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terça-feira, 27 de setembro de 2016
Notícia - Estudo conclui que obesidade pode tirar até dez anos de vida
Um estudo feito a 900 mil pessoas durante 20 anos prova que a obesidade pode chegar a tirar dez anos de vida. A investigação, publicada hoje na revista científica “Lancet”, foi feita pela Universidade de Oxford e analisou 57 estudos sobre o tema que tinham como alvo populações da Europa e da América do Norte.“O excesso de peso diminui a esperança de vida. Em países como a Inglaterra ou os EUA, pesar um terço a mais do que seria óptimo encurta o tempo de vida em cerca de três anos”, disse em comunicado Gary Whitlock, médico da Universidade de Oxford e um dos autores do estudo. O inglês acrescentou que pesar um terço a mais significa, para a maioria das pessoas, ter entre 20 e 30 quilos em excesso.
As pessoas que entraram na pesquisa foram seguidas ao longo de duas décadas, 100 mil morreram durante esse tempo. Whitlock e o seu colega Richard Peto utilizaram o Índice de Massa Corporal (IMC) para definirem a obesidade. O IMC mede-se dividindo o peso de uma pessoa pelo quadrado da sua altura. Um IMC normal vai dos 18,5 aos 25, para uma pessoa que mede 1,70 metros o peso normal varia entre os 54 e 72 quilos. A partir de um IMC de 25 considera-se que a pessoa tem peso a mais e a partir de 30 é classificado como obeso.
No estudo, as pessoas com um IMC entre 30 e 35 (entre 87 e 100 quilos para quem tem 1,7 metros) que são consideradas moderadamente obesas, morreram três anos mais cedo do que se tivessem um peso normal. Os casos de obesidade severa (com mais de 115 quilos para a mesma altura) tiveram menos dez anos de vida – o mesmo risco associado ao tabaco. Por enquanto este tipo de obesidade só afecta dois por cento da população.
As doenças de coração e doenças vasculares, os diabetes, cancro e complicações relacionados com pulmões, são os principais problemas que os investigadores conseguiram associar à obesidade. Ainda assim, Richard Peto sublinhou que deve ser prioritário para as pessoas largarem os cigarros antes de pensarem em dietas.
“Há duas coisas que temos poder de decisão”, disse Peto referindo-se à quantidade de alimentos que ingerimos e ao vício de fumar. “Acho que os fumadores estão a reter a mensagem errada se continuam a fumar por pensarem que o importante é a obesidade. Fumar importa muito mais”, acrescentou. Os investigadores explicaram também que apesar de ser difícil emagrecer, é mais fácil para as pessoas controlarem o peso que têm.
Dados do estudo
Título: Body-mass index and cause-specific mortality in 900 000 adults: collaborative analyses of 57 prospective studies
Publicação: The Lancet, publicação online a 18 de Março de 2009
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
domingo, 25 de setembro de 2016
Notícia - Vírus da sida já está a adaptar-se aos seres humanos, mostra artigo publicado na Nature
A dispersão mundial do vírus da sida tem mais que 30 anos, mas já há provas que o HIV está a adaptar-se ao homem. Um estudo internacional publicado hoje na revista "Nature", mostra que está a ganhar resistências às características imunitárias das várias populações humanas.“Apesar de o HIV estar há pouco tempo nos seres humanos, tem conseguido evadir-se aos esforços naturais do controlo do vírus pelo sistema imunitário”, disse, em comunicado, Philip Goulder, da Universidade de Oxford (Reino Unido).
Sem medicamentos para controlar a infecção, uma pessoa que contrai o HIV demora em média dez anos a desenvolver a doença que acaba por matar. Mas em alguns casos, as pessoas ficam com sida em apenas 12 meses. E há outras que vivem 20 anos saudáveis sem tocarem num remédio.
Uma das causas desta variação temporal é a variabilidade do complexo de genes HLA. Estes genes são diferentes em todas as pessoas e permitem o reconhecimento dos agentes patogénicos, desencadeando a resposta imunitária capaz de, por exemplo, matar as células infectadas com o HIV. O vírus ataca principalmente os linfócitos CD4+ e, quanto mais capaz for o organismo de reconhecer o vírus através dos genes HLA, mais rápida e fortemente os CD8+ podem ser accionados para matar os CD4+ infectados e travar a infecção.
O que os investigadores descobriram é que, de acordo com variações populacionais no HLA, que permitem uma resposta mais forte ao HIV, o vírus tende a mutar e fixar a alteração nessas populações, fintando a resposta imunitária. “Em populações onde um gene do HLA favorável esteja muito presente, vemos que existe um alto nível de mutações que permitem ao HIV resistir ao efeito particular desse gene”, disse Rodney Phillips, um dos autores do artigo.
O estudo concentrou-se em várias regiões do globo, como o Reino Unido, África do Sul, Botswana, Austrália, Canadá e Japão.
O exemplo do Japão é paradigmático. O HLA-B*51 é uma variação de um dos genes do complexo que melhor respondem ao HIV. No entanto, 96 por cento das pessoas infectadas pelo HIV que têm este gene já apresentam o vírus com uma mutação capaz de se desviar dele.
No Japão, esta variação do HLA é muito comum na população. Isto faz com que mesmo entre as poucas pessoas que não apresentam esta variante genética, 66 por cento estejam infectadas com o vírus mutado para resistir a esta forma alternativa do gene. Hoje em dia, a resposta imunitária entre pessoas com e sem o HLA-B*51 é parecida, quando nos anos 1980 quem tinha a variante resistia melhor à infecção.
“A tentação é olhar para isto como uma má notícia, mas não tem que ser assim. Pode também ser que à medida que o vírus muda, outras respostas imunitárias passam a entrar no jogo e podem tornar-se mais eficazes”, disse Goulder.
Uma das implicações do estudo é que uma vacina futura tem que jogar com a capacidade de mutação do HIV e “actualizar-se”, como se faz actualmente com o vírus da gripe.
Nicolau Ferreira
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
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