sexta-feira, 3 de março de 2017

Rede Nacional de Áreas Protegidas - RNAP

A classificação de uma Área Protegida (AP) visa conceder-lhe um estatuto legal de protecção adequado à manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas e do património geológico, bem como à valorização da paisagem

O processo de criação de Áreas Protegidas é actualmente regulado pelo Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho. A classificação das AP de âmbito nacional pode ser proposta pela autoridade nacional (ICNB) ou por quaisquer entidades públicas ou privadas; a apreciação técnica pertence ao ICNB, sendo a classificação decidida pela tutela. No caso das AP de âmbito regional ou local a classificação pode ser feita por municípios ou associações de municípios, atendendo às condições e aos termos previstos no artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho.
As tipologias existentes são Parque nacional, Parque natural, Reserva natural, Paisagem protegida e Monumento natural; com excepção do “Parque Nacional” as AP de âmbito regional ou local podem adoptar qualquer das tipologias atrás referidas, devendo as mesmas ser acompanhadas da designação “regional” ou “local”, consoante o caso (“regional” quando esteja envolvido mais do que um município, “local” quando se trate apenas de uma autarquia).

O Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho, prevê ainda a possibilidade de criação de Áreas Protegidas de estatuto privado (APP), a pedido do respectivo proprietário; o processo de candidatura, a enviar ao ICNB, está regulado pela Portaria n.º 1181/2009, de 7 de Outubro, envolvendo o preenchimento de um Formulário, disponível num canal deste site.

As AP de âmbito nacional e as APP pertencem automaticamente à RNAP (Rede Nacional de Áreas Protegidas); no caso das AP de âmbito regional ou local a integração ou exclusão na RNAP depende de avaliação da autoridade nacional.

Higiene e Segurança no Trabalho - Escoramento de Lajes


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Notícia - Um quinto das espécies de lagartos do mundo pode estar extinta em 2080 devido ao calor


Em Abril de 2009, a população de Sceloporus serrifer já tinha desaparecido da região de Iucatão, no México. Se alguém voltasse a repovoar o local com estes lagartos, observaria o mesmo fenómeno. As manhãs de Primavera seriam demasiado quentes e os répteis iam sair da toca, vasculhar por comida, e passado pouco tempo voltariam para a protecção da sombra. O tempo para a alimentação não chegaria para a reprodução dos indivíduos, que teriam o mesmo destino da população anterior: desapareceriamEste é só um exemplo da avaliação de 200 locais no México, entre 2006 e 2008, que chegou à conclusão que 12 por cento das populações de 34 espécies deste grupo de répteis tinham desaparecido devido à subida das temperaturas, devido às alterações climáticas. O estudo publicado hoje na revista Science partiu desta informação para construir um modelo que prevê o impacto da subida da temperatura nas espécies, que serviu para avaliar os níveis de extinção global. Os investigadores estimam que 20 por cento das espécies de lagartos estejam extintas em 2080.

“Existem períodos do dia em que os lagartos não podem sair e têm que voltar para locais mais frescos”, explicou por comunicado Barry Sinervo, investigador da Universidade da Califórnia e primeiro autor do artigo. “Quando não estão fora, os lagartos não podem procurar comida. Por isso medimos em diferentes locais quantas horas por dia os lagartos eram obrigados a abrigarem-se do sol. Depois, fomos capazes de criar parâmetros para o nosso modelo global.”

Os investigadores aplicaram o modelo a espécies de lagartos nos cinco continentes e o resultado predisse o que já está a acontecer na realidade. Um dos casos foi na costa do estado do Rio de Janeiro, no Brasil, em que a lagartixa-da-areia desapareceu em sete dos 24 locais onde existia, de 1984 para cá. “Para muitas espécies já se ultrapassou o patamar de extinções, a nível local”, disse por telefone ao PÚBLICO Carlos Rocha, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que fez parte do estudo.

Segundo Octávio Paulo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o estudo é pioneiro. “Consegue-se localizar e prever o desaparecimento de populações de algumas espécies, o que parece mostrar que o modelo está muito bem construído”, disse por telefone ao PÚBLICO.

Tanto o português como o brasileiro consideram que o artigo obriga os especialistas em répteis de todo o mundo a voltarem ao campo para verificar o que está à acontecer.

O artigo estima que as regiões mundiais mais afectadas serão os trópicos. A forma como cada ecossistema vai reagir assim que uma espécie de lagarto desaparecer, permanece uma incógnita. “Estamos no processo de ir degradando os ecossistemas. Se a tendência de extinção se vai manter? Sim. Em que proporções? Não sei”, disse Octávio Paulo.

Biografia - Ilse Losa


Escritora portuguesa de origem alemã, nascida em Hanôver, de ascendência judia, veio para Portugal em 1934, fugindo à perseguição nazi. É conhe-cida principalmente pelos seus livros para crianças e pelo seu livro sobre as memórias das perseguições aos judeus com o título "O Mundo em que vivi” (1943). Recebeu, em 1991 o Grande Prémio de Livros para Crianças atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian. Escreve regularmente desde 1949, sendo o seu livro "Um Fidalgo de Pernas Curtas" muito conhecido, bem como "Contos de Eva Luna." Divulgou autores portugueses na Alemanha. Trabalhou também para a televisão criando séries infantis. Faleceu a 6 de Janeiro de 2006.

Biografia retirada daqui

quinta-feira, 2 de março de 2017

Biografia - Gilberto Freyre

Antropólogo e sociólogo brasileiro, criador do conceito de Luso-tropicalismo.
Nasceu no Recife, Pernambuco, Brasil, em 15 de Março de 1900; 
morreu no mesmo local, em 18 de Julho de 1987.

Nascido numa família tradicional de Pernambuco de senhores de engenhos de açucar, de um pai professor catedrático de Direito, livre-pensador, e de uma mãe católica e conservadora, aprendeu as pricipais línguas modernas e o latim durante a adolescência, tendo dado a sua primeira conferência pública, em Paraíba, sobre "Spencer e o problema da educação no Brasil" em 1916.

Após ter concluído os estudos no Brasil, foi para o Texas onde concluiu a licenciatura, indo depois para Nova Iorque onde, em 1922, tirou  o Mestrado em ciências sociais na Universidade de Columbia com uma dissertação intitulada Social life in Brazil in the middle of the 19th century. Correspondente do Diário de Pernambuco durante a sua estadia nos Estados Unidos mostrou-se sempre muito crítico do «American Way of Life». 

Nesse ano viajou pela a Europa, visitando Paris, Berlim, Munique, Nuremberga, Londres e Oxford. Nesta cidade universitária inglesa falou sobre o «donjuanismo» peninsular, no Oxford Spanish Club, defendendo que o relacionamento sexual do colonizador português com mulheres nativas tinha como objectivo conquistar novos fiéis.

Depois de Oxford visitou Lisboa e Coimbra, onde se encontrou tanto com membros da Seara Nova como com os monárquicos do Correio da Manhã, jornal do qual se tornou correspondente no Brasil. Depois da sua curta estadia em Portugal regressou ao Brasil, após 5 anos de ausência.

O Brasil e o Pernambuco do pós Primeira Guerra Mundial prosperavam devido ao aumento do preço das matérias-primas. Mas os hábitos não tinham mudado, e Gilberto Freyre, com a experiência e os hábitos ganhos nos Estados Unidos e na Europa, decidiu então escrever um conjunto de artigos pedagógicos, à maneira das Farpas de Ramalho Ortigão.

As suas opiniões não foram bem vistas pela sociedade tradicional, mas a intelectualidade pernambucana aceito-o imediatamente, o que lhe permitiu organizar em 1924 o Centro Regionalista do Nordeste, um grupo multi-disciplinar de advogados, médicos, engenheiros e jornalistas  defensores do regionalismo, atacado pelo furor "modernista", e dois anos depois o Congresso Regionalista. Em 1926 descobriu sucessivamente o Rio de Janeiro e as suas Escolas de Samba e a sociedade multicultural da Baía de Todos-os-Santos, a «terra de quase todos os pecados». Nesse mesmo ano é convidado para secretário particular do governador de Pernambuco e para director do jornal A Província. Mas este 1.º período de participação directa na política acabou em 1930, quando decidiu acompanhar o governador da província na fuga provocada pela Revolução de Outubro de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder. 

Freyre começou o seu exílio em Portugal, estabelecendo-se em Lisboa, após uma breve escala na Baía. Foi aqui que começou a redacção da sua mais célebre obra - Casa-Grande e Senzala - pensada como 1.º tomo de uma História da Sociedade Patriarcal no Brasil. Regressou ao Brasil em 1933, tendo passado pela Universidade de Stanford, na Califórnia, como professor convidado, e de visitar as regiões do Sudeste dos Estados Unidos, onde existira até ao fim da Guerra Civil uma sociedade baseada em monoculturas e na escravatura. 

Foi nesse ano de regresso ao Recife que publicou a sua obra. Casa Grande e Senzala foi muito bem recebida tanto no Brasil, como na Europa, tendo  recebido em França e Itália críticas elogiosas de Roland Barthes e Fernand Braudel. O seu reconhecimento nacional e internacional permitiu-lhe organizar o Congresso de Estudos Afro-Brasileiros em 1934, cujo objectivo era o estudo científico das minorias africanas do Brasil.

Em 1941 casou com Madalena Guedes Pereira, de Paraíba. Em 1945, com o fim da 2.ª Guerra Mundial, e com a queda do regime autoritário do «Estado Novo», foi escolhido para a Assembleia que se transformou em Constituinte, sendo depois eleito para a primeira legislatura do regime democrático saído da Constituição de 1946. A sua contribuição na constituinte foi importante, já que era «o sociólogo da correnteza política» como disse o historiador Bento Munhoz da Rocha, deputado pelo Paraná.

No Congresso Nacional brasileiro propôs a criação de institutos de pesquisa social em todo o País, propondo a criação, desde logo, de um instituto no Recife, que foi criado em Julho de 1949 com a designação de Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Em 1950 tornou-se director do Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Recife, defendendo uma política educacional atenta à diversidade do Brasil. No ano seguinte, a convite do governo português visita Cabo Verde e a Guiné, Goa, Moçambique, Angola e S. Tomé. 

É no seguimento desta viagem de estudo que em 1953 surge o conceito de tropicalismo e luso-tropicalismo, termo que Freyre tinha utilizado pela 1.ª vez em Novembro de 1951numa conferência realizada em Goa, conceitos descritos primeiro implicitamente e depois explicitamente nos livros publicados nesse ano Aventura e Rotina e Um Brasileiro em Terras Portuguesas. O conceito foi desenvolvido e divulgado em 1959 no livro New world in the tropics, uma ampliação da obra de 1945 Brasil, an Interpretation, e que com base em várias obras posteriores deu origem à luso-tropicologia - uma proposta de ciência ligando a antropologia à ecologia de modo a estudar o relacionamento entre a cultura europeia e a cultura tropical. As obras que se seguiram foram: O luso e o trópico, em 1961, publicado tanto em português, como em francês e inglês; Arte, ciência e trópico, de 1962, Homem, cultura e trópico, em 1962, O Brasil em face das Áfricas negras e mestiças, em 1962 e A Amazónia brasileira e uma possível lusotropicologia, 1964. Em 1965 apareceu a proposta de um Seminário de Tropicologia, um forum de debates dedicados ao tema, que teve o seu início em Março de 1966. O Seminário foi dirigido por Gilberto Freyre até à sua morte.

Em Portugal, Gilberto Freyre realizou a conferência inaugural do Congresso Internacional de História dos Descobrimentos, realizado no ãmbito das Comemorações Henriquinas de 1960; foi agraciado com o doutoramento honoris causa pela Universidade de Coimbra em 1962, foi homenageado em 1967 pela Academia Internacional de Cultura Portuguesa; proferiu a conferência “O Homem Brasileiro e a sua Modernidade”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970; 

A sua obra, naturalmente muito aplaudida pelo regime do «Estado Novo», teve em Eduardo Lourenço um crítico feroz, primeiro no artigo «Brasil – Caução do Colonialismo Português» inserido no Portugal Livre de Janeiro de 1960, jornal mensal publicado em São Paulo, e «A propósito de Freyre (Gilberto)» publicado no Suplemento de Cultura e Artes de O Comércio do Porto em 11 de Julho de 1961.No primeiro artigo afirmava que 

“... nenhum intelectual safado género Gilberto Freyre e suas burlescas invenções de erotismo serôdio (...) podem tirar dos ombros do português, tranquilamente paternalista e fanfarrão o dever de despertar para os seus deveres e seus atrasos [relativamente à questão colonial]." 

No segundo artigo notava a: 

"pouca ou nenhuma seriedade objectiva e o falso brilho de fórmulas feitas, tematizadas de livro em livro com fatigante ênfase. (...) Um nefasto aventureirismo intelectual, incoerente e falacioso, desmascarando ao mesmo tempo o falso liberalismo deste amador de estéticas imperialistas"

Se, como é natural, no período imediatamente a seguir ao 25 de Abril de 1974, as relações entre Freyre e Portugal arrefeceram, a verdade é que em 1983 foi homenageado pela Academia das Ciências de Lisboa, a propósito do cinquentenário da publicação de Casa-Grande e Senzala, tendo sido elogiado por David Mourão-Ferreira num artigo escrito em 1981, mas publicado em 1983.

Bibliografia:
Enciclopédia Luso-brasileira de Cultura, Lisboa, Verbo, 1998-

Biografia retirada daqui

3ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Trabalho - O Solo


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Powerpoint - Noções Básicas de Hardware


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Vídeo - Isto é Matemática T01E07 Il Cavalieri

Formador/a de Espanhol

Procura-se formador/a de Espanhol com CCP em regime de prestação de serviços. 
Local de formação: Lisboa 
Duração 25 h.: 2 dias por semana (3 h. por dia). Periodo manhã. Março 2017. 
Interessados/as responder com CV ao email:

    formacaoespanhol21@gmail.com

Desenhos para colorir - Outono


Recenseamento - Aplicação disponível para os AE/ENA, até às 18:00 horas de dia 10 de março de 2017 (hora de Portugal Continental).

Manual - Interpretação da ISO 22000 - Segurança Alimentar


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Requisição de Docentes para o Instituto dos Pupilos do Exército


EFA - STC - NG7 - DR3 - Ficha de Trabalho nº7 - Controvérsias Públicas - Sociedade, Tecnologia e Ciência


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Biografia - The Gift


The Gift é uma banda portuguesa, de Alcobaça, formada em 1994. No seu reportório estão temas como Ok! Do you Want Something Simple? (1998), Driving You Slow (2004) e Fácil de Entender (2006).

Nascidos em 1994, os The Gift surgiram inicialmente como projecto paralelo dos Dead Souls, banda de então de Nuno Gonçalves e Miguel Ribeiro. A evolução de um projecto para o outro aconteceu de forma natural, uma vez que sentiam que a sonoridade dos Dead Souls estava limitada aos instrumentos que utilizavam (guitarra, bateria, baixo e ukulele), e a urgência em experimentar novos sons e partir para novos horizontes musicais era cada vez maior. Assim, o que começou por ser um projecto secundário de ambos os jovens a darem os passos iniciais na música, foi crescendo e ganhando maior importância na vida destes.

De dois, os The Gift passaram a uma banda de quatro elementos com a entrada de Ricardo Braga e de Sónia Tavares para vocalista. Sónia ingressou na banda quase por acaso e, apesar de mais tarde vir a dar novas tonalidades à música dos The Gift, na altura a escolha de uma voz feminina não foi vista com bons olhos por Nuno, que não conseguia idealizar uma rapariga a cantar no grupo. Na base destes anticorpos esteve a gritante misoginia reinante na banda. A barreira tornou-se ainda maior ao Sónia não proferir uma única palavra durante os primeiros ensaios e permanecer timidamente afastada dos restantes músicos. Até ao dia em que quebrou o silêncio, começou a cantar, e de uma assentada compôs o primeiro tema do grupo: Lenor. Estava dado o primeiro grande passo dos The Gift.

A partir daqui a sonoridade do grupo começou a ganhar forma e em Setembro de 94, Sónia, Nuno, Miguel e Ricardo (com idades compreendidas entre os 16 e os 21 anos) inscreveram-se no Concurso de Música Moderna do Bar Ben, em Alcobaça. A banda acabaria por ir passando de eliminatória em eliminatória, até chegar à final, e terminaria em 2º lugar – para grande surpresa de todos dada a curta existência do grupo.

Encarando o resultado do concurso como uma vitória e um estímulo, os The Gift começaram a aspirar a mais e deram o seu primeiro concerto em nome próprio no Mosteiro de Alcobaça, em Julho de 95. Seguir-se-ia o Centro Cultural de Belém, no “Espaço 7-9”], em Setembro de 96 e o convite para tocar no Porto, no bar Labirintho, em Novembro desse ano. Foi nessa noite, com o incentivo do dono do bar, José Carlos Tinoco, que surgiu a ideia de gravar a primeira maqueta do grupo. Desde esse dia e até Maio de 97 os The Gift empenharam-se a 100% na preparação do seu primeiro registo discográfico, tendo como ambição mostrar a sonoridade da banda aos media e às editoras. Deste esforço nasceu Digital Atmosphere, CD composto por 6 temas e uma parte multimédia com entrevistas e vídeos da banda, gravado em casa e sem edição comercial.

O objectivo de chamar a atenção da indústria musical não seria atingido da forma desejada, mas as expectativas relativamente à crítica musical viriam a ser ultrapassadas, obtendo de imediato o reconhecimento por parte dos media.

Ainda nesse ano os The Gift partiram para a estrada, percorrendo cerca de 630 auditórios (muitos deles esgotados) e editando no final da digressão um vídeo com os concertos do Centro Cultural de Belém e do Cine-teatro de Alcobaça. Logo após a "Digital Atmosphere Tour" a banda ficaria reduzida a quatro elementos, com a saída de Ricardo Braga, permanecendo com a formação com que continuaria até hoje, e estabeleceria o objectivo de editar um novo disco, como banda independente, suportando todas as despesas e sem qualquer tipo de apoio por parte de alguma editora discográfica.

Ganham, em 2005, na categoria de "Best Portuguese Act", o MTV Europe Music Awards, prémios entregues esse ano em Portugal. Este reconhecimento é obtido através do seu álbum duplo AM-FM. A 30 de Outubro de 2006 lançam o álbum ao vivo e DVD Fácil de Entender, cujo nome é o de uma canção cantada em Português e faixa escondida do álbum AM-FM que foi apresentada no decorrer da "AM-FM Tour".

Em 2007 ganham o Globo de Ouro (SIC/Caras) de Melhor Grupo com o álbum editado no ano transacto Fácil de Entender.

Em 2009, Nuno Gonçalves é convidado a regravar Amália Rodrigues, nascendo Amália Hoje, com participação da Sónia Tavares, Fernando Ribeiro dos Moonspell e Paulo Praça dos Plaza. O disco foi lançado a 27 de Abril e foi tornado público em televisão na Gala XIV Globos de Ouro na SIC, no dia 17 de Maio de 2009. Entretanto a banda já está a preparar o sucessor de AM-FM com as gravações a serem feitas em Madrid.

Com o lançamento do último álbum da banda, Fácil de Entender, a ter acontecido em 2006, é anunciado o lançamento dum novo álbum, Explode, em Fevereiro de 2011. O álbum foi disponibilizado no site da banda, ao preço que o consumidor desejasse pagar. Para apresentar as novas canções a banda programou para Março do mesmo ano, uma série de três concertos no Tivoli, Lisboa, e um em Madrid, em Maio. O álbum em suporte físico foi colocado à venda em meados de Março de 2011.

Foi anunciado a 19 de Setembro de 2011, a nomeação da banda para os prémios MTV Europe Music Awards, na categoria "Best Portuguese Act",sendo o prémio arrecadado pela cantora Aurea.

No início do ano 2012, o site Art Vinyl elege o disco Explode, como uma das melhores capas do ano 2011. O álbum ficou em 27º lugar, numa lista de 50 melhores capas que inclui nomes como Coldplay, The Strokes e Jay-Z. Ainda no início de 2012, e tendo passado menos de um ano do lançamento de Explode, a banda anuncia o lançamento de um novo álbum. Primavera foi lançado dia 9 de Janeiro, contendo doze faixas.

Álbuns
1997 - Digital Atmosphere (demo tape sem versão comercial)
1998 - Vinyl (álbum)
2001 - Film
2004 - AM-FM
2011 - Explode
2012 - Primavera

Álbuns ao Vivo
2006 - Fácil de Entender

Singles
Retirados do álbum Vinyl:
1999 - Ok! Do you want something simple?
1999 - Real (Get Me For...)
2000 - Truth

Retirados do álbum Film:
2001 - Waterskin
2001 - Question of love

Retirados do álbum AM-FM:
2004 - Driving You Slow
2005 - 11:33
2005 - Music

Retirados do álbum Fácil de Entender:
2006 - Fácil de Entender
2008 - 645

Retirados do álbum Explode:
2011: RGB
2011: Race Is Long

Compilações
2007: Lisboa (Universal Music) - com o tema inédito "In Repeat"

Bandas sonoras
1999- Não és Homem, Não és Nada - o grupo fez a banda sonora da sitcom da Herman Zap Produções, com Alexandra Lencastre, Joaquim Monchique entre outros, exibida na RTP1.

VHS/DVD
2000- Vinyl tour- A single hand camera documentary, by Gonçalo Covacich. (VHS)
2004- AM-FM DVD (Documentário "On the road"; Making of AM-FM).
2006- Fácil de Entender DVD- concerto ao vivo.

Livros
2000- The Gift- a single diary : fotografias da Vinyl (álbum) tour, por Ana Pereira.

Prémios Nacionais
2007 - Globo de Ouro na categoria Melhor Grupo com o álbum Fácil de Entender
2005 - Prémio Arco-íris - Este prémio foi entregue pela Associação ILGA Portugal, reconhecendo o contributo na luta contra a discriminação e homofobia.
Internacionais[editar | editar código-fonte]
2005 - MTV Europe Award for Best Portuguese Act

Notícia - Os pioneiros da Internet em Portugal


Corria o ano de 1994. Mês de Abril. “A Lista de Schindler” tinha acabado de ganhar o Óscar de melhor filme. Nos Estados Unidos, os telespectadores já se andavam a rir com “Seinfeld”, mas em Portugal as televisões privadas ainda davam os primeiros passos. Eram tão recentes que o “Big Show SIC” ainda não tinha sido inventado. Paralelamente, no país que ainda não conhecia o Macaco Adriano, um grupo de académicos já andava a mexer na Internet, à revelia dos restantes milhões de portuguesesA partir de Abril de 1994, as coisas começam a mudar: num seminário intitulado "Portugal na Internet", em Lisboa, foi mostrada ao público e aos jornalistas, pela primeira vez, a Internet em funcionamento. A partir desse dia, cada um de nós ficou um bocadinho mais perto do mundo que conhecemos hoje.

“Esse seminário marcou claramente o aparecimento ao grande público da Internet em Portugal”. Quem recorda o evento é o homem apontado como o “pai” da Internet em Portugal: José Legatheaux, actual sub-director da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Mas em 1994 era o “homem do momento”. A Internet em Portugal passava, necessariamente, por ele.

Em 1994 andava, portanto, o mundo académico português deslumbrado com a Internet, imerso num frenesim de oportunidades, apesar de o português médio, o típico “António Silva”, não fazer ainda ideia que os computadores se podiam ligar em rede e que era possível enviar uma mensagem para o outro lado do mundo e receber a resposta no próprio dia. Na própria hora. No próprio minuto.

Pedro Ramalho Carlos, o homem que ajudou a fundar uma das primeiras empresas privadas de fornecimento de Internet (ISP), a IP, em 1995, era por esses dias um jovem estudante do Instituto SuperiorTécnico mas ainda se lembra bem da emoção que sentiu quando tomou o pulso a “isso” da Internet, quando enviou e recebeu os seus primeiros e-mails. “Era inacreditável enviar uma mensagem para o outro lado do mundo, na Califórnia, e poucos minutos depois ter uma resposta (...) Hoje este imediatismo é mais que natural”, mas na altura as coisas podiam arrastar-se, por correio normal, durante várias semanas. “Com a Internet e o e-mail tudo se passava em poucos minutos”.

Alguns meses depois da “apresentação oficial” da Internet em Portugal, o deputado José Magalhães (actual Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária e um dos primeiros “rostos” da Internet no nosso país) publicou o primeiro livro em Português sobre como usar a Internet e, a partir daí, a palavra começou a penetrar no léxico, embora só se generalizasse dois ou três anos depois. Mas a comercialização e acessibilidade da Internet ao grande público, isso só se verificaria a partir de 1999/2000.

No início era o isolamento

Começando, porém, o relato em Abril de 1994, fica por explicar como chegou, de facto, a Internet a Portugal. Para isso teremos que recuar quase uma década e meia, até 1978. Os verdadeiros pioneiros da Internet em Portugal tomaram contacto com ela por esta altura, definitivamente ainda na década de 1970.

Pedro Veiga - presidente da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) - era então assistente do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e começou a ter contacto com o universo das redes de computadores, “embora apoiadas em tecnologias muito diferentes das da actual Internet”, explica.

José Legatheaux teve o seu primeiro contacto com a Internet em França, enquanto fazia o doutoramento, entre 1983 e 1987. “Nessa altura só algumas universidades e alguns institutos de investigação estavam ligados à rede na Europa (muitos poucos). Nos EUA existiam mais universidades e empresas ligadas, mas tudo estava confinado no essencial ao mundo académico”, explica.

“As principais aplicações eram o e-mail (a principal), a transferência de ficheiros por FTP (File Transfer Protocol) e o login remoto. A Internet era um campo de estudo e simultaneamente uma ferramenta de trabalho para a colaboração internacional e o acesso a informação e a computadores remotos”, indica ainda o professor universitário.

Numa altura em que os “pioneiros” portugueses ainda só estavam a começar a tomar contacto com este “maravilhoso mundo novo”, nos Estados Unidos já era possível trocar, quotidianamente, e-mails entre computadores através da ARPANET, a rede precursora da Internet e que derivava de um programa militar chamado ARPA.

Mas em Portugal a Internet continuava a ser uma coisa confinada apenas a um punhado de pessoas. “No meio académico português no final dos anos de 1980 já existiam alguns académicos que conheciam a Internet - visto que a tinham utilizado esporadicamente quando estavam no estrangeiro, ou ouvido falar nela - e que desejavam interligar as universidades entre si e estas com a Internet para potenciar o seu trabalho de investigação e contactos com o estrangeiro”, recorda Legatheaux.

Paralelamente, uma nova geração de engenheiros informáticos começou a aprender o “bê-a-bá” do TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), desenvolvido nos EUA entre 1972 e 1973 por Vinton Cerf - e que, basicamente, punha os computadores a comunicar entre si de forma simples, fiável e flexível. Este é o protocolo sobre o qual ainda hoje assenta a Internet.

“Na altura (finais da década de 1980) não havia nenhuma ligação de Portugal à Internet, mas comecei a utilizar essa tecnologia [TCP/IP] em vários projectos. Era um pouco como se aprendêssemos a falar uma língua de um país longínquo, mas apenas a falávamos entre os colegas, sem poder praticar com os ‘nativos’ pois não havia ligações entre os computadores portugueses e os do resto da Internet (que na altura era praticamente totalmente americana)”, recorda Pedro Ramalho Carlos.

Universidades portuguesas ficam ligadas

Só a partir de 1990 é que, finalmente, as universidades portuguesas puderam ligar-se à Rede. “O projecto de ligação das universidades portuguesas à Internet e o estabelecimento da primeira ligação internacional decorreu sob a minha coordenação entre 1990 e 1991”, explica José Legatheaux.

“No final do projecto, que foi subsidiado pela Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), as principais universidades portuguesas passaram a ter acesso à Internet”. Minho, Porto, Aveiro, Coimbra, Instituto Superior Técnico, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e as Faculdades de Ciências da Universidade de Lisboa e da Universidade Nova passaram a poder aceder à Rede das redes. “A maioria de nós queria estar ligado ao mundo e ter a informação na ponta dos dedos, era esse o sentimento dominante”, explica Legatheaux.

Também o domínio “.pt”, passou a existir por volta desta altura, depois da invenção do Domain Name System, ou DNS (introduzido em 1984), que veio organizar o sistema de gestão de endereços IP (é, por exemplo, aquilo que transforma o URL www.publico.pt num endereço internet passível de ser usado por máquinas).

Em 1990 o domínio ‘.pt’ passou a ser reconhecido internacionalmente”, recorda Legatheaux, que veio a assumir a tarefa de coordenar o “estabelecimento das ligações, o registo dos domínios abaixo de ‘.pt’, por delegação da FCCN, que mantém a gestão do domínio de Portugal”.

Após a invenção da World Wide Web, no início da década de 1990, ainda baseada no software desenvolvido no Centro Europeu de Física das Partículas (CERN), na Suíça, começam igualmente a ser desenvolvidos os primeiros browsers.

“Quando a Web foi inventada lembro-me bem de realizarmos um seminário para universitários por volta do fim de 1992 ou 1993 onde se mostrou a Web a funcionar ainda baseada no software do CERN. A Netscape só apareceu com o primeiro browser em 1994/95, se bem me lembro. Depois a maioria das universidades começou a transformar os seus sites - que estavam a usar outras tecnologias - para a tecnologia Web”.

Efectivamente, só após a institucionalização do www é que Internet se tornou apelativa para a maioria das pessoas. “Ainda na fase inicial, o surgimento da Web e dos browsers, enquanto aplicação que tira partido da Internet para partilhar e organizar informação de qualquer tipo, é que tornou a Internet acessível e interessante à maioria da população capaz de utilizar um computador”, comenta Pedro Carlos.

A “World Wide Wait”

No início da década de 1990, ainda não havia empresas privadas que fornecessem Internet aos cidadãos nacionais. Edifícios cobertos por wireless eram ainda do domínio da ficção científica. “As primeiras ofertas comerciais só apareceram no final de 1994 e, depois, com uma oferta mais diversificada, entre 1995 e 1996”, recorda José Legatheaux.

Até 1994, quem se queria ligar à Internet a partir de Portugal, só tinha uma hipótese: fazê-lo através do INESC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores) e do PUUG (Portuguese Unix Users Group), a associação de utilizadores de sistemas operativos Unix que, em parceria, estabeleceram uma ligação internacional - na altura, a Amesterdão - “à estonteante velocidade de 19.2 kilobits por segundo (mil vezes mais lenta do que aquilo que hoje cada um de nós tem em suas casas)”, recorda Pedro Ramalho Carlos.

“Essa ligação funcionou durante vários anos como a ligação de Portugal à Internet até surgirem os ISP [Internet Service Providers – operadores de serviço de acesso à Internet]”, explica.

Para além de virtualmente inacessível aos cidadãos comuns, esta ligação era, cumulativamente, bastante cara. “Ter acesso ao e-mail (ainda não havia Web) custava 40 contos nessa altura [200 euros] mensais (...) Não havia outros ISP”, recorda Mário Valente, que, querendo colmatar esta falha, resolveu criar, ainda em 1994, o primeiro ISP privado português: a Esotérica.

Recém-estreada no mercado luso, a Esotérica cobrava dez contos (cerca de 50 euros) por trimestre, o que dava cerca de 16 euros por mês, com a vantagem de não cobrar por tráfego. Ou seja, o preço era fixo e o acesso era ilimitado.

A Esotéria, a IP e a Telepac foram os três primeiros fornecedores privados de Internet em Portugal. Quem tem hoje pelo menos 30 anos lembrar-se-á com certeza destas empresas, mas quem não cresceu com isto deve achar implausível o facto de um utilizador, tomado pela esperança mas receando o pior, se encolher diante dos “ghrrrr” e dos “biiiiiiiiiiiiips” até que, finalmente, o ecrã do seu computador ganhava vida. Era a “World Wide Wait”, no trocadilho jocoso proposto por Pedro Ramalho Carlos, que, por seu lado, resolveu fundar a IP em Julho 1995, com mais quatro sócios.

Nessa altura, recorda Pedro Carlos, chegou a ir propor à Portugal Telecom a criação de uma empresa que fornecesse o acesso de Internet ao mercado em geral e de o responsável pelo departamento de operação de dados da empresa lhe ter dito que não estava interessado em parcerias, porque “isso da Internet é uma coisa de académicos”.

À velocidade da luz

A partir de 1999/2000 tudo muda, em grande medida devido à liberalização do mercado das telecomunicações. O acesso também deixa, por esta altura, de se fazer exclusivamente via modem, passando-se a fazer via cabo ou ADSL.

“Começámos pela velha linha telefónica, passámos no início dos anos 2000 com a banda larga always on, e mais recentemente com a mobilidade e a ultra-broadband. Tudo isto induzido pela concorrência entre operadores, em benefício dos consumidores. Infelizmente a concorrência nesta área em Portugal foi sempre muito desnivelada, o que fez com a maioria dos pequenos operadores já tenha desaparecido”, recorda Pedro Carlos.

“Por volta do ano 2000, o panorama do acesso à Internet estava totalmente mudado. A maioria dos acessos era providenciada de forma pública por operadores de telecomunicações de grandes dimensões nacionais ou estrangeiros. Todas as empresas pioneiras tinham sido compradas pelos operadores internacionais”, resume Legatheaux.

O futuro é amanhã, ou terá sido ontem?

Chegados aos dias de hoje, estamos já na idade madura da Web 2.0, a das redes sociais, dos blogues, da comunicação interpessoal em tempo recorde, do Twitter e do Facebook, do iTunes e do YouTube. Dos chats, mensagens instantâneas, Net no telemóvel e wireless no café.

Questionados sobre se conseguiriam adivinhar que, em apenas uma década e meia desde a sua apresentação aos portugueses, a Internet se transformaria naquilo que é hoje - praticamente um bem de primeira necessidade -, as respostas dividem-se.

“Quem disser que sim [que conseguia adivinhar], deve estar a mentir. Era difícil de imaginar a generalização e extraordinária descida dos preços por bit transferido”, argumenta Legatheaux.

Mário Valente assume, porém, sem falsas modéstias, a sua antevisão: “Não só imaginei como exigi! Numa conferência em 1995, onde estava presente José Magalhães, disse que aquilo que queria era, daí a uns anos, poder estar na praia a aceder à Internet com o meu portátil. Parecia ficção científica e, na altura, as pessoas riram-se muito. Mas aconteceu”.

Pedro Ramalho Carlos corrobora: “Tive a certeza que com a Internet estava ‘em cima’ de algo que ia mudar a maneira como trabalhávamos, como nos divertíamos e como nos organizávamos enquanto sociedade. Confirmou-se e estou certo que a Internet vai continuar a ser uma peça fundamental no progresso da Humanidade”.

Sobre o futuro da Internet e sobre os saltos qualitativos que a Rede ainda dará, quase todos os “pioneiros” são unânimes: a Rede vai estar em todo o lado, vai antecipar as nossas chegadas a casa, dizer-nos o que falta no frigorífico e ajudar-nos a circular pela cidade: “É a Internet das Coisas, aquela que vai permitir ligar à Rede muitos dispositivos domésticos, pessoais e objectos do dia-a-dia”, vaticina Pedro Veiga.

Mário Valente partilha da mesma opinião: “outro salto que terá grandes consequências é a ligação de tudo à Internet. Semáforos, luzes, paragens de autocarro, carros, portas, edifícios, televisores, etc.; tudo o que é objecto com o qual interagimos. Isso vai ter enormes repercussões na forma como o mundo funciona. Especialmente quando isso for ligado ao factor localização (GPS). Eu posso estar numa cidade, apontar para um monumento, e obter uma descrição falada do mesmo, por via da identificação da imagem e por via do posicionamento GPS”.

E não esquecer “a facilidade com que trataremos de coisas que dantes exigiam ir pessoalmente para filas”. “Será um facto marcante”, assinala Legatheaux.

Por outro lado, quase todos coincidem no mesmo: haverá Internet cada vez mais rápida e para mais pessoas, a partir de terminais móveis.

Outros grandes saltos qualitativos que se espera que a Internet venha a apresentar nos próximos tempos são a generalização do vídeo e da televisão através da Rede e a banalização do cloud computing (o armazenamento das informações pessoais em servidores online, independentemente dos terminais usados por cada utilizador).

Acerca dos riscos e das ameaças que o futuro da Internet poderá vir a trazer, quase todos os “pioneiros” concordam: por um lado haverá cada vez maiores problemas de segurança e de fiabilidade na Rede e, por outro, “crescerão também, e muito, os problemas de privacidade”, indica Legatheaux. “Este problema está a ser desprezado e vai custar caro às liberdades individuais que conhecemos”, alerta.

E, em última análise, imaginando um futuro em que passe a existir uma “fusão da maioria das tecnologias de acesso a redes numa grande rede gigantesca, omnipresente, de alta velocidade, com base na tecnologia da desenvolvida na Internet”, há o risco de as coisas fugirem ao controlo das instituições. “Há a possibilidade de se criarem empresas e organizações tentaculares a nível mundial completamente fora do controlo das leis que conhecemos”, alerta o “pai” da Internet em Portugal.

Convém, porém, não esquecer, que Portugal continua a ter mais de metade da sua população “desligada”. De acordo com os mais recentes dados do Bareme Internet da Marktest, só perto de 4,5 milhões de portugueses acedem regularmente à Internet. Apesar deste indicador, o número de utilizadores em Portugal Continental aumentou dez vezes nos últimos 13 anos e cerca de 2,95 milhões de utilizadores estavam ligados, no final do segundo trimestre de 2009, através de banda larga móvel, segundo a ANACOM.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Biografia - Thomas Hobbes

Filósofo inglês do século XVII, fundador da filosofia moral e política inglesa.
Nasceu em Westport, Inglaterra, a 5 de Abril de 1588, e  morreu Hardwick Hall em 4 de Dezembro de 1679.

Nascido no ano da Invencível Armada, nasceu prematuramente devido à ansiedade da mãe, segundo ele próprio defendeu. O pai de Hobbes, um clérigo da igreja anglicana, desapareceu depois de se ter envolvido numa zaragata à porta da sua igreja, abandonando os seus três filhos aos cuidados de um seu irmão, um bem sucedido luveiro de Malmesbury.

Aos 4 anos Hobbes foi enviado para a escola, em Westport, a seguir para uma escola privada, e finalmente para Oxford onde se interessou sobretudo por livros de viagens e mapas. Quando acabou os estudos tornou-se professor privado do futuro 1.º conde de Devonshire, William Cavendish, iniciando a sua longa relação com a família Cavendish. Tornou-se muito chegado ao seu aluno, que era pouco mais novo do que ele, tornando-se seu secretário e companheiro. Assim, em 1610 Thomas Hobbes visitou a França e a Itália com o seu pupilo. Aí descobriu que a filosofia Aristotélica que tinha aprendido estava a perder influência, devido às descobertas de astrónomos como Galileo e Kepler, que formularam as leis do movimento planetário. Por isso, ao regressar a Inglaterra decidiu tornar-se um estudioso dos clássicos, tendo realizado uma tradução da História da Guerra do Peloponeso de Tucídedes, publicada em 1629, influenciada pelos problemas contemporâneos da Inglaterra .

Tendo voltado a viajar para o estrangeiro, com o seu novo pupilo Hobbes foi chamado a Inglaterra, em 1630, para ensinar o jovem 2.º conde de Devonshire, William Cavendish, filho do seu patrono e pupilo.  

Foi durante uma nova viagem, a terceira, ao continente que se deu o ponto de viragem intelectual de Hobbes, quando descobriu os Elementos de Euclides, e a Geometria, devido à influência de Galileu, que o ajudou a clarificar as suas ideias sobre a filosofia, como qualquer coisa que podia ser demonstrada em termos positivos - «as regras e a infalibilidade da razão» - tendo escrito os Elementos do Direito, Natural e Político, que circulou manuscrito em 1640, mas que só foi publicado no século XIX, após ter chegado a Inglaterra, em 1637.

Em 1640 foi um dos primeiros emigrantes Realistas, o primeiro segundo ele próprio orgulhosamente afirmava, tendo vivido em Paris, nos onze anos seguintes. Contactou de novo co ocírculo de Mersenne, escreveu sobre Descartes e publicou o De Cive, que desenvolvia os argumentos apresentados na 2.ª parte dos Elementos, concluindo abordando as relações entre o estado e a religião. Em 1646 o príncipe de Gales, o futuro Carlos II, chegou a Paris tendo Hobbes sido convidado a ensinar-lhe matemática. Os problemas políticos ingleses e o cada vez maior número de refugiados políticos levou-o a de novo para a filosofia política. Assim, em 1647 publicou uma segunda edição, aumentada, do De Cive, e a sua tradução inglesa em 1651. Em 1650 publicou Os Elementos da Lei em duas partes, a Natureza Humana e o De Corpore Politico (Do Corpo Político).

Em 1651 publicou a sua obra-prima, o Leviatã. Carlos I tinha sido executado e a causa realista parecia completamente perdida, por isso no fim da obra tentou definir as situações em que seria possível legitimamente a submissão a um novo soberano. Tal capítulo valeu-lhe o desagrado da corte do novo rei de Inglaterra, no exílio, já que se pensava que Hobbes estava a tentar cortejar o regime republicano em Inglaterra. Excluído da corte inglesa e suspeito para as autoridades francesas, devido aos seus ataques contra o Papado, Hobbes regressou de facto a Inglaterra nesse ano de 1651.

O regresso a Inglaterra não se fez sem perigos, já que Hobbes tinha atacado o sistema universitário, devido ao seu antigo apoio ao Papa, continuando a criticá-lo devido à manutenção de um ensino baseado em conhecimentos ultrapassados. De facto, a Universidade de Oxford criticou-o duramente em 1655, quando da saída do De Corpore. Hobbes impressionado com os progressos de Galileu na mecânica, tentou explicar todos os fenómenos e os próprios sentidos com base do movimento dos corpos. A posição foi muito criticada dando origem a uma polémica que durou até 1662, ano em que se defendeu, com sucesso, de ter abandonado Carlos II, no exílio.

Com a Restauração da monarquia inglesa, em 1660, na pessoa de Carlos II, Hobbes voltou a ser  admitido na corte, contra o parecer dos bispos, passando mesmo a receber uma pensão do rei. Em 1666-67 Hobbes sentiu-se realmente ameaçado, devido à tentativa de aprovação no Parlamento de uma lei contra os ateus, e os profanadores de túmulos, já que a comissão encarregue de discutir a lei  tinha por dever analisar O Leviatã. Hobbes defendeu-se afirmando que não havia em Inglaterra nenhum tribunal com jurisdição sobre as heresias, desde a extinção da «high court of comission», em 1641. O parlamento acabou por não aprovar a lei contra o ateísmo, mas mesmo assim Hobbes nunca mais pôde publicar sobre a conduta dos homens, possivelmente o preço que o rei acordou para Hobbes ser deixado em paz.

O fim da vida foi passado com os clássicos da sua juventude, tendo publicado uma tradução da Odisseia em 1675, e a da Ilíada no ano seguinte.

Fonte:
Enciclopédia Britânica

Biografia retirada daqui

Biografia - Alessandro Volta

Alessandro Volta (1745-1827) foi físico italiano. O inventor da pilha voltaica. Recebeu de Napoleão Bonaparte o título de conde. Em 1893 o Congresso dos Eletricistas deu o nome de volt à unidade de força eletromotriz. Alessandro Volta (1745-1827) nasceu em Como, cidade às margens do lago do mesmo nome, no sopé dos alpes italianos, no dia 18 de fevereiro de 1745. Começou a falar aos quatro anos de idade. 

Com seis anos foi levado por alguns parentes influentes na igreja, para uma escola de jesuítas. Em 1759, resolve estudar física, e aos dezessete anos terminava o curso universitário. Passou a lecionar Física na Escola Real de Como, onde permaneceu até 1779. Nessa época aperfeiçoou o eletróforo, uma máquina que não tinha valor prático, mas se usava nas aulas de Ciências para explicar e demonstrar a eletricidade estática. Ainda esse ano tornou-se professor de Física na Universidade de Pavia, Itália, onde permaneceu por 25 anos. 

 Volta usou o eletróforo para descobrir muitas das leis que determinavam o funcionamento do hoje conhecido condensador ou capacitor. Empregou o dispositivo para aumentar o efeito de uma carga elétrica, a fim de operar os não muito sensíveis eletroscópios ou eletrômetros com que se media a eletricidade naquela época. Estudando as experiências de Luigi Galvani, professor de Biologia e Fisiologia da Universidade de Bolonha, não estava convencido da "eletricidade animal" e continuou seus estudos. 

No dia 20 de março de 1800, escreveu uma carta à Sociedade Real de Londres, descrevendo o que se conhece hoje como pilha voltaica. Com placas de prata, de zinco e de papelão encharcado de água salgada os empilhou em diversas camadas e obteve um fluxo continuo de eletricidade nos extremos da pilha. Volta fizera a primeira "célula" elétrica, precursora das baterias secas usadas hoje. Pela primeira vez na História da Ciência se produzira uma fonte contínua de eletricidade. Sua descoberta abriu novos rumos para a pesquisa elétrica e química. Alessandro Volta foi convidado por Napoleão, para ir falar no Instituto de Paris.

Em 1810 o nomeou conde. Cunhou-se uma medalha de ouro em sua homenagem. Em 1815, o imperador da Áustria deu-lhe o posto de diretor da Faculdade de Filosofia de Pádua. Em 1819, voltou para sua cidade natal. Em 1893, o Congresso dos Eletricistas deu o nome de volt à unidade de força eletromotriz. Alessandro Guiseppe Antonio Anastasio Volta morreu em Como, Itália, no dia 5 de março de 1827.

Vídeo - Isto É Matemática T01E06 Um Novo Paradoxo .

Fotografia - Três aspectos do 25 de Abril em Lisboa