segunda-feira, 10 de novembro de 2008

ESCOLA SEVERIM DE FARIA (Évora) PEDE SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO

Os professores da Escola Secundária de Severim de Faria, em Évora entregaram, em 29/10/2008, ao Conselho Pedagógico da escola, uma moção, assinada pela esmagadora maioria dos docentes (70 assinaturas em cerca de 90 professores) pedindo a suspensão deste modelo de avaliação, que consideram desadequado e criador de enormes injustiças.
Os professores exigem um modelo de avaliação mais adequado à verdade do seu trabalho e, principalmente, que os deixem fazer aquilo para que têm formação e gostam de fazer: ensinar os seus alunos.



domingo, 9 de novembro de 2008

José Sócrates lamenta “oportunismo político” da oposição na avaliação dos professores

O secretário-geral do PS, José Sócrates, lamentou hoje, em Coimbra, o “oportunismo político” dos partidos da oposição, sobretudo do PSD, nas reacções à manifestação de dezenas de milhares de professores sábado em Lisboa, contra o processo de avaliação.

Intervindo no XIII Congresso Distrital do PS de Coimbra, José Sócrates considerou “lamentável o oportunismo dos partidos”, que “devem servir para defender o interesse do geral do país e não para se colarem a reivindicações corporativas na esperança de ganhar uns míseros votos”.

“Os partidos da oposição sem tema e sem discurso andam à procura é de qualquer manifestação ou descontentamento para então poderem liderar. O que ficou visível foi que os partidos fizeram um lamentável aproveitamento político da manifestação”, criticou o dirigente socialista e líder do Governo.

“Já não esperava nada dos partidos à nossa esquerda, que têm a habitual estratégia do protesto. Mas que o principal partido da oposição, que ainda há uns meses atrás aquando da outra manifestação dizia ao PS que se recuasse era um vergonha, venha agora dizer que o Governo deve recuar...”, enfatizou José Sócrates, bastante aplaudido pelos congressistas.
Salientando que o Governo se mantém firme para “defender o interesse nacional”, o secretário-geral do PS afirmou que a “avaliação de professores é essencial para que [se possa] garantir um sistema justo e também uma escola pública de qualidade que se orgulhe dos seus professores”.

“O que é que o maior partido da oposição quer? Que o Governo desista da avaliação, que voltemos à situação da promoção automática, à situação em que os professores são todos iguais, não é possível distingui-los”, interrogou.

“Tenho a certeza que todos compreendem que o pior que existia em Portugal era o sistema que se baseava apenas na promoção automática”, sublinhou, convicto de que “o perfil da situação social dos professores será melhorado quando os portugueses souberem que, tal como outros profissionais, também eles são avaliados”. Para José Sócrates, o modelo de avaliação é “acto de justiça e de reconhecimento”.

Na sua intervenção, o líder socialista não poupou também os sindicatos de professores, a quem acusou de não respeitaram o memorando de entendimento assinado este ano com o Ministério da Educação. “O que eu pergunto é se será pedir demais aos sindicatos que cumpram este acordo, que honrem a palavra que deram, a assinatura que puseram neste memorando”, questionou Sócrates, exibindo o documento perante o congresso.

Insistindo no assunto, questionou ainda se “será possível o Governo fazer um entendimento com os sindicatos e passados uns meses uma das partes pôr em causa aquilo que assinou”.

“Será que é isso que a sociedade portuguesa deseja, isso honra essa parte? Pior ainda é que chegamos à conclusão que alguém assinou com intenção de não cumprir”, acrescentou Sócrates, referindo que o país precisa de “entendimentos, de negociações e de compromissos, que são para ser honrados”.

Durante o seu discurso, várias vezes interrompido com salvas de palmas, o secretário-geral do PS adiantou que existem já 20 mil professores avaliados, tendo 1400 sido considerados “muito bons e excelentes”.
Fonte: Público

Coordenadora da DREN, em Viana do Castelo, intimida executivos e professores

É público que os Professores do País estão em luta contra a irresponsabilidade e o maquiavelismo da actual maioria, empenhada em permanente propaganda enquanto a pobreza do e no país cresce.

São evidentes os tiques pidescos da actual maioria, que tenta matar tudo o que à volta não concorda com o que fazem. Ninguém esconde que se vive em Portugal num ambiente de desconfiança de uns nos outros, de medo em afirmar o que se pensa e de opressão. Tudo isto é possível porque o actual governo encheu toda a administração pública de gente sem carácter, muita da qual roça a acefalia, cobarde, mas que à voz do dono se mostra assanhada e exibe dentes e garras para atacar. São os boys and girls, os empregados pelo poder PS, os beneficiários de favores do PS no poder, as filhas dos autarcas, os sobrinhos dos empresários que negoceiam com esta podridão que esmaga a democracia e oprime o que têm carácter, coluna e jamais vergonha de ser honestos.

Depois dos casos públicos de perseguição, agora, em Viana do Castelo, a Coordenadora da Equipa de Apoio às Escolas, cujo desempenho tem gerado mais troça que seriedade, dirigiu-se ao órgão executivo da escola Frei Bartolomeu dos Mártires para identificar o professor que interveio na Reunião Geral de Professores daquela escola, propondo a aprovação de um manifesto contra o actual estatuto docente e respectivos regulamentos, em particular o sistema de avaliação de professores.

Onde quer esta senhora chegar? Portugal ainda dorme?
Quem é esta gente que, por terem uma maioria parlamentar, se assumem donos do poder, da verdade única, do pensamento e do Estado (vergonhoso, ao que chegou)?

Não conheço esse professor ou professora, mas, pela coragem que revelou, imagino que ele (a) também andará por aí, certamente de cabeça erguida, o que a tal coordenadora não deverá certamente poder fazer, pelo que se vê.

ACORDEM! Portugueses, NÃO TENHAIS MEDO! Só os fracos usam o poder e os tachos do poder para se afirmarem.

Aos Professores peço que continuem, como eu fiz em tempo, a cumprir como sempre fizeram a missão nobre de educar. Pena é que alguns dos que pela escola passaram tenham virado tiranos e ficado mais cegos do que eram com o engano em que vivem no exercício de cargos: pobres espíritos! O futuro é pai e médico atento.

Jamais os professores devem silenciar o que pensam, pois são classe à qual se exige reflexão crítica e intervenção pública, mais ainda em educação.

Só quem não é capaz de pensar por si julga ser possível delito de opinião.
Onde pára a comunicação social? Há medo também neste meio?
O que faz o Provedor de Justiça? E o ministério público? E os deputados da nação?

DENUNCIE-SE!!!!

Tomada de posição de alguns PCE


Link: Tomada de posição de alguns PCE

Sindicatos convocam greve para Janeiro

A Plataforma sindical de professores convocou hoje uma greve nacional para 19 de Janeiro de 2009. Discursando perante milhares de docentes no Terreiro do Paço, em Lisboa, o secretário geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou que os sindicatos decidiram suspender a participação na comissão paritária de acompanhamento do processo de avaliação de escolas. A plataforma sindical vai também apoiar, a nível jurídico inclusive, as escolas e agrupamentos que decidam suspender a avaliação. Entretanto, a ministro da Educação já comentou o protesto.

Na sua intervenção, o dirigente da Fenprof anunciou a realização de mais protestos de rua, nas capitais de distrito, para o fim do mês: 25 a Norte, 26 no Centro, 27 na Grande Lisboa e 28 no Sul. Está ainda na agenda dos professores a realização de uma “marcha pela educação” ainda neste ano lectivo, que englobe docentes, pais e alunos.

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, assegura que o processo de avaliação de professores é para continuar, e que a manifestação de professores em Lisboa não a vai fazer voltar atrás, uma vez que são os sindicatos que estão a desrespeitar a lei e a não cumprir i memorando de entendimento que assinaram com o Governo.

“Este processo foi amplamente discutido com os sindicatos e é o resultado de uma negociação. O modelo de avaliação que existia nivelava os professores por baixo e este assegura uma descriminação positiva, em que os melhores são distinguidos”, afirmou a ministra numa declaração prestada na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), no Porto, ao mesmo tempo que dezenas d emilhares de professores desfilavam nas rtuas de Lisboa.

“Este não é o meu pior dia. Já tive um dia pior, o da greve aos exames”, afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, que garante que a avaliação que “no ano passado abrangeu 20 mil professores - e onde 7 por cento obteve nota de muito bom ou excelente – é para prosseguir, pois esse é o interesse do País”.

Fonte: Correioda Manhã

sábado, 8 de novembro de 2008

Ministra não vai recuar no modelo de avaliação de professores

A ministra da Educação reafirmou hoje que não vai recuar no sistema de avaliação do desempenho de professores, mesmo com dezenas de milhares de professores a contestar a sua política educativa. Numa reacção à manifestação que decorre em Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues lamentou que os sindicatos do sector venham para a rua criticar o modelo de avaliação que resultou de um entendimento com o ministério.

Numa conferência de imprensa agendada pela própria ministra, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que, apesar da manifestação nacional de hoje reunir mais uma vez dezenas de milhares de professores, o seu ministério tem um objectivo muito claro e uma única preocupação, que “o processo de avaliação continue a processar-se nas escolas”.

Para a ministra, “é essencial garantir a qualidade do sistema de ensino, que permita distinguir aqueles que são os melhores professores”. “É esse o objectivo, que o modelo de avaliação se concretize”, reforçou.

A responsável sublinhou que a manifestação de hoje é de longe o momento mais preocupante do seu mandato no Ministério da Educação, lembrando a greve aos exames nacionais, em 2005, como o período “mais difícil”, mas que “foi ultrapassado”.

Salientando que não se pode “perder a noção do que é o interesse do país”, Maria de Lurdes Rodrigues lamentou que os mesmos sindicatos que hoje estão a manifestar-se contra a política do seu ministério tenham sido os mesmos que no final de várias reuniões com a tutela tenham chegado a um entendimento sobre o modelo de avaliação.

“Estão criadas condições institucionais e legais para que se concretize a avaliação. Não tem sentido para mim falar de outro modelo de avaliação. Este foi negociado durante mais de dois anos. Este modelo não saiu de uma cartola, foi negociado com os sindicatos em mais de 100 reuniões”, insistiu, dizendo esperar que “os sindicatos cumpram o que foi acordado”.

A ministra admite que se trata de um processo “difícil”, mas defende que o anterior modelo de avaliação “era injusto” e “não permitia distinguir”. “Temos que continuar a procurar soluções. A minha disponibilidade é para apoiar as escolas e os professores que querem concretizar a avaliação”, acrescentou.

Maria de Lurdes Rodrigues reconhece que é “exigido muito trabalho e sacrifício” aos professores, mas que essa exigência não está relacionada com o processo de avaliação de desempenho. Nesta questão, a ministra frisa que é apenas pedido aos docentes o preenchimento de uma ficha, afirmando não compreender os argumentos dos sindicatos.

A ministra assegurou que vai continuar a “apoiar as escolas e professores que querem distinguir-se como os melhores”, através de um “modelo que apenas discrimina positivamente”. “Suspender [o processo de avaliação] significa desistir e eu não desisto”, rematou.
Fonte: Público

Posição de José Matias Alves ex-membro do Conselho Científico para a Avaliação de Professores

Envio a posição de José Matias Alves ex-membro do Conselho Científico para a Avaliação de Professores. Demitiu-se em 20 de Outubro de 2008.

TEXTO DE JOSÉ MATIAS ALVES ( ex elemento da CCAP )

Quinta-feira, Outubro 30, 2008

8 de Novembro

Sempre pensei e escrevi e disse que este modelo de avaliação de desempenho era impossível. Sempre pensei e escrevi e disse que era desejável que este ano lectivo se seguisse a recomendação nº 2 do CCAP. Porque permitia às escolas e aos professores organizarem-se numa outra lógica de acção: mais sensata, mais económica, mais holística. Com, provavelmente, menos danos colaterais. Com menos falsificações. Com menos faz-de-conta. Não que se resolvesse o problema de fundo. Mas, a meu ver, atenuava-se e poderia permitir ambientes mais respiráveis até uma revisão obrigatória para o 2º ciclo avaliativo. Que vai ser inevitável.

Agora, um número indeterminado de escolas e de docentes vivem na asfixia. Na maldição do tempo. Na invenção de realidades. Na fuga. Na revolta mais ou menos latente. A raiar o esgotamento e a desmotivação. Não serão todas. Mas serão, provavelmente, a maioria.

E isto causa dilacerantes problemas éticos. Ameaças identitárias cujos impactos no ser e estar na profissão são muito difíceis de prever. Ninguém está a ganhar nestes ambientes. Todos estão a perder. Os alunos, as famílias, os professores, as escolas. Em última análise, o próprio Ministério. Obviamente.

Salvam-se apenas aquelas (suponho que poucas) escolas que tiveram a inteligência (e alguma ousadia) de colocar os alunos primeiro. De centrarem a acção e o tempo dos professores na tarefa de ensinar e de avaliar o resultado da sua acção profissional. De criarem dispositivos de securização.

Como professor que procura ler e compreender o que (não) se passa, não posso deixar de compreender as razões e os sentimentos que vão levar os professores e educadores a Lisboa no dia 8 de Novembro (no que à avaliação de desempenho diz respeito). E de desejar que um compromisso seja possível em nome do mais importante: as pessoas e as suas aprendizagens.

Docente anuncia desespero no jornal

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Mona Vazia...

Sindicatos apelam a professores para ignorarem mensagens a dizer que avaliação foi suspensa

O porta-voz da Plataforma Sindical dos Professores, Mário Nogueira, apelou hoje aos docentes para "ignorem as mensagens de telemóvel e emails" que alegadamente estão a circular desde ontem, onde se afirma que a avaliação dos professores foi suspensa. Para amanhã está marcada uma manifestação em Lisboa.

"É mentira, faz parte de uma estratégia que visa confundir as pessoas", afirmou ao PÚBLICO Mário Nogueira.

Segundo o responsável, as mensagens começaram a circular ontem, algumas dizendo que a avaliação foi suspensa pelo Ministério da Educação e outras que os sindicatos tinham interposto uma providência cautelar para suspender o modelo criticado pelos professores.

Mas Mário Nogueira sublinha que "só é possível recorrer à providência cautelar quando há ilegalidades e aqui o problema é que a lei que está a ser cumprida é má".

O sindicalista considera "importante que as pessoas não se deixem confundir. A força dos professores advirá de quantos estiverem amanhã [na manifestação] em Lisboa".
in http://www.publico.clix.pt/

TODOS NO DIA 8 DE NOVEMBRO

A Federação Nacional dos Professores, FENPROF, representada por alguns elementos do seu Secretariado Nacional, e 3 Movimentos de Professores (APEDE, MUP e Promova), representados por alguns professores mandatados para o efeito, reuniram na noite do dia 29 de Outubro de 2008, em Lisboa, com o objectivo de trocarem impressões sobre a situação que se vive hoje nas escolas portuguesas, as movimentações de professores que resultam da necessidade de enfrentar a ofensiva sobre a escola pública (e os professores em concreto) que este Governo continua a desenvolver e, concretamente - conforme constava da iniciativa que estes 3 Movimentos tomaram ao solicitar este encontro à FENPROF - , serem explicitados os motivos que levaram à convocatória de uma iniciativa pública de professores marcada para o próximo dia 15 de Novembro.

Em relação à análise da situação hoje vivida nas escolas portuguesas, às causas e objectivos dos grandes factores de constrangimento a uma actividade lectiva encarada e desenvolvida com normalidade, e à ideia de ser imprescindível pôr cobro de imediato aos principais eixos da política educativa levada a cabo por este Governo, verificou-se uma grande convergência de opiniões entre todos os presentes, nomeadamente quanto:

· à mensagem que é necessário transmitir, para todos os sectores da sociedade civil, de que a luta actual dos professores não é movida por meros interesses corporativos, já que reflecte antes uma profunda preocupação com o futuro da escola pública e com as condições indispensáveis a uma dignificação da profissão docente enquanto factor indispensável a um ensino de qualidade

· ao repúdio, veemente e inequívoco, deste modelo de avaliação do desempenho docente, à necessidade de incentivar e apoiar todas as movimentações de escola que conduzam à suspensão imediata da sua aplicação e à urgente perspectiva de se abrirem negociações sobre outras soluções alternativas, que traduzam um novo modelo de avaliação, tanto mais que sucessivos incumprimentos do ME do memorando de entendimento que foi forçado a assinar no ano lectivo anterior com a Plataforma de Sindicatos praticamente o esvaziam de conteúdo e a delirante investida na alteração da legislação sobre concursos mais não faz do que confirmar

. à recusa dos princípios fundamentais em que assenta o Estatuto de Carreira Docente imposto pelo ME aos professores, nomeadamente a criação de duas carreiras, a hierarquização aí estabelecida e os constrangimentos ao acesso e à progressão na carreira, apontando-se também a divisão arbitrária e injusta da carreira como um factor que condiciona e desacredita as soluções ao nível de avaliação do desempenho docente e não só, pelo que urge a abertura de processos negociais tendentes à sua profunda revisão;

· à rejeição de um modelo de gestão e administração escolares que visa, essencialmente, o regresso ao poder centralizado de uma figura que foge ao controlo democrático dos estabelecimentos de ensino e se assume unicamente como representante da administração educativa nas escolas.

Por último, os representantes das estruturas, assim reunidos, reafirmam a sua intenção de tudo fazerem no sentido da convergência das lutas, para incrementar e reforçar a unidade entre todos os professores e em defesa da Escola Pública.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

De que adianta o Magalhães e os quadros interactivos, se os alunos não sabem sequer a tabuada?...

Vote-se em políticos destes.
Nada como outra maioria absoluta. Afinal, um mal nunca vem só.

No que toca ao tema, para completar a inépcia, ou idiotismo, para ser mais vernáculo, basta entregarem Magalhães à escola e adicioná-los aos quadros; assim se junta o k pouco faz ao k não funciona.

No final conclui-se k sem tais artefactos o ensino seria diferente, já k ninguém dirá q com papas e bolos se enganam os tolos, ou k o rei vai nu.

De k adianta o Magalhães e os quadros interactivos se os alunos não sabem sequer a tabuada.
Aliás, ninguém lhes pode exigir nada.
Afinal daqui a uns anos eles votarão.

Acham que os filhos dos políticos não são obrigados a saber a tabuada?

6x2, dezoito.
Vi.
Li.
Só depois de realizada a complexa operação numa CASIO gráfica é que deu 12. Ao k outro concluiu k na dele tb dava 12.
Vá lá.
Os japoneses fazem boas máquinas.
É que há uns anos apostaram na educação e obrigaram os alunos a saber ler, escrever, contar e pensar.

Avaliação de Desempenho...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Conteúdo - O que é a Célula; Tipos de Células

A célula é a unidade básica da vida. É constituída por diversas estruturas celulares (organitos celulares), como por exemplo o núcleo, citoplasma e membrana nuclear. Existe uma grande diversidade de células (tamanho, forma, complexidade).
O núcleo é um organito muito importante, ele assegura o bom funcionamento da célula (é o "cérebro"). O citoplasma é constituído por água e contém os restantes organitos celulares (mitocôndrias, complexo de golgi, retículo endoplasmático, etc...), a água é fundamental, pois as reacções químicas nos seres vivos só se dão em meio aquoso (em água). A membrana celular controla a entrada e saída de substâncias da célula e também lhe dá forma.

As células podem-se classificar em Procariotas ou em Eucariotas.

Quando a vida apareceu na Terra, apareceu na sua forma mais simples, seres unicelulares procariontes, como por exemplo a cianobactéria ("alga azul"), que aparece nas águas não tratadas.

As células procariotas são células simples cujo núcleo não está delimitado por uma membrana nuclear.
Os seres procariontes como as bactérias e a cianobactéria, deram origem a seres unicelulares cuja célula era mais complexa, ser procarionte-célula procariota.



Diferença entre célula animal e vegetal
Como sabes, os vegetais realizam a fotossíntese, os animais não. Como tal as células vegetais têm estruturas especializadas para a fotossíntese, são os cloroplastos. A célula vegetal tem parede celular, para além da função de controlar o que sai e entra na célula, dá-lhe também estrutura. As células vegetais têm também vacúolos. Os restantes organitos são comuns aos dois tipos de células, com excepção dos centríolos que fazem parte da constituição das células animais.






Powerpoint - Organização Celular


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Lamento profundamente a verdade!

Exma. Senhora Ministra da Educação

Um dia destes colocaram, no placard da Sala dos Professores, uma lista dos nossos nomes com a nova posição na Carreira Docente. Fiquei a saber, Sr.ª Ministra, que para além de um novo escalão que inventou, sou, ao final de quinze anos de serviço, PROFESSORA.

Sim, a minha nova categoria, professora!
Que Querida! Obrigada!
E o que é que fui até agora?

Quando, no meu quinto ano de escolaridade, comecei a ter Educação Física, escolhi o meu futuro. Queria ser aquela professora, era aquilo que eu queria fazer o resto da minha vida. Ensinar a brincar, impor regras com jogos, fazer entender que quando vestimos o colete da mesma cor lutamos pelos mesmos objectivos, independentemente de sermos ou não amigos, ciganos, pretos, más companhias, bons ou maus alunos. Compreender que ganhar ou perder é secundário desde que nos tenhamos esforçado por dar o nosso melhor. Aplicar tudo isto na vida quotidiana.

Foi a suar que eu aprendi, tinha a certeza de que era assim que eu queria ensinar! Era nova, tinha sonhos...

O meu irmão, seis anos mais novo, fez o Mestrado e na folha de Agradecimentos da sua Tese escreve o facto de ter sido eu a encaminhá-lo para o ensino da Educação Física. Na altura fiquei orgulhosa! Agora, peço-te desculpa Mano, como me arrependo de te ter metido nisto, estou envergonhada!

Há catorze anos, enquanto, segundo a Senhora D. Lurdes Rodrigues, ainda não era professora, participava em visitas de estudo, promovia acampamentos, fazia questão de ter equipas a treinar aos fins-de-semana, entre muitas outras coisas. Os alunos respeitavam-me, os meus colegas admiravam-me, os pais consultavam-me. E eu era feliz. Saia de casa para trabalhar onde gostava, para fazer o que sempre sonhará, para ensinar como tinha aprendido!

Agora, Sr.ª Ministra, agora que sou PROFESSORA, que sou obrigada a cumprir 35 horas de trabalho, agora que não tenho tempo nem dinheiro para educar os meus filhos. Agora, porque a Senhora resolveu mudar as regras a meio (Coisa que não se faz, nem aos alunos crianças!), estou a adaptar-me, não tenho outro remédio: Entrego os meus filhos a trabalhadores revoltados na esperança que façam com eles o que eu tento fazer com os deles. Agora que me intitula professora eu não ensino a lançar ao cesto ou a rematar com precisão à baliza, não chego, sequer a vestir-lhes os coletes.

Passo aulas inteiras a tentar que formem fila ou uma roda, a ensinar que enquanto um 'burro' mais velho fala os outros devem, pelo menos, nessa altura, estar calados. Passo o tempo útil de uma aula prática a mandar deitar as pastilhas elásticas fora (o que não deixa de ser prática) e a explicar-lhes que quando eu queria dizer deitar fora a pastilha não era para a cuspirem no chão do Pavilhão. E aqueles que se recusam a deita-la fora porque ainda não perdeu o sabor? (Coitados, afinal acabaram de gastar o dinheiro no bar que fica em frente à Escola para tirarem o cheiro do cigarro que o mesmo bar lhes vendeu e nunca ninguém lhes explicou o perigo que há ao mascar uma pastilha enquanto praticam exercício físico). E os que não tomam banho? E os que roubam ou agridem os colegas no balneário?

Falta disciplinar?
Desculpe, não marco!

O aluno faz a asneira, e eu é que sou castigada? Tenho que escrever a participação ao Director de Turma, tenho que reunir depois das aulas (E quem fica com os meus filhos?). Já percebeu a burocracia a que nos obriga? Já viu o tempo que demora a dar o castigo ao aluno? No seu tempo não lhe fez bem o estalo na hora certa?

Desculpe mas não me parece!
Pois eu agradeço todos os que levei!

Mas isto é apenas um desabafo, gosto de falar, discutir, argumentar com quem está no terreno e percebe, minimamente do que se fala, o que não é, com toda a certeza, o seu caso.

Bastava-lhe uma hora com o meu 5ºC. Uma hora! E eu não precisava de ter escrito tanto! E a minha Ministra (Não votei mas deram-ma. Como a médica de família, que detesto, mas que, também, me saiu na rifa e à qual devo estar agradecida porque há quem nem médico de família tenha - outro assunto) entendia porque não conseguirei trabalhar até aos 65 anos, porque é injusto o que ganho e o que congelou, porque pode sair a sexta e até a sétima versão do ECD que eu nunca fui nem serei tão boa professora como era antes de mo chamar!

Lamento profundamente a verdade!

Ana Luísa Esperança

PQND da Escola EB 2,3 Dr. Pedro Barbosa
Viana do Castelo

Ministério da Educação: um paraíso da burocracia…

De facto já nos bastavam as actas, as planificações, a longo, a médio e a curto prazo, os critérios, os regimentos, os regulamentos, os requerimentos, as aulas previstas e dadas, os relatórios, o PEE, o PAA, o PCT, os materiais, os testes lúdicos e os formativos, as aulas de projecto, o estudo acompanhado, o TEL, a leitura orientada, a língua não materna, a tecnologia, o Tic, a Formação Cívica, o PEI, a SE, o Toa, Artes e Ofícios, os Clubes, aulas de substituição, gabinetes de intervenção, planos de acompanhamento e de recuperação com menores e maiores, com o sem estatuto, tudo isto nas célebres "pens" e em papel, tudo regado com muitas reuniões, para além dos exames presenciais e não presenciais e os nacionais, os globais e os de aferição e a "canalha" a estudar cada vez menos e a gozar com os burros, nós professores, que vamos nisto. O professor precisa de dar boas aulas, sim senhor e os alunos de se portar convenientemente e tudo o resto podem meter no lixo. O nosso ensino tem séculos e não é uma mulher, que tem o direito de estragar o ensino público nacional, razoável e com melhores professores que as escolas privadas. Um professor tem de gostar dos seus alunos e quem trata mal os professores não gosta, nem de professores, nem de alunos e talvez de coisa nenhuma.
Dizia a Dr.ª Manuela F. Leite que os burocratas deviam ser presos.

P.S: Também me estava a esquecer que eles agora treinam a letra no Magalhães.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos os meus concidadãos

Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior.

Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom.
Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos), orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos.

Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores. Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico.
Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem.
Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo. E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar!
Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão.

Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida. É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável). O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nomeado professor titular.

De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar ' (...) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.'

A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos, eu já não sou nada.

Isto é o resultado de uma selecção feita com base na '(...) aplicação de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais mais relevantes (...) [onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade'. É assim que reza o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!

Agora consta por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar...
Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar.
O título de 'titular' não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta...

Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!

Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação.
Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.

As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas. Com acetatos, diaporamas, vídeos, PowerPoint, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura. Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades...). Receio que os professores deste País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.

Cumprimentos.

SUPER ESCOLA PORTUGUESA

A SUPERESCOLA ou o retrato da escola portuguesa.

Onde estão as melhores escolas do mundo?
Claro! Está certo! Em... Portugal.

Ora vejamos com atenção o exemplo de uma vulgar turma do 7º ano de escolaridade, ou seja, ensino básico. Ah, é verdade, ensino básico é para toda a gente, melhor dizendo, para os filhos de toda a gente!

Disciplinas / Áreas curriculares não disciplinares: Língua Portuguesa
História
Língua Estrangeira I – Inglês
Língua Estrangeira II – Francês
Matemática
Ciências Naturais
Físico-Químicas
Geografia
Educação Física
Educação Visual
Educação Tecnológica
Educação Moral R.C.
Estudo Acompanhado
Área Projecto
Formação Cívica

É isso, contaram bem, são 15!!! Carga horária = 36 tempos lectivos.
Não é o máximo ensinar isto tudo aos filhos de toda esta gente? De todo o Portugal? Somos demais, mesmo bons!

Mas não ficamos por aqui!!!!

A Escola ainda tem por objectivos:

Integrar alunos com diferentes tipologias e graus de deficiência, apesar dos professores não terem formação para isso;

Integrar alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado de toda a espécie e feitio, apesar dos professores não terem formação para isso;

Não pode esquecer os outros alunos, 'atestado-médico-excluídos' que também têm enormes dificuldades de aprendizagem;

Integrar alunos oriundos de outros países

Tem o dever de criar outras opções para superar dificuldades dos alunos, como:
- Currículos Alternativos
- Percursos Escolares Próprios
- Percursos Curriculares Alternativos
- Cursos de Educação e Formação

MAS AINDA HÁ MAIS...

A escola ainda tem o dever de sensibilizar ou formar os alunos nos mais variados domínios:
- Educação sexual
- Prevenção rodoviária
- Promoção da saúde, higiene, boas práticas alimentares, etc.
- Preservação do meio ambiente
- Prevenção da toxicodependência
- Etc., etc...

‘Peço desculpa por interromper, mas... em Portugal são todos órfãos?' (possível interpolação do ministro da educação da Finlândia)

Só se encontra mesmo um único defeito: Os professores.

Uma cambada de selvagens e incompetentes, que não merecem o que ganham, trabalham poucas horas (Comparem com os alunos! Vá! Vá! Comparem!!!) Têm muitas férias, faltam muito, passam a vida a faltar ao respeito e a agredir os pobres dos alunos, coitados! Vejam bem que os professores chegam ao cúmulo de exigir aos alunos que tragam todos os dias o material para as aulas, que façam trabalhos de casa, que estejam atentos e calados na sala de aula, etc... e depois ainda ficam aborrecidos por os alunos lhes faltarem ao respeito! Olha que há cada uma! COM FRANQUEZA!!!

Vale a pena divulgar ao maior número de pessoas (de preferência não professores) para que uma visão mais realista se comece a sedimentar. É bom que as pessoas percebam que ter filhos acarreta muita responsabilidade – não só a de os alimentar, vestir, comprar telemóveis, mp3, pc, como também, e principalmente: EDUCÁ-LOS!!!!!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO

Sr. 'Engº' José Sócrates,

Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.

Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).

Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.

O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto 'Magalhães':

. No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães.

. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'.

. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros 'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço.

Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder. Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum. Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus! Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.

Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via. Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.

Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!

Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.

Mas, por falar em Velho do Restelo...

... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem:

'Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano d'alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito (...)'

Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo? Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade'.

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul?

E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?

Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá.

Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.

Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.

Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho. Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí. Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...

Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.

Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'.

Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.

Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah... espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...

Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir 'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

'A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? '

Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,

Uma mãe preocupada