domingo, 8 de junho de 2008

Trinta empresas de TI vão certificar competência de alunos

O Governo assina até ao final do mês um protocolo de colaboração com 30 empresas do ramo das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para a abertura de «Academias TIC» nas escolas, que irão reforçar e certificar as competências dos alunos.
Em entrevista à Agência Lusa, o coordenador do Plano Tecnológico da Educação (PTE) revelou que a Microsoft, a Cisco e a Oracle, são algumas das empresas, por exemplo, que a partir do próximo ano lectivo vão concretizar 30 «Academias TIC».

«As empresas vão reforçar as competências dos alunos nos seus produtos e depois certificá-las. Com este projecto será possível reforçar a empregabilidade dos alunos das vias profissionalizantes», explicou João Trocado da Mata.

Segundo o responsável, as Academias TIC estarão a funcionar «numa primeira fase» em 30 escolas do ensino básico e secundário onde são ministrados cursos das vias profissionais.

Em Março, o Governo assinou igualmente um protocolo de colaboração com 30 empresas da área TIC, tendo em vista a realização de 300 estágios para jovens do ensino profissional
Numa primeira fase, este programa arranca com 30 empresas (nacionais e multinacionais) do ramo das TIC, permitindo a realização de estágios em Portugal e em países estrangeiros, mas a médio prazo o objectivo é alargar progressivamente a experiência a pequenas e médias empresas nacionais.

«Agora será o movimento inverso, levar as maiores empresas para as escolas», explicou o coordenador do PTE.A formação e certificação, de alunos e professores, é um dos três eixos de actuação do Plano Tecnológico da Educação.

Por exemplo, até 2009 deverão estar certificados 40% dos docentes, enquanto para 2010 a meta é de 90%. Em relação à formação de professores, João Trocado da Mata explicou que o objectivo é a constituição de um modelo «modular, sequencial e disciplinarmente orientado», no qual é «fundamental» que os professores possam fazer especialização no uso das TIC nas disciplinas que leccionam.

«Por exemplo, será fundamental que um docente de Geografia possa dominar o conjunto de aplicações e software respeitante aos mapas», afirmou. Por outro lado, sublinhou, todos os projectos do Plano Tecnológico são precedidos de estudos de implementação, que fazem o diagnóstico, identificam as boas práticas internacionais e fazem uma proposta de modelo.

O da formação de docentes estará pronto «dentro de um mês», liderado pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, em articulação com as universidades do Minho, Évora e Aveiro. Só depois será possível adiantar a data de arranque das acções.

Diário Digital / Lusa

Educação: Governo antecipa metas do Plano Tecnológico

A partir do próximo ano lectivo, as escolas abrangidas pelo Plano Tecnológico da Educação terão ligação à Internet em banda larga com velocidade de 48Mbps e um quadro interactivo por cada três salas de aula, objectivos inicialmente previstos para 2010.
«Essas eram metas para 2010, mas vão ser concretizadas já no próximo ano lectivo. Estamos a fazer um esforço considerável para antecipar o cumprimento dos objectivos», afirmou o coordenador do Plano Tecnológico da Educação (PTE), João Trocado da Mata, em entrevista à Agência Lusa.

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros que aprova o PTE, de 16 de Agosto de 2007, um dos objectivos do plano é a ligação à Internet em banda larga de alta velocidade para todas as escolas, «com velocidade de 24Mbps em 2008, visando alcançar progressivamente até 2010 a velocidade de acesso de 48Mbps».

Por outro lado, ainda no eixo de actuação da «tecnologia», outra das metas é a existência em 2010 de um computador com ligação à Internet para cada dois alunos. Actualmente, o ratio é de um para cada 13 estudantes.

No entanto, o responsável garante que com o lançamento do concurso público internacional para a aquisição de mais de 111 mil computadores, essa relação será de um equipamento por cada cinco estudantes já a partir de 2008/09.

«Actualmente, a média europeia é de um computador com ligação à Internet por cada seis alunos. Nos países mais avançados essa relação é de um para cinco», sublinhou o responsável, acrescentando: «posteriormente haverá novo concurso para a aquisição dos computadores necessários para se atingir o objectivo final».

O Plano Tecnológico da Educação, lançado há quase um ano, prevê para as escolas do 2º e 3º ciclo do básico e secundárias a instalação de cerca de 310 mil computadores, nove mil quadros interactivos e 25 mil videoprojectores até 2010. Em 2008/09, cada sala de aula daqueles níveis de ensino terá um vídeoprojector e será instalado um quadro interactivo por cada três salas, sendo este último um objectivo inicialmente agendado para 2010.

Também a partir do próximo ano lectivo, o cartão electrónico do aluno será generalizado para cerca de 800 mil estudantes, permitindo controlar a assiduidade, as entradas e saídas na escola, fazer compras na papelaria ou no bar e, essencialmente, suprimir o dinheiro. «O que acontece hoje em dia é que os alunos continuam a levar dinheiro para a escola para carregar o cartão. Estamos a trabalhar com o sector bancário para que o cartão possa ser carregado no Multibanco ou através de 'homebanking'», explicou.

Através do cartão, os encarregados de educação vão poder ser informados, por sms, da assiduidade dos seus educandos, mas com o livro de ponto electrónico os pais poderão mesmo saber se o aluno está ou não a ter aula e quais os conteúdos que estão a ser transmitidos. «O livro de ponto electrónico faz parte do projecto Escola Simplex. Através de login e password numa aplicação o encarregado de educação poderá ter acesso a essas informações», explicou João Trocado da Mata.

Quanto à avaliação electrónica, adiantou que o estudo de implementação está concluído, sendo agora analisado pelo Conselho de Gestão do PTE. No próximo ano lectivo, arranca uma experiência piloto com testes de diagnóstico em alguns estabelecimentos. «Para isso é necessário que as escolas tenham redes de área local, elevados ratios de computadores por aluno e velocidade de ligação à Internet. Os projectos dependem muito todos uns dos outros», afirmou.

O Plano Tecnológico da Educação representa um investimento de cerca de 400 milhões de euros e pretende colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados na modernização tecnológica dos estabelecimentos de ensino.

Diário Digital / Lusa

sábado, 7 de junho de 2008

Crianças com necessidades especiais com apoio garantido


O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, garantiu este sábado que todas as crianças com necessidades especiais terão apoios, negando que o Ministério da Educação tenha estabelecido metas para o número de alunos a apoiar, noticia a Lusa.

«Não há metas. Todas as crianças que estiverem sinalizadas nos apoios educativos terão apoio. O que interessa é o apoio que cada criança precisa relativamente à sua dificuldade e não o número total de crianças apoiadas. Serão todas as que precisarem de apoio», disse Valter Lemos.

O secretário de Estado da Educação falava aos jornalistas à margem de um encontro internacional sobre educação especial que juntou este sábado em Lisboa 1.700 especialistas, professores e técnicos portugueses e estrangeiros desta área.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou sexta-feira que cerca de 60 por cento dos alunos com necessidades especiais deixarão de ter apoio já no próximo ano lectivo, na sequência das alterações legislativas introduzidas pelo Governo.

iol

Avaliação «desligada» de notas máximas


O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprova a Avaliação Externa das Escolas mas recomenda que, por agora, os resultados deste processo não tenham implicações na atribuição das classificações mais elevadas, no âmbito avaliação de desempenho, segundo parecer divulgado esta sexta-feira.

«Desaconselha-se, pelo menos nesta fase, qualquer ligação entre os resultados da avaliação das escolas e punições dos seus agentes individuais, designadamente a quota de professores titulares e de atribuição de escalões mais elevados na atribuição de professores», refere o CNE, o órgão consultivo do Ministério da Educação presidido pelo ex-ministro da Educação Júlio Pedrosa, em parecer de 27 de Maio, hoje divulgado.

As escolas vão poder atribuir um máximo de 10 por cento de classificações de «Excelente» e 25 por cento de «Muito Bom» no âmbito da avaliação de desempenho dos professores mas só se tiverem nota máxima na avaliação externa, de acordo com recente proposta de despacho conjunto do Ministério das Finanças e da Educação.

Apenas os agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas que obtiveram «Muito Bom» nos cinco domínios que compõem a avaliação externa poderão atribuir aquelas percentagens.

Quanto ao Sistema de Avaliação da Educação e do Ensino não-Superior, o Conselho critica que se esteja a reduzir essa avaliação às escolas, ficando de fora a administração educativa. «As escolas não são organizações isoladas e não podem nesse quadro ser desligadas de uma avaliação mais global do sistema educativo e de ensino», refere o parecer.

iol

“Fenprof mente compulsivamente”


A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) garantiu ontem que cerca de 60 por cento dos alunos com necessidades especiais deixará de ter apoio no próximo ano lectivo, na sequência da reforma introduzida em Janeiro pelo Governo, e ameaça fazer queixa à UNESCO.


"Nem as crianças e jovens com limitações, problemas e dificuldades específicas escapam ao cego economicismo do Governo", pode ler-se no comunicado da Fenprof, onde se acusa o executivo de ter como objectivo a diminuição do número de alunos com apoio para "reduzir drasticamente o número de professores no sistema".

Já o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, disse à Lusa que a Fenprof "mente compulsivamente em matéria de necessidades educativas especiais", frisando não existir "nenhum instrumento de registo sobre alunos previstos para apoio em 2008/2009".

Rogério Cação, vice-presidente da Fenacerci, que representa as pessoas com deficiência mental, tem visão diferente. "Na lei anterior, os alunos com necessidades educativas especiais eram cerca de 50 mil, que incluíam deficientes, mas também aqueles com problemas comportamentais. Esta lei é mais restritiva. As crianças com deficiência, que são cerca de dez por cento dos 50 mil, têm apoio garantido. Já quanto aos restantes 90 por cento, as coisas ficam um pouco em aberto e cabe às escolas encontrar soluções criativas", afirmou ao CM.

O sindicato contesta a nova formadesinalizaçãodosalunos com direito a apoio, através da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), instrumento da Organização Mundial de Saúde, que tem gerado alguma controvérsia.

A Fenprof aponta, a título de exemplo, casos como os dos agrupamentos de escolas de Júdice Fialho (Portimão), Salir (Loulé) e Vidigueira, onde a redução do número de alunos com direito a apoio educativo atinge, respectivamente, os 77, 74 e 68 por cento. O sindicato ameaça denunciar o Estado português à UNESCO, por incumprimento da Declaração deSalamancade 1994, e expor o caso ao Presidente da República, provedor e grupos parlamentares.

Valter Lemos garante que as ameaças da Fenprof de queixas à UNESCO por causa desta matéria são recorrentes e já aconteceram em 2003, 2004 e 2007. A polémica surge na véspera de Lisboa receber um encontro internacional sobre Educação Especial.

NOTAS

Orçamento sobe

O Governo já anunciou que o investimento na Educação Especial subiu de 800 mil para 7,18 milhões de euros.

Mais 357 unidades

Escolas terão 357 unidades especializadas em autismo e multideficiência, mais 102 do que hoje.

Debate na antiga FIL

A antiga FIL recebe hoje Encontro sobre Educação especial

CM

Amordaçados pela professora


Uma professora foi afastada da escola do 1º ciclo de S. Jorge, Porto de Mós, onde dava aulas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) por ter amordaçado os alunos do 4º ano, de nove e dez anos, durante uma avaliação, para os obrigar a estar calados.


Na aula anterior à avaliação, a professora recomendou aos 21 alunos que não se esquecessem de trazer de casa um lenço – deu como exemplo os lenços de pano que os avós usam para assoar o nariz.

No início da avaliação, a professora, de carteira em carteira, atou os lenços à volta da cabeça dos alunos. Naqueles que não haviam trazido lenço, usou os casacos, cujas mangas davam um nó na boca.

O caso aconteceu na terça-feira efoi denunciado no próprio dia pela professora de turma, Alina Luís, ao Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, que afastou a professora. Ontem, já foi outro docente assegurar a aula de TIC – que integra as actividades de enriquecimento curricular.

Alina Luís confirmou ontem a situação ao CM, garantindo que o 'pequeno incidente' estava 'resolvido', escusando-se a explicar como. A mesma atitude foi tomada pela presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, Olímpia Lima, que apenas adiantou 'não haver a certeza de que tenha sido a primeira vez' que a situação ocorreu.

Segundo apurámos, Alina Luís foi alertada por alguns pais para o caso e entrou na sala de aula durante a avaliação. Foi com estupefacção que constatou que as crianças estavam amordaçadas. Só saiu da sala depois de obrigar a professora a retirar lenços e casacos da boca dos miúdos.

Os pais que se aperceberam do que a docente fez ficaram indignados, mas não chegaramatomar qualquer atitude.

'Não foi necessário agir, porque foram tomadas as medidas necessárias pela professora da turma', disse Fernanda Louro, da Comissão de Pais, adiantando que 'foi tomada a atitude certa no momento certo. Os pais acabaram por ficar tranquilos'.

Fernanda Louro, que tem dois filhos gémeos na turma, destacou o bom comportamento do grupo. 'É verdade que são um pouco faladores, mas os professores têm de os ouvir e de saber lidar com eles'.

'AS CRIANÇAS PERCEBEM QUE É ALGO DISPARATADO'

'As crianças nessa idade, quando são saudáveis, percebem que estão a viver uma situação disparatada e não resulta daí um trauma psicológico', defende Ana Maria Vasconcelos. A pedopsiquiatra diz que as consequências poderiam ser mais negativas se tivessem sido amordaçados apenas alguns alunos, discriminando-os em frente aos restantes. Por isso, prefere salientar a necessidade de pais e estudantes estarem atentos a situações destas e perceberem se um caso acontece isoladamente ou se é acompanhado de outras acções. É que situações deste tipo podem indiciar um estado depressivo ou de ansiedade do docente.

OUTROS CASOS

Fita-cola

Os pais de três alunos do 3.º ano da escola do 1.º ciclo do Salgueiral, Guimarães, processaram a professora de Inglês dos filhos por maus tratos infantis, em Abril. Acusaram a docente de castigar as crianças, sentando-as de frente para a parede e com as bocas tapadas com fita-cola, por situações de mau comportamento. O agrupamento de escolas abriu um inquérito para apurar o que se passou.

Colher de pau

Uma professora de uma turma do 4.º ano de uma escola de Góis foi acusada, em Abril, por um grupo de encarregados de educação, de puxar os cabelos às crianças e de lhes bater com uma colher de pau. Além disso, quando os alunos se portavam mal ou não faziam os trabalhos de casa de forma adequada, trancava-os na casa de banho, onde os agredia 'física e psicologicamente'.

CM

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Sintra: Câmara avança para construção urgente de três escolas

A Câmara de Sintra vai investir na construção urgente de três escolas e na ampliação de dois estabelecimentos de ensino para solucionar a ruptura na rede gerada pela falta de salas de aula no concelho.
Um decreto-Lei aprovado hoje em Conselho de Ministros atribui à Câmara de Sintra um regime excepcional de contratação de empreitadas de obras públicas, de locação ou aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços destinados à construção e ampliação de estabelecimentos escolares neste concelho.

O vereador da Câmara de Sintra com o pelouro da Educação, Luís Patrício, congratulou-se com a aprovação deste decreto-Lei, que vai permitir à autarquia construir escolas com carácter de urgência e assim solucionar a ruptura na rede gerada pela falta de salas de aulas no concelho.

Luís Patrício explicou à Lusa que o facto de o crescimento do concelho de Sintra não ter sido acompanhado na área da educação, gerou agora uma urgente necessidade de construção de equipamentos de 2º e 3º ciclos.

"O processo administrativo para a construção de novos equipamentos é demasiado moroso. Este decreto-lei surge pela urgência e necessidade de construção de equipamentos de 2º e 3º ciclos e permite maior rapidez de processos ", sustentou.

De acordo com Luís Patrício, a Câmara de Sintra vai por "mãos à obra" e assinar um protocolo com o Ministério da Educação para a construção de três escolas e para a ampliação de dois estabelecimentos de ensino, avançando a autarquia com o investimento, sendo depois ressarcida pelo ministério.

A Câmara de Sintra poderá então avançar para a construção de três escolas - em Colaride, na Serra das Minas e na Tapada das Mercês - locais de grande densidade populacional e, segundo o vereador, "zonas com alguns problemas de integração".

A autarquia pretende ainda com carácter de urgência criar valências de escola secundária nas a EB 2/3 da Terrugem e a escola Padre Alberto Neto de Rio de Mouro, com as consequentes obras de ampliação com um ou dois novos blocos de salas de aulas.

O vereador considera que a decisão de hoje representa "politicamente o reconhecimento do governo da necessidade urgente que existe no concelho de Sintra".

"A construção das escolas é urgente para combater a rotura na rede, quando as salas de aulas não conseguem ter capacidade para albergar todos os alunos que transitam para esse ano lectivo, mas só podemos avançar depois de termos os protocolos assinados com o ministério", sublinhou Luís Patrício, sem adiantar uma data para o início das obras.

"Sem este decreto-lei, nem no ano lectivo de 2009/2010 as obras teriam sido adjudicadas", disse.

Diário Digital / Lusa

Educação Especial: Fenprof apresenta queixa junto da UNESCO

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estima que cerca de 60 por cento dos alunos com necessidades especiais deixarão de ter apoio já no próximo ano lectivo, na sequência das alterações legislativas introduzidas pelo Governo.
No âmbito da reforma da Educação Especial, publicada em Janeiro, as crianças e jovens com direito a apoio passam a ser sinalizadas através da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), um instrumento da Organização Mundial de Saúde que tem levantado polémica.

Citando pareceres de entidades como a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, que considera inadequada a utilização deste instrumento no sector da Educação, a Fenprof acusa o Governo de ter apenas como objectivo diminuir o número de alunos com apoio e, dessa forma, «reduzir drasticamente o número de professores no sistema».

Com base num levantamento efectuado nas regiões Centro e Sul do país, a Fenprof aponta, a título de exemplo, casos como os dos agrupamentos de escolas de Júdice Fialho (Portimão), Salir (Loulé) e Vidigueira, onde a redução do número de alunos com direito a apoio educativo atinge os 77, 74 e 68 por cento, respectivamente.

«Nem as crianças e os jovens com limitações, problemas e dificuldades específicas escapam ao cego economicismo do Governo», acusa a federação, em comunicado.

Assim, a Fenprof garante que irá denunciar o Estado português junto da UNESCO por incumprimento de compromissos internacionais como a Declaração de Salamanca, subscrita em 1994, prometendo ainda expor o problema ao Presidente da República, Provedor de Justiça e grupos parlamentares da Assembleia da República.

Já o Ministério da Educação (ME) garantiu quinta-feira que em 2008 o orçamento do programa de investimentos do Estado para a Educação Especial vai beneficiar de um aumento de cerca de 800 por cento, passando de 800 mil euros no ano passado para 7,18 milhões de euros.

De acordo com dados da tutela, no próximo ano lectivo vão estar a funcionar nas escolas 357 unidades especializadas em autismo e multideficiência, mais 102 do que este ano, o que vai permitir apoiar mais 490 alunos com necessidades educativas especiais.

Escolas vão integrar mais 500 alunos autistas e multideficientes


Educação Especial. Secretário de Estado anunciou reforço de unidades especializadas

Fenprof revela hoje dados críticos da Sociedade de Neuropediatria

Cerca de 500 alunos autistas ou com multideficiência serão integrados, no próximo ano lectivo, em unidades especializadas nas escolas públicas, anunciou o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. No total, ficarão abrangidos 714 autistas (mais 43% do que este ano) e 1204 multideficientes (mais 30%). Os agrupamentos contarão com 137 unidades dedicadas ao autismo, quase o dobro das actuais, e 220 à multideficiência.

Valter Lemos elencou ainda outras medidas, como a formação especializada de pessoal auxiliar - que diz estar já "a decorrer" -, ou a promessa de que muitos dos 5000 docentes em funções nesta área serão integrados definitivamente no grupo da Educação Especial, actualmente restrito a 2200 profissionais. Porém, frisou que a reforma da educação especial, prevista no decreto-lei 3/2008, passa também pela "melhor identificação dos casos", defendendo a opção do Governo em usar como referencial a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), da Organização Mundial de Saúde.

De acordo com um documento entregue ontem pelo director-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, Luís Capucha, dos 49877 alunos que este ano lectivo integraram este subsistema - cerca de 3,9% de toda a população escolar -, "deverão estar a ser erradamente identificados como tendo necessidades educativas especiais de carácter permanente cerca de 27 mil".

Este tipo de estimativas tem sido criticado por especialistas em educação especial, como Miranda Correia, que numa entrevista ao DN em Fevereiro acusou o Governo de, influenciado pela CIF, excluir dificuldades de aprendizagem associadas a desordens, como a dislexia e a discalculia.

As unidades especializadas criadas nas escolas abrangem um conjunto restrito de áreas de actuação: intervenção precoce, autismo, multideficiência, cegueira ou visão reduzida, surdez. Mas Valter Lemos classificou como "uma aldrabice" a acusação de que o sistema exclui outras desordens como a dislexia, garantindo que esta é "reconhecida".

O que provoca as disparidades nos cálculos, disse, são diagnósticos "que não são verdadeiros" e problemas de aprendizagem para os quais há "outras respostas, como currículos alternativos, cursos de educação e formação ou os territórios educativos de educação prioritária".

Contactado pelo DN, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, considerou no entanto que o "erro" do Governo, ao recorrer à CIF, é precisamente a exclusão destes últimos casos: "A incidência de alunos com necessidades educativas especiais vai muito além do que está definido na CIF", disse . "E se forem acompanhados, não precisam de ser empurrados para currículos alternativos".

A Fenprof, que entregou no Parlamento um abaixo-assinado a pedir a suspensão do decreto 3/2008, promete divulgar hoje depoimentos "críticos" de entidades como a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria".
DN

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Menina de 12 anos atropelada à saída da escola


Uma menina de 12 anos morreu quarta-feira à saída da sua escola, ao ser atropelada por um autocarro da Carris. A criança saía da Escola D. José I, na Alta de Lisboa, zona da Azinhaga da Musgueira, um local sem passadeira ou sinalização e terá tido morte imediata, relata o Diário de Notícias.

Joana Santos, assim se chamava, almoçou na escola e terá saído ainda com comida na mão, a correr, cercas 14 horas, segundo conta o jornal.

Os pais terão acorrido de imediato ao local do acidente, onde rapidamente se juntou uma multidão que teve de ser dispersa pelo Corpo de Intervenção da PSP, dado o estado de exaltação entre os populares moradores da zona contra o motorista do autocarro. Uma pessoa foi detida, conta o jornal Correio da Manhã.

Os encarregados de educação das crianças da escola queixa-se da falta de passadeiras de sinalização e reúnem-se esta quinta-feira para tomarem medidas
iol

Educação: renovados contratos dos não docentes


O Governo vai renovar os contratos dos trabalhadores não docentes cujos vínculos expiram a 31 de Julho, anunciou esta quarta-feira o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, sem precisar o número de funcionários envolvidos, noticia a Lusa.

Em conferência de imprensa sobre o acordo alcançado com os sindicatos sobre a transferência da gestão do pessoal não docente para as autarquias, Valter Lemos anunciou ainda que serão abertos concursos para a contratação por tempo indeterminado dos 1.596 não docentes cujo contrato terminava a 31 de Agosto sem possibilidade de renovação.

Este é um dos pontos constantes do «memorando de entendimento» assinado hoje entre o secretário de Estado da Educação, o secretário de Estado adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, e o coordenador da Frente de Sindicatos da União Geral de Trabalhadores (UGT), João Dias da Silva.

«Este entendimento vai tornar o processo de transferência de competências para as autarquias mais eficiente e vai oferecer melhores condições aos intervenientes. Por outro lado, salvaguarda os direitos e as expectativas dos trabalhadores não docentes, que não serão beliscados com a mudança de tutela», congratulou-se Valter Lemos.

De acordo com o Ministério da Educação, são cerca de 36 mil o número de não docentes, como auxiliares de acção educativa e administrativos, cuja gestão passará a partir de Setembro para as autarquias.

iol

Portuguesa premiada por "apanhar" estrelas

Uma estudante portuguesa do 12º ano e a sua professora da área de projecto foram distinguidas com o segundo prémio de um concurso internacional, na área da astronomia - "Catch a Star".

A competição internacional é organizada anualmente pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e pela Associação Europeia para a Educação em Astronomia e destina-se a motivar os jovens para esta área científica.

Andreia Nascimento e a sua professora Leonor Cabral, da Escola Secundária da Cidadela de Cascais, foram informadas há pouco mais de uma semana pela instituição internacional da distinção do seu trabalho.

Mas, afinal, em que consistiu o projecto da jovem portuguesa? Simples: na observação, através de dados do Telescópio Faulkes, situado no Havai, de enxames de estrelas abertos em redor de estrelas tipo O. Estas são muito jovens e brilhantes. Segundo Andreia Nascimento, de 19 anos e a frequentar o 12º ano da área de ciências e tecnologia, "por essas estrelas serem jovens há a possibilidade de estarem no enxame aberto que lhes deu origem; e por serem muito brilhantes, é bastante difícil estudar o que está à volta delas". Andreia já concorre desde o 7º ano ao "Catch a Star".

Em 2007 viu o trabalho que apresentou merecer referências de mérito. Alguns outros alunos têm também participado em projectos enquadrados pela professora Leonor Cabral, cuja formação é precisamente na área das ciências físico-químicas.

Há três anos, os alunos receberam como prémio a visita de um astrónomo do Observatório Europeu do Sul, que a Europa mantém no deserto do Paranal, no Chile. A estudante agora distinguida não decidiu ainda qual o curso a seguir - talvez Engenharia de Reabilitação e Acessibilidades Humanas, diz ao JN. Na astronomia, o que a seduz realmente "é descobrir coisas novas sobre o Universo", remata a premiada.

Docentes defendem colega acusada


O julgamento da professora acusada de agressões físicas e psicológicas a três crianças na escola EB 2/3 de Condominhas, no Porto, entre 2002 e 2004, caminha para o fim. Ontem, a juíza marcou para 26 de Junho as alegações finais, numa audiência mais uma vez marcada pelo depoimento das testemunhas de defesa da docente que a catalogam como incapaz de ter maltratado os alunos.


Na próxima sessão será novamente ouvida a arguida e uma testemunha que por motivos de saúde não pode comparecer em tribunal.

Ontem, a presidente do Conselho Executivo do agrupamento escolar de Lordelo do Ouro afirmou que nunca "constou na escola que a professora agredisse os alunos" e acrescentou que ouviu a mãe de uma das crianças queixosas a dizer que só "descansaria quando a professora deixasse a escola".

Em relação a uma situação descrita na acusação, em que duas alunas se envolveram num confronto físico, que terá sido resolvido pela professora com um puxar de orelhas a uma das meninas, a presidente doConselho Executivo disse ter assistido mas ter na altura desvalorizado.

"Vi uma grande confusão, mas como a professora estava lá não dei muita importância. Uns dias mais tarde como se falou na escola que teria existido uma agressão fui ter com a menina e ela disse que tinha sido a professora a fazer-lhe a ferida na orelha", disse a testemunha, acrescentando que nesse momento "como o penso estava muito sujo e a cair, tirei-o e vi que não tinha nada. Aí a miúda disse que a ferida já tinha sarado".

Outro momento importante ocorreu quando foi ouvida uma professora da escola da Pasteleira, para onde uma das alegadas vítimas foi transferida depois das agressões. Numa sessão anterior, uma docente da mesma escola e que acolheu o aluno disse que este tinha sempre um gesto defensivo quando se aproximava dele. "Nunca assisti a isso", contrapôs a professora.

PORMENORES

CINCO ANOS

Acusada de três crimes de maus tratos a menor, arrisca uma pena de cinco anos de prisão.

AGRESSÕES

Bofetadas, unhadas, puxões de orelhas e palmadas fazem parte do rol de agressões.

CM

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sócrates diz que deixa um marco na Educação


O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou esta quarta-feira que o combate a prazo às desigualdades faz-se pela melhoria do nível de qualificação dos cidadãos, área em que disse que a política educativa do Governo já deixou um marco, noticia a agência Lusa.

As palavras do primeiro-ministro foram proferidas numa sessão no âmbito do Fórum Qualificação 2008, no Centro de Congressos de Lisboa, que também contou com a presença da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

No seu discurso, feito de improviso, José Sócrates nunca se referiu directamente à polémica política em torno da evolução das desigualdades sociais em Portugal.

«Não serão [os privados] que irão lutar contra a pobreza», diz Soares
Pobreza: «O maior embuste da sociedade portuguesa»

No entanto, o primeiro-ministro salientou que o número de alunos em cursos profissionalizantes cresceu de 30 mil em 2005 para 80 mil em 2007.

De acordo com a estimativa de José Sócrates, no próximo ano lectivo, o número de vagas em cursos profissionalizantes no 10 ano de escolaridade aumentará de 30 para 42 mil (mais 60 por cento), o que permitirá a Portugal atingir a meta internacional de ter uma oferta de 50 por cento de estudantes em cursos profissionalizantes.

«O abandono escolar vence-se com o aumento da oferta dos cursos profissionalizantes. O abandono escolar é a maior chaga social», apontou o primeiro-ministro, que se referiu depois em concreto ao tema das desigualdades.

«Se nós queremos melhorar a igualdade em Portugal, temos de melhorar a qualificação dos portugueses. Os cursos profissionalizantes e o programa Novas Oportunidades, que é frequentado por 400 mil portugueses, são ferramentas essenciais», sustentou.

José Sócrates advogou a seguir a tese de que as desigualdades essenciais, traduzidas sobretudo nas diferenças de rendimentos, «resultam principalmente entre aqueles que têm ou não têm o nono ano de escolaridade».

Outra mensagem do discurso do primeiro-ministro foi a rejeição da desvalorização que no passado se fez em Portugal dos cursos profissionalizantes.

«¿Não aceito essa desvalorização. Todos os que escolherem a via profissionalizantes escolheram bons cursos. No final 12º ano de escolaridade terão uma dupla certificação profissional e académica», defendeu.


iol

Encontro sobre Educação Especial

A Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) promove, no dia 7 de Junho, no Auditório I do Centro de Congressos de Lisboa, o Encontro Temático – Educação Especial, que contará com a participação do director da Agência Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial, Cor Meijer, de peritos, estrangeiros e nacionais, que têm vindo a desenvolver, nos últimos anos, um trabalho aprofundado de investigação no âmbito da educação inclusiva.

O evento tem como principais objectivos apresentar actuais políticas e identificar indicadores para o desenvolvimento da educação inclusiva; reflectir sobre o contributo da Classificação Internacional de Funcionalidade - Crianças e Jovens (CIF-CJ) na organização de serviços para crianças e jovens; e perspectivar a CIF-CJ como referencial no planeamento e na articulação entre serviços da educação, saúde, segurança social e formação profissional.

O programa prevê temas centrais como "Políticas e Qualidade em Educação Inclusiva", "O Contributo da CIF-CJ na Educação Inclusiva e na Organização de Serviços" e a "CIF-CJ como Referencial no Planeamento e Monitorização da Intervenção".

Esta iniciativa tem como destinatários os profissionais dos serviços da educação, da saúde, da segurança social e do emprego e formação profissional.

Read this doc on Scribd: progm fim port

Na senda de DARWIN


Para comemorar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e os 150 da publicação do seu livro «A Origem das Espécies» que têm lugar em 2009, o jornal Ciência Hoje (www.cienciahoje.pt) vai lançar, em colaboração com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica -, um concurso dirigido aos estudantes que em Setembro de 2008 estejam no 10º, 11º e 12º anos das escolas de todo o País. O concurso chama-se «Na Senda de Darwin».


A equipa vencedora terá como prémio três cruzeiros (mais um para um professor acompanhante) nas Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico, onde Darwin passou pouco mais de um mês em 1835 e onde fez observações que foram importantes para a elaboração da sua Teoria da Evolução das Espécies. A viagem inclui ainda uma visita de alguns dias ao Equador a que as Galápagos pertencem administrativamente.

A viagem dos vencedores terá lugar nesse mesmo ano de 2009, entre 5 e 15 de Abril . Para saber tudo, introdução, regulamento, as seis divertidas provas de que consta o concurso e ficha de inscrição ver «Na Senda de Darwin» em Ciência Hoje.

As equipas devem fazer a sua inscrição até 30 de Junho de 2008. Este é o primeiro factor de desempate caso haja equipas em igualdade pontual no fim da 1ª fase. A data limite de inscrição é 15 de Setembro de 2008.

Sindicato dos Professores quer redução do subsídio a colégios privados de Coimbra

O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) defendeu hoje uma redução do número de alunos dos colégios privados de Coimbra subsidiados pelo Estado e reclamou melhor transporte escolar para os estudantes do público.

"Nos últimos três, quatro anos, não há uma redução do número de turmas (do sector privado) subsidiadas pelo Estado", afirmou Luís Lobo, dirigente do SPRC. Luís Lobo critica o facto de "a redução global de alunos no ensino obrigatório não se reflectir no financiamento dos estabelecimentos privados" em Coimbra.

"A DREC prepara-se para negociar a rede e a distribuição das turmas para os 2º e 3º ciclos e ensino secundário, para o ano 2008/09, sem que os colégios da cidade e da cintura do concelho percam o que têm tido nos últimos anos", refere o SPRC, numa nota, no seguimento de uma reunião com a DREC.

O Estado - afirmou Luís Lobo - "pouparia muito dinheiro, porque as escolas públicas têm actualmente condições para garantir a frequência de todos os alunos, incluindo os que estão no privado". Na opinião do dirigente sindical, outro dos factores que têm contribuído para a "perda de alunos" do público para o privado é o transporte escolar. "Há alunos, por exemplo de Taveiro ou de Eiras, que para poderem frequentar uma escola do centro da cidade têm de apanhar dois autocarros", criticou, frisando que, em contrapartida, "os colégios privados vão buscar as crianças a casa".

O SPRC solicitou uma reunião à Câmara de Coimbra, para discutir o acesso dos cidadãos aos transportes escolares, a rede pública dos estabelecimentos de ensino e a Carta Educativa.

Por sua vez,o presidente da câmara, Carlos Encarnação, questiona se a criação de transportes escolares dos alunos das escolas EB 2/3 da periferia para o centro da cidade não favorecerá o encerramento das "escolas comunitárias", da área de residência."Que racionalidade fazemos em defesa das escolas comunitárias ao dar o transporte para virem para o meio da cidade?", sustentou o autarca. Na reunião com a DREC, terça-feira passada, o SPRC recebeu, por outro lado, a garantia de que na transferência de alunos das escolas EB1 para as EB 2/3 do concelho de Coimbra, no próximo ano lectivo, serão salvaguardas as questões de segurança das crianças abrangidas.

Escolas públicas superam privadas

A modernização tecnológica conheceu um avanço assinalável no ensino público português, deixando, à distância, os investimentos feitos no privado. Em 2007, quase 80% das escolas estatais tinham PC, contra 23% no sector privado.

A prova está num estudo elaborado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, referente ao ano lectivo 2006/07. Nele fica-se a saber que 77% dos estabelecimentos de ensino oficial dispunham, àquela data, de computadores, contra 23% no ensino privado. Por isso, a relação alunos/computador era de 10,3 para o ensino público, contra os 6,5 para o ensino particular. O estudo pretende ser "um contributo para o aprofundamento do conhecimento sobre o processo de generalização das tecnologias da informação e comuniacção nos estabelecimentos de educação e ensino". Numa análise à relação alunos/computador por natureza do estabelecimento e nível de ensino, fica-se a saber que a média de 10,3 no ensino público era superada no 1.º ciclo, em que passava a ser de 15,1. A média mais baixa dizia respeito ao Secundário, cuja relação alunos/computador era de 8,1, um valor muito superior aos 4,4 no mesmo nível de ensino nos estabelecimentos privados. Ali, era o 2.º ciclo que dispunha da média mais elevada: 9 alunos por computador. Se se analisar a relação alunos/computador com ligação à Internet, também aqui o ensino oficial apresentava uma média superior à do ensino privado: 12,8 contra 7,6. Curioso é notar que é o 1.º ciclo, quer do ensino oficial quer do privado, o nível de ensino em que a relação era mais elevada: 22,4 e 11,7 alunos por computador, respectivamente. Quando se perspectiva o parque informático existente nas escolas, verifica-se que 77% dos estabelecimentos de ensino oficial estavam equipados, contra 23% do particular. Olhando para as escolas públicas, o 3.º ciclo era o detentor da melhor média (31%), sendo o Pré-Escolar o nível que se apresentava pior equipado (5%). Já no ensino privado, o Ensino Secundário foi privilegiado em investimentos (39%), sendo o mais fraco o 2.º ciclo (8%). Uma pergunta se impõe: quais as finalidades a que se destinam os computadores nos estabelecimentos de ensino? Dos 151064 computadores existentes em todas as escolas portuguesas, a maioria (122019) destinava-se a fins pedagógicos, sendo os restantes utilizados para fins administrativos. A maioria dos equipamentos eram não portáteis (127307). Outro dado ainda: dos 151064 computadores existentes nas escolas do país, 86865 tinham mais de três anos. Para além de computadores, o estudo procurou conhecer a existência de outros equipamentos nas escolas. Assim, a maioria dos estabelecimentos (89%) dispunha de impressora. De resto, apenas uma minoria tinha datashow/projector digital (20%) e quadros interactivos (5%). Numa análise por tipo de estabelecimento de ensino, verifica-se que havia uma média de quatro impressoras por cada escola pública e uma por cada escola privada. Quanto a quadros interactivos, a média é semelhante para escolas públicas e privadas : um por estabelecimento. O estudo demonstra, ainda, que dos 115273 computadores com ligação à Internet instalados nas escolas, a maioria (92880) destinava-se a fins pedagógicos. Apenas 39% dos estabelecimentos utilizavam regularmente o correio electrónico.

JN

terça-feira, 3 de junho de 2008

Rede Escolar prevista para 2008/2009 - Alentejo

A Rede Escolar prevista para 2008/2009 é a constante nos mapas de Reajustamento da Rede Escolar - Ensino Básico e Secundário.
Terá que, no entanto, ser tido em conta o seguinte:
1. O número de turmas constantes dos mapas tem carácter previsional, decorrente da informação disponível neste momento. Contudo, a constituição de turmas decorre da aplicação do disposto no Despacho n.º 14026/2007, de 3 de Julho.
2. A oferta relativa aos Cursos Profissionais e Cursos de Educação e Formação de cada escola é a que consta na Plataforma Sigo, depois da respectiva homologação.
3. Para validar a oferta referente aos Cursos Científico-Humanísticos e Tecnológicos devem as escolas preencher a oferta para 2008/2009 na Plataforma SIGO."


I Fórum Estudante em Braga


Os alunos do 3.º ciclo e do secundário são chamados a pronunciar-se sobre o actual estado do sistema educativo.

A cidade de Braga acolhe na próxima quarta-feira o I Fórum Estudante. Organizado pelo investigador José Precioso, do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, o encontro pretende "dar voz aos alunos e auscultar as suas sugestões".

Baseando-se nas estatísticas sobre o insucesso escolar no 3.º ciclo e secundário, José Precioso defende que "grande parte da responsabilidade por este estado de coisas é do Ministério da Educação". No passado ano lectivo, a percentagem de reprovações no 3.º ciclo foi de 21%. O investigador acredita que este "é um fenómeno em expansão".

Pôr os alunos a dar a opinião sobre o actual estado do ensino, propondo soluções concretas para o melhorar, é o objectivo do I Fórum Estudante, que se realizará no Instituto Português da Juventude, em Braga. No encontro, serão apresentados alguns dados sobre as questões relacionadas com o insucesso escolar, que servirão de ponto de partida para a discussão entre os alunos.

Baseando-se na experiência colhida junto de associações de professores e investigadores na área, José Precioso faz o diagnóstico e avança com uma série de propostas para baixar a taxa de insucesso. São vários os factores que o investigador aponta como causas para o insucesso: elevada quantidade de disciplinas, excesso da carga horária, peso de conteúdos relacionados com a memorização, falta de relação entre os conteúdos e a vida, provas de avaliação mal elaboradas.

Por isso, José Precisoso sugere, entre outras medidas, o fim dos exames do 9.º ano, uma aposta nos trabalhos práticos e a redução do número de disciplinas.

Os alunos são chamados a pronunciar-se sobre esta abordagem, numa reunião cujas conclusões serão endereçadas ao Ministério da Educação