo» com elevados custos financeiros para o Estado
Nove milhões de euros, mais de 10 mil horas de trabalho para a Matemática, cerca de 400 mil alunos e mais de 70 mil professores envolvidos. São os números com que se fazem as contas do Plano de Acção para a Matemática, iniciado em 2005.

Quase no final do segundo de três anos lectivos consagrados à iniciativa que visa tirar Portugal dos últimos lugares nos rankings europeus de Matemática, a ministra da Educação faz um balanço positivo.

«Estou optimista. Acho que os resultados só podem melhorar», garante Maria de Lurdes Rodrigues que encontra a fórmula para o sucesso numa adição: «Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades a não ser estudando mais, fazendo mais».

«A situação não é fácil, mas não é impossível», assegura a ministra, sublinhando «a adesão e o entusiasmo extraordinário das escolas e dos professores» ao projecto.

Maria de Lurdes Rodrigues explica que o papel do Ministério da Educação neste plano passou essencialmente por «dar os meios às escolas», que acabaram por desenvolver as suas próprias estratégias para conseguir melhores resultados nesta disciplina.

O reforço das equipas, o apoio de peritos e um maior número de recursos tecnológicos – como quadros interactivos, projectores de vídeo e computadores – foram alguns dos pedidos que chegaram à sede do Ministério na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa.

O Ministério aumentou ainda a oferta de formação contínua para professores de Matemática, definiu um número mínimo de horas consagradas à disciplina no 1.º ciclo do Básico e reforçou os créditos relativos à Matemática na formação de base dos docentes do Básico.

MISNITRA CONSIDERA CHUMBOS «MECANISMO RETRÓGRADO»

Apostada na criação de «um modelo de escola inclusiva», a ministra considera que «os chumbos são um mecanismo retrógrado, antigo» e pretende alterar o cenário actual em que cerca de 20% dos alunos do 9.º ano ficam retidos.

«Precisamos de substituir os chumbos por mais trabalho», explica Maria de Lurdes Rodrigues, que recorda que «o aluno não chumba no último dia de aulas, começa a chumbar no primeiro teste de Outubro».

É por isso que a ministra defende a necessidade de identificar as dificuldades logo no início do ano lectivo e de encontrar estratégias para as combater: «Facilitismo é chumbar. Rigor e exigência é trabalho».

E, para Maria de Lurdes Rodrigues, «o trabalho principal não é feito na sala de aula, é feito nas escolas», pelo que «a organização é uma peça fundamental para o sucesso».

A governante frisa ainda os custos financeiros das reprovações: «Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000». E o impacto aumenta nas situações de abandono escolar: «É um investimento não recuperável».

Ainda assim, para a ministra, este é «um custo insignificante face ao custo social de ter no mercado de trabalho jovens com competências deficientes».

Especialistas debatem em Lisboa insucesso de alunos na Matemática

Vários especialistas internacionais vêm a Lisboa na próxima semana, a convite do Governo, para analisar as dificuldades que os alunos portugueses sentem na Matemática e fazer um balanço das estratégias adoptadas para ultrapassar o insucesso na disciplina. Os peritos de quatro países - Brasil, EUA, Holanda e Reino Unido - estarão numa conferência, a 08 e 09 de Maio, para apresentar as suas perspectivas e para contar as experiências dos seus países.

Na mesma conferência também serão expostas experiências de escolas portuguesas que adoptaram estratégias de combate ao insucesso da matemática. "A conferência procura criar um momento de balanço, de avaliação deste conjunto de medidas e também um momento introspectivo para avaliar que outras medidas será preciso lançar para vencer este desafio", disse hoje a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, numa conferência de imprensa para apresentar o evento.

"São peritos que tem experiência ou na formação de professores ou no desenvolvimento curricular ou em planos de intervenção para a melhoria dos resultados em diferentes países e que vêm dar o seu testemunho", salientou.

O Governo lançou em 2005 o Plano de Acção para a Matemática estabelecendo, segundo a ministra da Educação, uma série de medidas "para dotar as escolas de meios e recursos para poderem desenvolver as estratégias de diversificação dos instrumentos de ensino, a diversidade de estratégias pedagógicas que as escolas precisam de desenvolver para a recuperação dos alunos". As estratégias de acção para melhorar os resultados dos alunos a matemática são definidas pelas próprias escolas de acordo com as "dificuldades diversificadas" que identificaram.

Dificuldades só se ultrapassam com mais recursos e estudo

"Acredito que mais recursos se traduzem em mais trabalho. Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades de aprendizagem e a dificuldade de ensino sem ser fazendo mais, estudando mais, trabalhando mais", disse a ministra, salientando que "aquilo que as experiências internacionais mostram é que a diversidade de recursos e a diversidade de estratégias é o elemento decisivo no aumento dos resultados".

O Plano de Acção para a Matemática tem uma dotação de nove milhões de euros para apoios directos às escolas durante os três anos do programa. O plano envolve ainda mais de 10 mil horas lectivas adicionais de tempo de trabalho para a matemática em cerca de mil escolas, abrangendo 395 mil alunos por ano, mais de nove mil professores de matemática e mais de 68.500 docentes de outras áreas.

Uma das primeiras dificuldades identificadas com o ensino da matemática foi a débil preparação dos professores, de forma que estão neste momento a receber formação contínua nesta matéria cinco mil docentes do primeiro ciclo e ainda 1700 professores do segundo ciclo e 1500 no terceiro ciclo. Desde 2005/06 já receberam formação 12 mil professores do primeiro ciclo.

Uma em cada cinco escolas do ensino básico já ensina programa de publicidade

Quase uma em cada cinco escolas do ensino básico conta já com o programa de ensino de publicidade, o Media Smart, dois meses depois de o módulo ter sido introduzido, anunciou hoje a associação de anunciantes.

Segundo a entidade, o primeiro módulo do Media Smart está a ser ensinado em 1101 escolas públicas e 67 privadas, sendo que, no total, existem em Portugal cerca de 6500 escolas dos primeiros e segundo ciclo. O número de escolas a ensinar o programa aumentou mais sete vezes em relação a meio de Março, já que cerca de duas semanas depois de ter começado a ser introduzido nas escolas, o Media Smart contava com 125 adesões.

De acordo com a Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), os pedidos para os dossiers pedagógicos Media Smart abrangem a totalidade do território nacional, destacando-se os distritos do Porto, com 135 pedidos, Lisboa, com 112, Aveiro, com 104 e Viseu, com 93.

O programa Media Smart destina-se a desenvolver as competências das crianças para interpretar mensagens publicitárias, sendo constituído por três módulos que abordam diferentes vertentes da publicidade - introdução à publicidade, publicidade dirigida a crianças e publicidade não comercial. O programa arrancou oficialmente no dia 21 de Fevereiro, numa iniciativa da APAN e do Ministério da Educação, e visa dotar os alunos do 1.º e 2.º Ciclos de ferramentas que lhes permitam compreender e interpretar a publicidade, com o objectivo de "fazer escolhas mais conscientes".

O Programa Media Smart é utilizado como ferramenta de ensino em mais de 68 mil escolas na Europa, tendo Portugal sido o primeiro país do sul da Europa a adoptá-lo. Actualmente funciona em vários países europeus como o Reino Unido, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a Finlândia, a Suécia e a Hungria, tendo sido recentemente lançado em Portugal e na Itália e estando em avaliação em França, Irlanda e Islândia.

Mais de cem professores da Grande Lisboa protestaram contra avaliação e carreira docente

Mais de uma centena de professores da Grande Lisboa protestaram ontem em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, contra o estatuto da carreira docente, a avaliação e o novo modelo de gestão das escolas.



Depois de uma curta refeição ao ar livre, os manifestantes concentraram-se na Avenida 5 de Outubro, empunhando bandeirinhas pretas em que se lia "A ministra chumbou! Mudam de políticas. Mudam a escola" e posicionaram-se atrás de gradeamentos com faixas com palavras de ordem como "Professores em protesto contra as políticas educativas do Ministério da Educação".


Do outro lado da "barricada", dois agentes da PSP "guardavam" as instalações do Ministério da Educação.

A manifestação, promovida pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à CGTP-In, insere-se na iniciativa "segundas-feiras de protesto", que já se realizou no Norte e Centro do País e tem previstas acções na próxima semana no Alentejo.

O protesto em Lisboa, que contou com o apoio do presidente da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, ocorreu quatro dias depois de o Governo ter aprovado em Conselho de Ministros o novo decreto-regulamentar sobre a avaliação de desempenho docente, que consagra o entendimento assinado entre o Ministério da Educação e os sindicatos de professores.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, justificou a manifestação na Avenida 5 de Outubro com "questões de fundo" que continuam por resolver, como o estatuto da carreira docente, os modelos de avaliação docente e gestão da escola e a carga horária lectiva "excessiva".

António Avelãs considera "absurda" a divisão de "professores titulares" e "não titulares", defendendo que as "funções de avaliação e coordenação pedagógica", atribuídas aos titulares, devem ser estendidas "a todos os professores".

Os docentes rejeitam no novo modelo de gestão da escola a possibilidade de ser o director do estabelecimento de ensino (figura a criar) a nomear coordenadores e os membros do Conselho Pedagógico, órgão a que presidirá e que define os critérios de avaliação, constituição de turmas e regulamento interno da escola, entre outras matérias.

"O Conselho Pedagógico passa a ser a voz do director. O director responde pelo Conselho-Geral da Escola mas também pela tutela, é um comissário político do Governo", sustentou à Lusa Fátima Louro, professora de História há 31 anos, ressalvando que o actual modelo de gestão escolar consagra a eleição do Conselho Pedagógico.

A docente recusa igualmente o modelo de avaliação, um processo que considera "pesado" e "burocrático" que "vai parar as escolas" e propõe, como alternativa, uma "maior intervenção da Inspecção-Geral da Educação", a "identificação e acompanhamento dos professores com maiores dificuldades" e acções de formação, estas últimas previstas no decreto-regulamentar.

Para 17 de Maio estão previstas marchas de protesto um pouco por todo o País.

De acordo com o decreto-regulamentar, a avaliação de desempenho avança este ano lectivo para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, num total de cerca de sete mil, aos quais será aplicado um regime simplificado.

Este regime simplificado será aplicado de forma universal, tendo em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.

Por outro lado, quer este ano quer no próximo ano lectivo, as classificações de "regular" e "insuficiente" terão de ser confirmadas com nova avaliação, a realizar no ano escolar seguinte, antes dos docentes sofrerem os efeitos penalizadores previstos.

Os efeitos negativos de uma nota de "insuficiente" só se farão sentir no caso dos docentes contratados, que não renovarão contrato.

domingo, 27 de abril de 2008

Portugueses aplaudem acordo



Mais de metade dos portugueses considera positivo o acordo obtido entre os sindicatos de professores e o Ministério da Educação.


Na sondagem CM/Aximage, 57,1 por cento dos inquiridos aplaude o ‘Memorando de Entendimento’ relativo à avaliação dos professores, enquanto 14,1 por cento o considera negativo. Mais de um quinto dos inquiridos não tem opinião.

Curiosamente, são os eleitores do PS e do CDS/PP aqueles que mais consideram positivo o acordo. Pelo contrário, 28,6 por cento dos eleitores comunistas considera negativo o acordo, o que contraria a posição oficial do PCP, que na Comissão de Educação saudou a ministra pelo entendimento obtido na madrugada de 12 de Abril.

Do total de inquiridos, são os homens que têm melhor opinião sobre o entendimento – 65,7 por cento dos homens diz que é positivo, enquanto apenas 49,5 por cento das mulheres partilha dessa opinião.

No campo do efeito político do entendimento entre professores e Governo, as opiniões são mais equilibradas: 38,3 por cento dos inquiridos considera que foi o Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues aquele que recuou mais, enquanto 24 por cento diz que foram os sindicatos a ceder. Um quarto dos inquiridos não tem opinião e 12,5 por cento acredita que Governo e sindicatos recuaram por igual.

Quem votou no CDS/PP penaliza mais o Governo (60,2 por cento), enquanto os eleitores na CDU são os que mais penalizam os sindicatos: 27,3 por cento diz que foram as estruturas representativas de professores que recuaram. E são os eleitores entre 18 e 29 anos quem mais considera terem sido os sindicatos a recuar: 30,8 por cento.

PROTESTOS CONTINUAM

O ‘Memorando de Entendimento’, cujo conteúdo foi consagrado num novo decreto-regulamentar aprovado quinta-feira pelo Conselho de Ministros, não foi suficiente para parar os protestos das segundas-feiras por parte dos sindicatos de professores.

Para depois de amanhã, está agendado um protesto em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, a partir das 21 horas.

Segundo o entendimento entre professores e Governo, o regime simplificado de avaliação a aplicar este ano lectivo a sete mil professores terá em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.

AVALIAÇÃO DO EFEITO POLÍTICO DO ACORDO



Neste acordo entre os Sindicatos dos Professores e o Ministério da Educação quem é que recuou mais?



O MINISTÉRIO: 38,3%

OS SINDICATOS: 24%

AMBOS RECUARAM POR IGUAL: 12,5%

SEM OPINIÃO: 25,2%



Para o Ensino, o acordo obtido é:

POSITIVO: 57,1%

NEM POSITIVO, NEM NEGATIVO: 5,9%

NEGATIVO: 14,1%

SEM OPINIÃO: 22,9%

Ficha Técnica: Objectivo: Avaliação do acordo e avaliação do efeito político do acordo entre Sindicatos e Min. Educação UNIVERSO Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal, com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel. AMOSTRA Aleatória estratificada por região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo e representativa do universo, com 502 entrevistas efectivas (273 a mulheres) COMPOSIÇÃO Proporcional pela variável estratificação RESPOSTAS Taxa de resposta de 72,6 por cento. Desvio padrão máximo de 0,022. REALIZAÇÃO 15 e 17 de Abril, para o Correio da Manhã pela Aximage, com a direcção técnica de Jorge de Sá e João Queiroz. CM

sábado, 26 de abril de 2008

BlogBlogs.Com.Br
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Manual de Literacia Digital

A SeguraNet acaba de disponibilizar o Manual de Literacia Digital para Educadores, no âmbito da utilização esclarecida, crítica e segura da Internet e da sua prática de difusão de materiais de apoio dirigidos a educadores e a professores.

Este Manual, desenvolvido em colaboração com uma equipa de especialistas das áreas dos media e da educação e com o apoio da Comissão Europeia, pretende ser um guia de apoio na utilização da poderosa rede de canais de informação e comunicação global que é a Internet.

Manual de Literacia Digital para Educadores em http://www.seguranet.pt/files/manual_literacia.swf.



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Está também disponível o Guia para Professores, que pretende auxiliar os professores a abordar, de forma prática, algumas das ferramentas mais utilizadas pelos jovens quando navegam na Internet, dando-lhes algumas informações teóricas e sugestões de trabalho para desenvolver em espaço de sala de aula.

Guia Prático para o Professor em http://moodle.crie.min-edu.pt/file.php/113/Guia_Profs.pdf.



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Já o Manual para Professores, traduzido do projecto europeu SAFT, contém vários recursos interactivos e planos de aulas concebidos para ajudar os professores a sensibilizar os seus alunos para as questões relacionadas com a segurança online.

Manual para Professores – Programa de Sensibilização para uma Internet mais Segura em http://moodle.crie.min-edu.pt/file.php/113/Manual_Profs_SAFT.pdf.



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Mais Informações:

Sítio da SeguraNet: http://www.seguranet.pt/

Projecto SAFT em http://www.saftonline.org/om/about_english.html

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Criança entra armada na escola com pistola do pai

Uma criança de sete anos apanhou a pistola do pai em casa, enfiou-a no bolso e escondeu-a até chegar à escola, na quarta-feira de manhã, no Montijo. Entrou armado na sala de aula e, ao primeiro intervalo, decidiu exibir a arma aos colegas do 1.º ano, na Escola Básica do 1.º Ciclo, n.º 3 "A sorte", contou ao CM uma funcionária da escola, foi um rapaz informar a professora responsável pela turma. A pistola de pressão de ar, carregada com chumbos, "ficou no armário da professora até chegar a PSP".Pouco passava das 10h00 quando um colega de ‘Diogo’ (nome fictício) deu o alerta. O rapaz exibia-se no recreio e entre os amigos com a pistola do pai – de uma "forma inconsciente, tal como eles vêem nos filmes". Nenhum adulto tinha reparado na presença da arma – desde os pais, à saída de casa, até aos responsáveis da escola, à chegada. E a professora "entrou em pânico com a situação", assim que soube que havia uma arma carregada, dentro da sua sala, na posse de crianças.
O primeiro passo foi a ‘apreensão’ da pressão de ar a ‘Diogo’, que imediatamentecontouà professora de quem era a arma e onde a fora buscar. Depois, a professora decidiu guardá-la num armário, para evitar acidentes, e chamou os responsáveis da escola, que imediatamente deram conhecimento à PSP do Montijo. Nessa manhã dois agentes foram à escola buscar a arma, registar o testemunho de alunos e da professora de ‘Diogo’.Os pais da criança foram chamados à PSP e, mais tarde, à escola, "para que a situação seja esclarecida". O pai incorre agora em pena de multa – uma vez que, desde a nova Lei das Armas, até as pressões de ar têm de estar guardadas em cofres ou em armários de segurança, descarregadas e longe do alcance das crianças. Quanto às munições, têm de estar isoladas num local à parte.
A PSP fez explodir uma mochila suspeita, abandonada no recinto de uma escola no Forte da Casa, Vila Franca de Xira. Os bombeiros da Póvoa de Santa Iria estiveram no local, pelas 14h00, por prevenção.Há três semanas, um aluno de 14 anos fabricou, na Escola EB 2,3 José Silvestre Ribeiro, em Idanha-a-Nova, uma bomba artesanal que acabou por explodir numa arrecadação do estabelecimento de ensino. "Há alunos que levam pistolas de 6,35 e 9 mm para as escolas. Para não falar de facas, que são às centenas", avisou o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, no início do mês.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Fim da Tortura nas Aulas

Para acabar com as imagens chocantes de alunos a serem torturados nas salas de aulas, está a surgir uma nova geração de professores artistas com métodos de ensino do século XXI em que as aulas passam a ser shows e os alunos turmas de fãs.

Ordem dos Professores gera consenso

Associação Nacional de Professores retoma a ideia de criar um código ético e deontológico que regule a profissão. A constituição de uma ordem é bem-vinda, embora com algumas reticências.

O presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho, pretende propor a elaboração de um código ético e deontológico que auto-regule a profissão dos docentes. Um quadro de referência que poderá servir de base para a constituição da Ordem dos Professores. Na sua opinião, é necessário definir que ética é essa que se aborda no Decreto-Lei n.º 240/2001, de 30 de Agosto, e em que avaliação deve assentar. "O código ético e deontológico teria a vantagem de se situar muito para além e muito acima das percepções ideológicas de cada momento", afirma. Poderia "fixar os contornos" da actividade da classe docente e não se restringir às normas que definem os direitos e deveres dos professores.

"Se esse quadro de referência existisse, muitos dos problemas que hoje se colocam em relação à avaliação dos professores nem sequer estariam a ser discutidos", refere o responsável. Um código que nascerá naturalmente "da vontade directa dos professores". Num estudo de âmbito nacional, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Castelo Branco, em 2006, constatava-se que cerca de 80% dos professores inquiridos consideravam, nessa data, importante a existência de uma ordem.

"Ordem sim, mas..." Adalberto Dias de Carvalho, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, contextualiza o assunto e explica as reticências. "Na verdade, o conceito de ordem estava tradicionalmente ligado a profissões socialmente prestigiadas como os médicos e advogados, parecendo que, de alguma maneira, apenas esses tinham direito àquilo que acabava por constituir uma distinção", lembra. "Em relação aos professores, o seu prestígio foi historicamente construído principalmente através de ideais de entrega, de sacerdócio até. Ao mesmo tempo, a designação de professor era restringida, ficando assim marcada uma divisão e hierarquização internas, aos grupos de elite (os professores universitários doutorados) e, no outro pólo, aos então professores primários. Curiosamente os professores do Ensino Secundário eram tratados por doutores".

O docente retrocede no tempo com um objectivo. "Para acentuar que a ‘classe' docente, se assim se pode chamar, está matricialmente marcada por compartimentações que sempre impediram a sua unidade." "Ora, uma ordem passa precisamente pela afirmação da unidade de objectivos e de estatuto de um determinado grupo profissional academicamente qualificado. Acontece que só em data relativamente recente é que todos os professores foram obrigados a serem licenciados para o exercício da profissão. Repare-se que ainda há, sintomaticamente, um sindicato de professores licenciados, ou seja, de professores que se distinguem dos outros que o não são". Na opinião de Adalberto Dias de Carvalho, uma ordem significa "coesão profissional", mas no caso dos professores "pode reforçar ainda a separação designadamente dos professores licenciados daqueles que ainda o não são".

"Por outro lado, para haver uma ordem deve existir um código deontológico que defina, assegure e afirme perante os próprios, e perante a sociedade em geral, o exercício profissional no quadro de referências de responsabilidade e de dignidade", afirma. Ordem sim, mas com algumas reticências. "É que, nos nossos dias, nas nossas sociedades laicizadas, já não bastam os referenciais transcendentes das morais religiosas (ou republicanas) que tradicionalmente legitimavam o exercício da actividade docente." "Todavia, dentro da problemática de escrita, como compreender depois a existência de grupos de professores subordinados a um determinado quadro deontológico que, não cabendo dentro da ordem, não caberiam também nesse mesmo quadro deontológico?", questiona.

Independência do poder político
Paula Canha, professora de Biologia e Geologia da Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, distinguida com o Prémio Inovação no ano passado, vê com bons olhos a existência de uma Ordem dos Professores. A docente pertence à Ordem dos Biólogos e essa experiência diz-lhe que há benefícios nessa coesão. "Eu vejo todas as vantagens em os biólogos se terem organizado desta forma. A Ordem promove iniciativas óptimas", afirma. Paula Canha não destaca apenas o poder reivindicativo, que ganha força, como também as actividades, as acções de formação que fazem pensar sobre a profissão numa perspectiva de médio e longo prazo. "Acho que o mesmo pode acontecer numa Ordem dos Professores", conclui.

O professor Paulo Guinote, autor do blogue "A educação do meu umbigo", concorda com a ideia, mas duvida que se possa concretizar tendo em atenção o panorama. "A ideia de uma Ordem dos Professores existe, de forma vaga, há bastante tempo. Seria um projecto interessante se fosse viável, ou seja, se o Estado aceitasse que os professores, maioritariamente seus funcionários, pudessem auto-regular o exercício da própria profissão. O que me parece difícil, em especial na actual conjuntura", refere. "A vantagem evidente de uma estrutura deste tipo seria uma maior independência da classe docente em relação ao poder político. Ora, neste momento, isso não parece ser algo que agrade a esse mesmo poder", acrescenta.

Na opinião do docente, a elaboração desse código deontológico deveria, portanto, ser feita fora da alçada e controlo estatais. "É uma ideia interessante, de que a ANP já se deveria ter lembrado antes e que parece recuperar agora num momento em que a organização parece ter sido ultrapassada pelos acontecimentos." "Para se distinguir dos sindicatos e movimentos de professores, tal como com a ideia da 'mediação', surge agora com esta proposta. Seria bom que, para além da enunciação, partisse mesmo para a concretização, pois é algo que tem efectivamente interesse para o desenvolvimento e consolidação de uma identidade docente", sublinha.

Mãe acusa colégio de expulsar filha ilegalmente, instituição diz que regulamento foi violado

A mãe de uma menina de três anos acusa o colégio que esta frequentava, em Olhão, de a ter expulsado ilegalmente por motivos de vingança pessoal, mas a instituição refuta alega que foi violado o regulamento interno.A criança frequentava o colégio Bernardette Romeira há cerca de um ano, tendo a mãe sido informada em Dezembro de que a matrícula não seria renovada por violação do regulamento, que prevê restrições resultantes do comportamento dos pais.Em declarações à Lusa, a mãe da criança, que pediu o anonimato, disse que os factos remontam a Maio do ano passado, quando escreveu no Livro Amarelo do colégio uma reclamação fundamentada na omissão do aumento das propinas. Em Novembro, foi realizada uma reunião de pais, em que a directora do colégio não estava presente e na qual a encarregada de educação da menina a terá difamado, chamando-lhe «arrogante» e «prepotente».Ao tomar conhecimento da alegada difamação, a directora do colégio pediu à mãe que apresentasse no prazo de cinco dias e por escrito um pedido de desculpas para demonstrar que estava arrependida.Caso não o fizesse, o colégio, que considerou a conduta da mãe «gravemente desrespeitosa», ameaçava cancelar a inscrição da criança a partir de 01 de Janeiro, tendo a mãe optado por não pedir desculpas.A encarregada de educação disse à Lusa considerar a medida «desproporcionada» e afirma acreditar que a mesma se deve a um acto de «vingança pessoal» devido à reclamação que apresentou em Maio no colégio.Por seu turno, a direcção do colégio diz que a mãe da criança violou o regulamento interno da instituição, que prevê restrições à frequência de alunos resultantes do comportamento de pais e encarregados de educação.
Conforme se pode ler numa das alíneas do regulamento, a que a Lusa teve acesso, a direcção pode não renovar a matrícula de um aluno ou mesmo cancelá-la de imediato quando se verifiquem situações de comportamento «incorrecto», «difamatório» ou «socialmente inaceitável».A direcção do estabelecimento considera que as «manifestações de descontentamento» devem ser realizadas de «forma educada» e que a mãe da menina assumiu «atitudes desrespeitosas», não mostrando «arrependimento»
Acrescenta que vai «responsabilizar judicialmente» a mãe da menina porque o que está em questão é o «comportamento de um adulto responsável», que não quis aceder a uma oportunidade de entendimento.A mãe da menina, que entretanto foi colocada noutra instituição, em Faro, acusa a Direcção Regional de Educação de «inoperância» e considera que a raiz do problema é não haver vagas nos estabelecimentos públicos.
«A situação no pré-escolar é terrível e como não existe capacidade para absorver todas as crianças que precisam, a DRE não intervém em casos como este», refere, acrescentando que os privados ajudam a esbater o problema.Segundo a mãe, a DRE deveria ter instaurado um processo de averiguações e não manter-se à margem do processo escudando-se no facto de ser um colégio privado e de se tratar de conflito da «esfera individual».

Greve encerra escolas no Reino Unido

Mais de oito mil escolas foram forçadas a encerrar as suas portas ou a funcionar de forma condicionada esta quinta-feira no Reino Unido devido à primeira greve nacional dos professores registada nos últimos 20 anos. Desde os tempos do governo de Margaret Thatcher que não ocorria um protesto semelhante.Os primeiros dados divulgados apontam para que o protesto dos professores, que reclamam aumentos salariais superiores aos propostos pelo governo, tenham obrigado a encerrar pelo menos 4.100 escolas e forçado outras 4.000 a funcionar de forma condicionada, num total de cerca de um terço dos estabelecimentos de ensino, afectando cerca de dois milhões de alunos.A greve de um dia, apoiada pelo poderoso Sindicato Nacional dos Professores, que representa cerca de 200 mil docentes, foi marcada depois de o governo liderado por Gordon Brown ter proposto aumentos salariais de 2,45 por cento para este ano.Argumentando que nos últimos anos os professores tiveram aumentos abaixo da inflação e perderam poder de compra, o sindicato reivindica aumentos de 4,1 por cento. Apesar de a paralisação não contar com o apoio de nenhum dos principais partidos, os seus organizadores ameaçam avançar com novas mobilizações caso o Governo não ceda.

Aluno fez rebentar bomba

A bomba artesanal que explodiu numa arrecadação da Escola EB 2,3 José Silvestre Ribeiro, em Idanha-a-Nova, há três semanas, foi feita por um aluno de 14 anos que levou o material de casa, revelou ontem a Polícia Judiciária de Coimbra.Apesar de estar identificado, o autor da bomba não será responsabilizado por ser menor de idade. Mas a escola vai abrir um processo disciplinar,porsetratarde um caso “muito grave”, disse António Salgueiro, presidente doConselhoExecutivo, adiantando que o aluno pode ser suspenso alguns dias ou transferido para outra escola.“Este caso tem de ser um exemplo para o futuro, mas [ocastigo]não podeficarsóno âmbito da escola, o Ministério Público deveactuar”,defendeu António Salgueiro, salientando que “o mais grave disto tudo é a responsabilidade da família. É importante que as famílias percebam que têm de ter responsabilidade naquilo que os filhos fazem”.
Oalunovivecomopadrasto e a mãe, tendo levado de casa o material necessário – detonador, cordão lento e alto explosivo – para fabricar a bomba, que fez explodir no dia 2, pelas 14h00, causando pânico e obrigando à evacuação da escola. O mesmo aluno,acompanhadodeoutroda mesma idade, já tinha provocado“outrasexplosões”nas imediações da escola e junto de uma antena retransmissora.A Judiciária apreendeu pequenas quantidades de material explosivo em casa do miúdo e constituiu arguido o padrasto que trabalha numa pedreira, mas que não tem licença para guardar aquele material.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Agressão a docente: ministra diz que caso é "dramático" mas "isolado"


A ministra da Educação considerou hoje que casos como o da agressão de uma aluna de 11 anos a uma professora numa escola do Barreiro, conhecido ontem, são "dramáticos", mas "isolados"."Evidentemente que são casos dramáticos, mas temos de ter consciência de que são casos isolados e não representam a generalidade do comportamento dos nossos alunos", disse Maria de Lurdes Rodrigues, que falava aos jornalistas durante uma visita à EB 2-3 do Bocage, em Setúbal, numa iniciativa associada às comemorações do Dia Mundial do Livro. "Todos os dias estão em prática estratégias para combater estes comportamentos, por parte das escolas", acrescentou a governante quando questionada sobre o caso de violência na Escola Padre Abílio Mendes, no Barreiro. Segundo a imprensa, a aluna do 5º ano deu um pontapé na professora, depois de esta a ter alertado para um comportamento anterior que não era adequado. Confrontada com as preocupações dos sindicalistas sobre a transferência de competências na área da Educação da administração central para as autarquias, Maria de Lurdes Rodrigues explicou que o enquadramento legal está ainda a ser discutido. "O diploma está ainda a fazer o circuito necessário, da negociação até à aprovação. Estamos a trabalhar com a Associação Nacional de Municípios e com alguns municípios", disse a ministra da Educação. Na passada sexta-feira, a Federação Nacional da Educação (FNE) disse estar preocupada com o modelo de transferência de competências para os municípios, que considerou "insuficiente" e "ambíguo". Em concreto, os sindicatos querem saber como será feita a transição da gestão do pessoal não docente para as autarquias.

Tribunal rejeita 5.ª (e última) providência cautelar

O Ministério da Educação foi notificado da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja que declarou improcedente uma providência cautelar interposta pelo Sindicato dos Professores da Zona Sul, que integra a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).Esta é a quinta (e última) sentença que recusa provimento às providências cautelares relativas ao processo de avaliação de desempenho dos docentes.A providência visava o decretamento judicial da suspensão de eficácia dos despachos datados de 24 e 25 de Janeiro de 2008, respectivamente, proferidos pelo secretário de Estado Adjunto e da Educação e, bem assim, do despacho de 25 de Janeiro de 2008 proferido pelo secretário de Estado da Educação.

Agressão a docente no Barreiro é caso isolado, diz ministra

A ministra da Educação considerou hoje que casos como o da agressão de uma aluna de 11 anos a uma professora numa escola do Barreiro são «dramáticos», mas «isolados», não representando o comportamento da generalidade dos alunos.
«Evidentemente que são casos dramáticos, mas temos de ter consciência de que são casos isolados e não representam a generalidade do comportamento dos nossos alunos», disse Maria de Lurdes Rodrigues, que falava aos jornalistas durante uma visita à Escola Básica com 2.º e 3.º Ciclo (EB2,3) do Bocage, em Setúbal, no âmbito das iniciativas do Dia Mundial do Livro.«Todos os dias estão em prática estratégias para combater estes comportamentos, por parte das escolas», acrescentou, instada a comentar o caso da aluna do 5º ano da Escola Padre Abílio Mendes, no Barreiro, que terá dado um pontapé na professora, depois de esta a ter alertado para um comportamento anterior que não era adequado.Questionada sobre a transferência de competências da administração central, na área da Educação, para as autarquias, Maria de Lurdes Rodrigues disse que o processo de negociação com alguns municípios e com a Associação Nacional de Municípios está a fazer «o circuito necessário».
«O diploma está ainda a fazer o circuito necessário, da negociação até à aprovação, de novo, em conselho [de ministros]. Estamos a trabalhar com a Associação nacional de Municípios e com alguns municípios», disse a ministra da Educação.Na passada sexta-feira, a Federação Nacional da Educação (FNE) manifestou e preocupação com o modelo de transferência de competências da administração central para os municípios, que considerou «insuficiente» e «ambíguo».A FNE diz não ter ainda percebido como será feita a transição da gestão do pessoal não docente para as autarquias.

Plataforma apela ao boicote à nova gestão escolar

Professores desafiados a não concorrerem aos novos conselhos gerais. O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, disse ao DN que a plataforma sindical pode "apelar" aos docentes para que não se candidatem aos conselhos gerais transitórios dos seus estabelecimentos de ensino, como forma de protesto contra o regime de autonomia e gestão das escolas, publicado ontem em Diário da República.O Decreto-Lei 75/2008, aprovado em Fevereiro pelo Conselho de Ministros, tem como aspecto mais emblemático a substituição dos conselhos executivos - o modelo de gestão até agora praticado na generalidade das escolas públicas - por um director com poderes reforçados. A assembleia de escola é também substituída por um conselho geral - cujas competências incluem a eleição e destituição do director -, que integrará representantes da comunidade (pais e autarquia), professores e alunos (secundário), sendo que nenhuma das partes pode ser maioritária nesta estrutura. O conselho pedagógico mantém-se, mas passa a ser designado pelo director, em vez de os seus membros serem eleitos.Por pressão dos sindicatos, mas também do Conselho das Escolas e do Conselho Nacional da Educação, o Ministério da Educação deixou cair alguns dos aspectos mais controversos da reforma, como a impossibilidade de um docente presidir ao conselho geral. Porém, Mário Nogueira garante que os sindicatos "vão continuar a lutar" contra um regime que define como "limitador da democracia das escolas" e que, "ao contrário do que é dito pela ministra, não aumenta a autonomia das escolas", por "governamentalizar aspectos que deveriam ser da competência dos estabelecimentos".A recusa da candidatura ao conselho geral seria, no entender do sindicalista, uma forma de luta eficiente: "Esta estrutura terá sete professores. Se estes não se candidatarem, dificilmente existirá quórum. E acredito que se isso acontecer, outros parceiros educativos vão seguir o exemplo", antecipou. Porém, a prioridade dos sindicatos é que "nenhuma medida prevista no diploma seja aplicada este ano lectivo nas escolas".
O decreto-lei, que entra hoje em vigor, dá às escolas 30 dias úteis para que desencadeiem a eleição do conselho geral. Porém, no entendimento alcançado recentemente com os sindicatos, o ministério admitiu que esse prazo pode ser estendido até 30 de Setembro. E os sindicatos querem que as escolas tirem o máximo partido dessa concessão.O calendário estipulado no diploma prevê que, até final de Maio de 2009, estejam concluídas todas as etapas do processo, incluindo a alteração dos regulamentos internos dos estabelecimentos e a eleição do primeiro director.
Em comunicado divulgado ontem, o ministério referiu que a legislação "visa reforçar a participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino, favorecer a constituição de lideranças fortes e reforçar a autonomia das escolas".