quinta-feira, 23 de março de 2017

Notícia - Há formigas a cuidar da borboleta mais rara do país

O movimento dos carvalhos segue de longe as nuvens escuras que atravessam a paisagem verde da serra do Alvão. Entre os gigantescosblocos de pedra, respira-se esta calma nos riachos que correm, na rã que salta, nas vacas que caminham calmamente por cima do alcatrão seco, prontas a entrar nos terrenos onde se alimentam.

A lagarta da Maculinea alcon transportada pela formiga
(Paulo Ricca)

Entramos também num destes terrenos, o lameiro da dona Libânia, a poucos quilómetros da aldeia de Lamas de Olo, a 20 minutos de carro de Vila Real. O Outono não revela o que se passa debaixo dos nossos pés. Mas a professora Paula Seixas Arnaldo conhece estes 3,2 hectares de uma ponta a outra e sabe que no solo está a acontecer algo único. Formigas atarefadas estão a alimentar lagartas cor-de-rosa que vão dar... borboletas.

Ninguém sabe onde estão os ninhos das formigas, que estão sempre a começar novas casas. Por isso, a professora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a estudante de mestrado Maria da Conceição Rodrigues levam consigo material para as procurar. Botas de borracha, espetos de metal para cavar a terra, um copo de plástico com rosca para guardar formigas, ovos e lagartas de borboletas.

"Horas. Passamos horas à procura de ninhos de formigas e ao fim do dia não encontramos nada", diz Paula Seixas Arnaldo, enquanto arranca mais um pedaço de terra à procura da Myrmica aloba, a espécie de formiga que em Portugal é a hospedeira da Maculinea alcon, a borboleta mais ameaçada do país.

História a três

Estar debruçado sobre a terra à procura de formigueiros é uma actividade que faz parte dos últimos anos de investigação da cientista. Desde 2006 que o lameiro é estudado por Paula Seixas Arnaldo. Este é um dos melhores locais da Europa para seguir o estranho ciclo de vida da borboleta-azul-das-turfeiras. Uma das causas é a presença frequente da Gentiana pneumonanthe, ou genciana-das-turfeiras, uma planta rasteira de flor azul arroxeada.

"A borboleta só põe os ovos nesta flor, em Julho. Os ovos eclodem uma semana depois, nascem as lagartas que se alimentam das sementes durante 30 dias", explica a investigadora enquanto Maria da Conceição Rodrigues continua a arrancar mais vegetação em busca da Myrmica aloba, queixando-se da falta de um canivete, o que facilitaria o seu trabalho.

"Quando estão no terceiro estádio as lagartas atiram-se para o chão. As formigas que se encontram a menos de dois metros detectam a presença da lagarta, vão lá buscá-la e transportam-na para dentro do formigueiro", continua a cientista.

As formigas são literalmente enganadas. As lagartas da Maculinea alcon exalam feromonas que fazem as formigas acreditarem que as lagartas são larvas de formiga e que precisam de ser levadas para o ninho. "No formigueiro as formigas oferecem-lhes substâncias açucaradas. Quando há pouco alimento a lagarta pode chegar a comer outras larvas de formigas, mas é raro", diz a especialista. A lagarta dá protecção pelo tamanho e também produz substâncias para as formigas, mas a troca não é equilibrada."Há cinco espécies do género da Maculinea na Europa. Esta não é predadora, mas quando não tem alimento..."

Durante nove meses a lagarta de borboleta vai crescendo no formigueiro, e nos primeiros dias de Julho a crisálida faz a metamorfose e a borboleta "nasce" da terra. A corrida até à superfície tem que ser rápida porque a borboleta perde a capacidade de enganar as formigas e estas podem atacar o insecto. "Este ano vimos a primeira Maculinea alcon a 6 de Julho", relembra.

As investigadoras passaram Julho e Agosto a contar borboletas, para saber o estado da população. Utilizam o método de contagem e recontagem: capturam uma borboleta, escrevem o número por baixo da asa e todos os dias voltam à caça, acabando por recapturar o mesmo lepidóptero. Isso permite tirar conclusões quanto ao número de indivíduos, os dias que vivem ou a distância que são capazes de voar.

Entretanto Maria da Conceição tem um sucesso parcial e descobre um formigueiro de Myrmica ruginodis. Uma espécie irmã que também existe ali, mais vermelha e agressiva que a Myrmica aloba.

No formigueiro, caiu um cataclismo humano e as formigas entram num movimento frenético, os ovinhos brancos que vão ser futuras formigas são alvo imediato de protecção. Lagartas cor-de-rosa de menos de um milímetro, nada.

Em Espanha a Myrmica ruginodis cuida das borboletas, aqui nunca foi visto tal coisa. Porquê? "Boa pergunta, temos estudos genéticos a decorrer, poderão ser populações periféricas que já sofreram alterações genéticas", diz-nos Paula Seixas Arnaldo, referindo-se à borboleta.

Hoje, a Maculinea existe em 13 pontos em Portugal, nove na região do Alvão, numa área com menos de um quilómetro quadrado. São as populações da espécie que estão mais a sudoeste em toda a Europa, fragmentadas e isoladas não se sabe há quanto tempo. Por serem dependentes da flor e da formiga para viver, são vulneráveis a qualquer intervenção no habitat.

O melhor conhecedor da situação da borboleta em Portugal é Ernestino Maravalhas, que identificou a população deste lameiro em Agosto de 1999. O especialista em lepidópteros trabalha no Porto em seguros, mas percorre o país a estudar a natureza. Estuda e sonha com borboletas, libélulas e outras criaturas. O espírito com que se entrega às coisas é o mesmo com que chega ao pé de nós a pedir desculpas pelo atraso - enérgico e entusiasta.

De batatal a lameiro

"A primeira vez que vi a Maculinea alcon foi em Agosto de 1983, em Boticas [perto de Chaves]", diz o especialista. Depois, só voltou a encontrar a espécie no Alvão, 16 anos mais tarde. Durante muito tempo, Maravalhas foi à caça das várias populações de Gentiana pneumonanthe que existem no Norte e no Centro de Portugal, procurando mais borboletas desta espécie.

Aqui, as populações estão saudáveis porque há pouca intervenção e o sistema de lameiro com o pastoreio feito pelas vacas continua, o que é importante para manter controladas as plantas que competem com a genciana. "As vacas são importantes para assegurar o sistema", explica Paula Seixas Arnaldo. Só durante os meses em que a borboleta está activa é que é preferível não haver visitas dos bovinos.

Mesmo assim, nada está assegurado, como é um caso de um lameiro fora do Parque Natural do Alvão, que de um momento para o outro, passou a ser um batatal. "Foi há três anos, era um dos locais que pensávamos que não estivessem ameaçados. Quando chegámos lá parecia que não estávamos no mesmo sítio", explica Maravalhas. "Passaram o bulldozer por cima. Tinha umas belas batatas. Como se não existissem mais locais para plantar batatas..."

É por isso que o especialista acredita que a forma de assegurar a manutenção deste lameiro é a aquisição do terreno, que se manteria com o pastoreio tradicional.

Desde a primeira contagem das borboletas, em 2002, o efectivo cresceu de 500 para seis mil, um número pequeno comparado com a borboleta-da-couve, uma das mais comuns, que atinge dezenas de milhões de indivíduos. Paula Seixas Arnaldo defende que o pastoreio, as queimadas feitas no final do Outono e a visita anual de um grupo de ingleses de uma associação ambientalista, que limpa este terreno em regime de voluntariado, têm mantido a turfeira saudável e feito aumentar o número de borboletas, que não voam mais do que cerca de 150 metros e, por isso, têm uma capacidade de dispersão pequena.

Há um projecto inserido no plano de biodiversidade da Câmara de Vila Real para transformar o lameiro num observatório de borboletas e construir um centro científico em Lamas de Olo com informação sobre este sistema. "É só um quilómetro quadrado que nós gostávamos de proteger, um grão de areia em relação à área de Portugal", diz Maravalhas.

De repente, Paula Seixas Arnaldo, que se tinha afastado para enfiar a estaca na terra e tentar a sorte mais uma vez, chama-nos: "Mirmicas!" Corremos para lá, algumas formigas denunciam que um ninho está perto. A investigadora retira mais um pedaço de terra e zás. Muitas formigas, movimento, ovinhos brancos. Pelo meio, outras estruturas diferentes, em menor número, com lagartas rosa-escuro. "Lagartas de Maculinea!" Um espanto. Pequeninas. Vão crescer mais alguns milímetros até Julho.

Por agora é cedo. As formigas estão preocupadas com a "suas larvas". Agarram as lagartas e começam a carregá-las para dentro da terra. Para os meses silenciosos do Alvão, de descanso e crescimento.

Higiene e Segurança no Trabalho - Organização do Estaleiro


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Powerpoint sobre Proteção e Conservação da Natureza

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4ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Trabalho - Astronomia


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Biografia - Astrid da Bélgica


No dia 29 do fatídico mês de Agosto, de 1935, uma rainha adorada pelo povo morria num desastre de viação aos 29 anos. Astrid da Bélgica deixou três filhos pequeninos, um marido inconsolável, um povo de luto e o mundo inteiro consternado.

            Astrid, princesa da Suécia, a terceira filha do príncipe Óscar Carlos da Suécia, irmão do rei Gustavo e de sua mulher Ingeborgn nasceu em Estocolmo em no dia 17 de Novembro de 1905, e viria a ser a quarta rainha dos belgas. A sua educação foi de grande liberdade de movimentos, sem a costumada educação espartana que se verifica na Grã Bretanha. Os pais de Astrid quiseram que as filhas aprendessem o mesmo que qualquer menina burguesa e assim aconteceu. Aprenderam a cozer, cozinhar e tratar de crianças. Margarida, Marta e Astrid estavam assim preparadas para viver num país onde a democracia era já uma realidade. Astrid frequentou a Universidade feminina de Upsala e tirou um curso de Puericultura.
            Astrid desde pequena que gostava de ler e praticar desporto. Com as irmãs costumava visitar os doentes nos hospitais e preferia conversar com os mais pequenos. Astrid conheceu aquele que seria seu marido num dos muitos encontros entre as famílias reais europeias. 
            Decorria o mês de Março de 1926 e depois de várias semanas de convívio, Leopoldo e Astrid sentiram-se atraídos um pelo outro. Ele era o príncipe herdeiro da Bélgica, filho de Alberto I e da rainha Isabel. Leopoldo era o protótipo do príncipe perfeito. Bonito, inteligente, rico e simpático. Astrid e Leopoldo amaram-se, como se podia amar naquele tempo, com uma certa distância. Ficaram noivos e casaram, sem qualquer entrave. O casamento foi primeiro uma cerimónia civil em Estocolmo, a 4 de Novembro de 1926, na presença dos reis da Suécia, Bélgica, Dinamarca e Noruega e de muitos convidados da nobreza europeia. A noiva tinha a religião luterana e o noivo era católico. 
            Para a realização da cerimónia religiosa, Astrid foi levada pelo pai e comitiva para a Bélgica, no Fylgia , um deslumbrante barco branco, onde a princesa viajou envergando, como não podia deixar de ser, um vestido também branco. Por ser do país das neves e vestir-se de branco, começaram logo a chamaram-lhe « Princesa das Neves». 
            A comitiva real chegou à cidade de Antuérpia onde era esperada, no cais, pelo apaixonado noivo, que a beijou na face, sem se preocupar com protocolos e que uma multidão curiosa saudou e aplaudiu. Diferente do que viria a ser mais tarde o enlace de Carlos de Inglaterra e Diana, este não foi um casamento de Estado, imposto. Foi na verdadeira acepção da palavra um casamento de amor. A cerimónia religiosa realizou-se em Bruxelas, no dia 10 de Novembro, na basílica de Santa Gúdula. Astrid lindíssima ostentava um vestido com uma cauda de dez metros de comprido e na cabeça um diadema que lhe segurava um véu de renda de Bruxelas. 
            A Bélgica, como sabemos, é um país recente, apenas independente dos Países Baixos, desde 1830. País próspero e de uma riqueza imensa em património monumental, as suas principais cidades são capitais de cultura, de grande comércio e, nos anos 30 do séc. XX, uma das suas principais riquezas era a extracção de carvão de minas. 
            Os noivos, Astrid e Leopoldo, foram viver para um pavilhão anexo ao palácio, chamado Belle Vue. Astrid aprendeu a língua flamenga e melhorou o seu francês por serem as duas línguas oficiais da Bélgica.
            Educada de modo informal, Astrid teve a primeira filha Josefina Carlota, em 1927 e educou-a como fora educada, com o mínimo de protocolos. Porque as crianças, todas, filhas de monarcas ou dos comuns dos mortais, devem ter desde que nascem liberdade e muito afecto. Os belgas cedo se habituaram a ver uma mãe com os filhos ( que por acaso, era princesa) a passear, o carrinho com o bebé pelos jardins de Bruxelas. 
            Astrid, deu-se logo muito bem com a sua nova família. O casal viveu uma lua-de-mel de nove anos, que só a morte trágica da rainha viria interromper. 
            O ano de 1930 foi o ano do primeiro centenário da Bélgica como País. Houve enormes comemorações que culminaram com o nascimento, a 7 de Setembro, do filho, que viria a ser o herdeiro do trono – Balduino, que foi rei entre 1951 e 1993.

            Como herdeiro do trono, Leopoldo com o título de duque de Brabante e Astrid fizeram diversas viagens, nomeadamente ao Congo (ex-Congo Belga), às chamadas Índias Holandesas e à Ásia meridional. Em 1932 visitam a Indochina francesa e as Filipinas. Também, nos momentos de lazer passavam temporadas na Suiça, normalmente incógnitos, porque, embora nesse tempo ainda não houvesse os terríveis paparazzi, já havia muitos repórteres que perseguiam as figuras reais. Astrid e Leopoldo, viajavam com o título de condes de Rethy e conseguiam normalmente passar despercebidos. Astrid gostava de ir a Paris fazer compras. Numa dessas estadias, fora do país, souberam que o rei Alberto I, pai de Leopoldo, que tinha a paixão pelo alpinismo, fora vítima de uma queda, ao escalar uma montanha rochosa perto de Namur, que lhe provocou a morte. Foi uma tragédia. Alberto I era casado com Isabel, duquesa da Baviera, filha da infanta portuguesa Maria José de Bragança. Era o ano de 1934.

            Um novo capítulo se abre para Astrid. Agora é rainha dos belgas. A simpatia do povo por ela aumentou, porque passaram a vê-la ainda mais. Reparavam na sua doçura, a timidez que foi perdendo e adoravam vê-la dedicada aos filhos e conversar com pessoas que a saudavam na rua. Profundamente preocupada com obras sociais, a nova rainha visitava regularmente creches e protegia os mais carenciados, quando havia crises de desemprego, fruto da situação geográfica da Bélgica, muitas vezes impotentes perante as grandes potências vizinhas como a Alemanha, a França e a Grã Bretanha. No entanto, nos períodos mais graves, Astrid tomava a iniciativa de pedir donativos, que eram entregues no palácio, para serem distribuídos pelas famílias mais pobres, normalmente as dos mineiros. 
            Nem toda a sociedade, principalmente os mais conservadores, via com bons olhos esta preocupação da rainha pela classe operária e chamavam-lhe «rainha dos operários», mas, para aqueles que ela apoiava generosamente este era um «título honorífico». O terceiro filho, Alberto nasceu em Junho de 1934 e é o actual rei dos belgas, desde 1993. 
            Em 1935 foi inaugurada a Exposição Internacional de Bruxelas. O rei comprara um belo automóvel, um Packard descapotável, último modelo. Em Agosto de 1935 o casal real instalou-se com os filhos e uma pequena comitiva numa aldeia suíça. Iam praticar alpinismo, gosto que Leopoldo herdara do pai. No dia 29 de Agosto o casal real, acompanhado por amigos que viajavam noutro carro partiram para as montanhas equipados para praticar o seu desporto preferido. O motorista e a dama de companhia da rainha viajavam no banco de trás. Tudo parecia sorrir naquele belo dia de Verão. Astrid, de mapa na mão seguia o itinerário e dava indicações ao marido dos locais onde gostava de parar para apreciar a paisagem, mas, num gesto impensado, a rainha, virando-se para o marido mostra-lhe algo no mapa e este, num segundo de distracção, perde o controlo do carro e vai embater violentamente contra uma árvore. O corpo de Astrid da Bélgica é brutalmente projectado, partindo com a cabeça o vidro e o seu corpo cai ensanguentado, tendo, segundo os especialistas tido morte imediata. O carro, segundo testemunhas, iria apenas a 60 km/hora. O automóvel acabaria por se precipitar no lago Lucerna, num local baixo, daí só parte ter ficado submersa, como mostram as fotos da época. 
            Depois... Tudo foi complicado e lento. O auxílio foi pedido por um amigo do rei que viajava noutro carro, mas tudo demorou demasiado tempo. Ninguém na Suiça sabia quem eram aqueles estrangeiros sem documentos e a polícia também demorou a perceber quem eram os sinistrados. O rei Leopoldo e os outros ocupantes do carro tiveram ferimentos pouco graves. Chegaram mais tarde os socorros e um padre, mas a rainha já tinha falecido. 
            A brutal notícia foi transmitida pela rádio e foi a consternação geral, no mundo inteiro. A imprensa de todo o mundo deu notícias pormenorizadas. Em França os jornais fizeram edições especiais, em Itália, onde era então rainha uma irmã de Astrid, foi uma comoção generalizada e os jornais esgotaram-se em toda a Europa. De todo o mundo chegaram flores e condolências. 
            O corpo embalsamado da rainha Astrid chegou, de combóio a Bruxelas e foi levado para o palácio real. Durante vários dias as lágrimas dos belgas correram, sem cessar, pela sua rainha. Astrid, tinha vivido, primeiro como princesa e depois como rainha, apenas nove anos na Bélgica, mas o povo amava-a como se ela sempre ali tivesse vivido. 
            Estiveram presentes nas exéquias, que tiveram lugar no dia três de Setembro, monarcas e príncipes, chefes de Estado de inúmeros países, mas a grande homenagem, que ela teria apreciado, foi prestada pelos mineiros, que ela protegera e que fizeram questão de desfilar envergando os seus fatos de trabalho, de ganga azul com os típicos lenços vermelhos ao pescoço e nas mãos as lâmpadas acesas das lanternas com que desciam às minas. Foi comovente. 
            Com 29 anos desaparecia a «rainha dos operários» deixando órfãos três filhos pequeninos, um povo, que a amava e um marido inconsolável, que fez questão de seguir a pé no cortejo fúnebre. Quem o viu testemunhou que se chegou a temer pela sua saúde. Estava devastado pela dor. Por diversas vezes se viu o monarca limpar as lágrimas, gesto que nenhum protocolo conseguiria jamais impedir . 
            Em 1936 foi construída uma capela na cidade suíça de Kussnacht, perto do local onde a rainha Astrid perdeu a vida. 

Informação retirada daqui

Biografia - Maria Judite de Carvalho


Revelou-se como escritora com o livro Tanta Gente Mariana..., colectânea de uma novela e sete contos publicada em 1959. O livro considerado pela crítica como “estreia notabilíssima, talvez sem precedentes na história literária das últimas décadas” (Ramos de Oliveira, em Jornal de Notícias”) valeu-lhe reconhecimento instantâneo. Mas a sua obra completa (num total de 15 títulos, dois deles póstumos) permanece inexplicavelmente desconhecida do grande público. Nascida em Lisboa a 18 de Setembro de 1921, Maria Judite de Carvalho viveu em França e na Bélgica entre 1949e 1955, ainda antes da estreia literária. O resto dos seus anos, passou-os na capital, cenário de uma infância que evocava feliz: “Andava de bicicleta na Praça da Alegria, ia a pé até ao Campo Grande” (entrevista ao “Jornal de Letras”, 1996) e cujo fulgor não parece ter-se prolongado pela vida adulta que, nas suas palavras, “não foi boa, não” (ibidem). A esta amargura não terá sido alheia a ostensiva hostilização do público português à sua obra, de cuja promoção nunca, de resto, cuidou, avessa como foi sempre foi a toda a espécie de mundanismos. Maria Judite de Carvalho permanece uma escritora de actualidade renovada, difícil de catalogar no estilo que geralmente lhe é associado (herdeiro do existencialismo e do chamado “novo romance”), possuidora de portentosa capacidade para dissecar o desespero e a solidão quotidiana na grande cidade. Em “Tanta Gente, Mariana...” aparece já uma frase premonitória : “Mas hoje são 20 de Janeiro e daqui a três ou quatro meses começo a esperar a morte.” Morte que ocorreria só trinta e nove anos e doze livros depois, mas cujo lastro se deixa adivinhar nestas primeiras páginas, através do percurso de Mariana Toledo, a jovem de 15 anos que descobre, assim sem mais nem menos, que a solidão e a desagregação são as únicas coisas que temos certas. Embrião de toda uma obra futura (obra imprescindível no panorama da literatura portuguesa do século XX), “Tanta Gente Mariana...” é matriz do mundo que sempre acompanharia a obra da escritora . Um mundo só seu , onde o eco de cada passo se transforma no barulho ensurdecedor da passagem do tempo . Várias vezes galardoada, esta “flor discreta” da nossa literatura (como lhe chamou Agustina Bessa-Luis) permanece um grandioso mistério que o público não soube ainda desvendar como merece. Sina na qual foi coeva de Irene Lisboa, curiosamente a única escritora que alguma vez admitiu estar-lhe próxima da alma. 

Notícia retirada daqui

quarta-feira, 22 de março de 2017

Notícia - Grupo de "motards" tira Bruce Springsteen da estrada após avaria


Um grupo de "motards" de Nova Jérsia encontrou Bruce Springsteen à beira da estrada, depois de a sua mota ter ficado sem bateria. Levaram-no a um bar para tomar uma bebida e trocaram contactos.

Um grupo de "motards" do grupo Freehold American Legion Riders seguia viagem rumo a casa quando viram, à beira de uma estrada na localidade de Freehold, em Nova Jérsia, um homem ao lado de uma mota com a bateria descarregada. Quando se aproximaram, ficaram surpreendidos ao perceber que era Bruce Springsteen.

"Foi um dia que eu provavelmente não vou esquecer durante algum tempo. Quando desço da minha mota, vejo que é ele. É um homem muito simpático e humilde", conta Dan Barkalow, de 54 anos, um dos "motards" à CNN.

Quando não conseguiram ligar de novo a bateria da mota do músico norte-americano, levaram-no, num dos seus veículos, até ao bar mais próximo, onde ficaram a tomar uma bebida e a conversar durante 45 minutos, até chegar a boleia do cantor e compositor.

"Falámos sobre motas e sobre a nossa localidade [Freehold]", frisou Dan Barkalow, acrescentando que Bruce Springsteen ficou com os nomes e os contactos telefónicos daquele grupo. "Ele disse que, quando der um concerto nesta zona, liga-nos para nos dar bilhetes", adiantou o norte-americano, divulgando ainda imagens com o cantor.

Informação retirada daqui

Currículos: O que vai mudar nas escolas?


O que vai mudar nas escolas no próximo ano lectivo?
A chamada “flexibilização curricular” ou “flexibilização pedagógica” só será posta em prática, em 2017/2018, num grupo de escolas, numa espécie de projecto-piloto, que incidirá também só nos anos iniciais de ciclo (5.º, 7.º e 10.º anos). O referencial de base para esta mudança é o Perfil do Aluno à saída da escolaridade obrigatória, que esteve em discussão pública até 13 de Março. Foram recebidos 450 contributos. Este documento define um conjunto de 10 competências-chave que todos os estudantes deverão adquirir ao longo dos 12 anos de escola. Para cada disciplina serão estabelecidas quais as aprendizagens essenciais, numa espécie de metas curriculares simplificadas. Face à extensão dos programas actuais, “trata-se de identificar o que é essencial que todos os alunos aprendam”, especificou o secretário de Estado da Educação, João Costa.

O que é a “flexibilização curricular”?
Às escolas será dada, segundo o Ministério da Educação, a possibilidade de gerir até 25% da carga horária semanal por ano de escolaridade de modo a exploraram “formas diferentes de organizar os tempos escolares, possibilitando trabalho interdisciplinar, desenvolvimento de projectos, trabalho em equipas pedagógicas”, entre outros.

Vão ser criadas novas disciplinas?
No 2.º e 3.º ciclos será introduzida a área de cidadania e desenvolvimento sustentável, a ser integrada na área das Ciências Sociais e Humanas, que terá um reforço da carga horária. A área de Tecnologias de Informação e Comunicação voltará a constar da matriz curricular de todos os anos de escolaridade. Actualmente só existe no 7.º e 8.º anos. E no ensino secundário os alunos poderão escolher uma disciplina de outro curso. Caso exista horário e oferta disponível, um aluno de Ciências e Tecnologias pode inscrever-se numa disciplina de Línguas e Humanidades.

Os estudantes do ensino profissional poderão também substituir uma das suas disciplinas por outra do ensino regular, caso necessitem de fazer o exame dessa disciplina. “Tem sido um dos pedidos mais feitos por pais e alunos, o de não existirem percurso tão estanques”, como agora, explicou ontem João Costa.

Como será feita a gestão da “flexibilização curricular”?
A decisão de como usar os 25% do tempo de ensino que lhes será entregue pertence às escolas, mas o Ministério da Educação já apresentou exemplos de como tal poderá ser feito, sendo que as escolas poderão optar por uma das soluções propostas ou por conjugar diferentes soluções. Segundo o Ministério da Educação, não está em causa uma mudança de conteúdos ou de disciplinas, mas sim uma gestão diferente do tempo de ensino.

Isto pode passar, por exemplo, por uma fusão de disciplinas em áreas disciplinares, em que dois ou mais professores “trabalham em equipa” na preparação das aulas, que podem ser dadas à vez por cada um ou em conjunto. Por exemplo: em vez de trabalhar de forma separada as disciplinas de Físico-Química e Ciências Naturais, juntá-las com a carga horária equivalente à soma das duas.

Pode-se optar também pela alternância entre tempos de estudos tradicionais e semanas em que toda a escola trabalha em conjunto, numa perspectiva multidisciplinar, um só tema. Por exemplo, “a Europa” ou “a crise dos refugiados”. Esta é uma experiência que está a ser seguida na Finlândia.

Entre outros cenários apresentados existe também a possibilidade de pelo menos algumas disciplinas passarem a ter uma lógica trimestral (no fundo, a uma por período) ou semestral em vez de anual, o que se fará através de um reforço da sua carga horária semanal. Por exemplo, imagine-se duas turmas: a turma A tem História apenas no primeiro semestre, mas com uma carga lectiva idêntica à que teria se a disciplina fosse leccionada no ano inteiro, enquanto a turma B tem Geografia, nas mesmas condições; no semestre seguinte, a turma B tem História e a turma A tem Geografia. Segundo o ministério, tal permitirá que os professores tenham menos turmas para leccionar em simultâneo, embora mantenham o mesmo tempo lectivo; ao mesmo tempo, os alunos ficam com menos disciplinas para estudar no mesmo período do tempo.

O que não vai mudar?
Segundo o Ministério da Educação, para os alunos, o tempo de permanência na escola será idêntico. As cargas horárias na generalidade das disciplinas ficarão iguais. Também os programas e as metas em vigor não serão alterados e não serão adoptados novos manuais escolares. Estas são as razões pelas quais o ministério tem afirmado que não está em causa uma reforma curricular.

Informação retirada daqui

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Biografia - Abu Bakr Muhammed ibn Zakariya al-Razi, latin

Filósofo radical e talentoso médico persa nascido em Ravy, próximo a Teerã, na Pérsia. Escreveu sobre quase todos os aspectos da medicina e, entre numerosos trabalhos sobre medicina, o mais importante foi al-Hawi (O Livro Compreensivo, ou Liber continens, como se tornou conhecido na Europa medieval), uma enorme enciclopédia sobre medicina, originalmente em 20 volumes, dos quais 10 sobreviveram. Nele se encontrava quase tudo sobre a medicina Grega, Síria e Arábica e estavam incluídos, virtualmente, todos os tópicos sobre a importância da medicina. Suas experiências pessoais e observações como médico fizeram de al-Hawi um marco extraordinário na história da medicina. Escreveu De Variolis et Morbillis (870), em que descreveu sistematicamente as diferenças entre varíola e sarampo. Exerceu a medicina com brilhantismo em Ravy e depois em Bagdá. Escreveu um livro, hoje desaparecido, sobre os truques dos profetas, onde justificava sua descrença em milagres e pregava a nocividade das religiões. Defendia a igualdade entre os homens bem como que estes não tinham necessidade de uma disciplina religiosa durante suas vidas. Para ele homens como Hipócrates e Euclides eram muito mais importantes que qualquer líder religioso. Escreveu muitos manuais de medicina que lhe valeram grande reputação como médico e também fez importantes contribuições para alquimia e filosofia, embora a maioria destes trabalhos estejam perdidos, mas suas opiniões em outras áreas, em função do seu radicalismo, valeram-lhe muita impopularidade. Classificou os materiais usados pelos alquimistas em: corpos (metais), pedras, vitríolos, bóraxes, sais e espíritos, estes os sublimáveis tais como mercúrio, enxofre, ouro-pigmento, realgar ou sulfeto de amônio e sal amoníaco ou cloreto de amónio. Seus escritos influenciaram fortemente o mundo islâmico tanto quanto a Europa Ocidental na Idade média. Conceituava-se como um antiaristoteliano, admirador de Platão e receptivo a teoria atômica da matéria e faleceu em sua cidade natal.

Notícia retirada daqui

Biografia - Marie Curie


(1867 - 1934) Física polaca nascida em Varsóvia e naturalizada francesa, famosa pesquisadora e criadora do termo radioatividade, juntamente com o marido. Bela filha de um modesto professor secundarista, aos dezessete anos arranjou um emprego e, assim, conseguiu economizar para ir para Paris (1891), matriculando-se na Sorbone, onde dois anos mais tarde formou-se em física e em matemática (1894). Trabalhando no laboratório de pesquisas de Gabriel Lippmann, conheceu o cientista francês (1894) Pierre Curie, com quem casaria no ano seguinte, formando o mais famoso casal de cientistas da história. Com dois diplomas universitários (1897) e uma bolsa de estudos, publicou seu primeiro trabalho importante, Investigações sobre as propriedades magnéticas do aço temperado. Apresentou no Congresso de Física de Paris (1900) as suas descobertas do polônio e do rádio. Ganharam a medalha Davy da Sociedade Real de Londres (1903) e o Prêmio Nobel de Física, dividindo-o com Antoine Becquerel, por suas descobertas no campo da radioatividade.

Nasceu sua segunda filha (1904), Eva, que se tornaria sua biógrafa. Ganhou a cátedra de física (1906) da Faculdade de Ciências de Sorbonne, após a morte de Pierre em um acidente de trânsito, tornando-se a primeira mulher a ocupar tal cargo na França. Publicou Traité sur la radiografie (1910), em que sintetizou as pesquisas realizadas com seu marido, e seu aluno Langevin. Recebeu pela segunda vez (1911), um Prêmio Nobel, agora de Química, por conseguir isolar o rádio metálico puro. Foi eleita (1922) membro da Academia de Medicina de Paris, justa homenagem por suas atividades na medicina experimental.

Durante a primeira guerra mundial, com a ajuda da filha Irène, devotou-se ao desenvolvimento das técnicas da radiografia. Foi também ela quem primeiro percebeu a necessidade de acumular fontes de radioatividade intensa para o tratamento de doenças e para realizar pesquisas de física nuclear. A formação de reservas por ela incentivada foi decisiva até o aparecimento dos aceleradores de partículas (1930).

Morreu em 4 de julho (1934), perto de Sallanches, França, de leucemia provocada por anos de exposição à radioatividade sem nenhuma proteção. Em honra ao casal Curie, o elemento químico de número atômico 96 foi batizado com o nome de cúrio e a unidade de medida da radioatividade chamou-se curie. Sua primeira filha, Irène Joliot-Curie, nascida no segundo ano de casamento, que mais tarde se casaria com o físico Frédéric Joliot, e que começou colaborando na cátedra da mãe, posteriormente, junto com o marido Frederico Juliot, descobriu a radioatividade artificial. Isso valeu ao casal Joliot-Curie o Prémio Nobel de Química (1935).

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Notícia - Cafeína poderá prevenir cancro de pele causado pelo Sol

Um dos mecanismos que faz com que a cafeína previna o cancro foi comprovado em ratinhos submetidos a raios ultra-violeta que demoraram mais tempo a desenvolver cancro da pele. O estudo foi publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Há muitos estudos que sugerem que beber café pode prevenir certos tipos de cancro. Esses resultados, muitas vezes dependem de mais de seis cafés por dia.

Sabe-se que um dos outros efeitos da molécula que faz do café uma bebida estimulante, é a inibição de uma proteína chamada ATR que controla o ciclo celular. A ATR pára a divisão celular quando encontra danos no ADN de uma célula. Se esta enzima for inibida, uma célula com danos no ADN continua a dividir-se e no final acabará por morrer. Desta forma não há oportunidade da célula se tornar cancerosa.

Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos, testaram esta teoria no caso do cancro da pele originado pela exposição aos raios ultra-violeta (UV) que se apanham, por exemplo, durante a exposição ao Sol.

Em vez de utilizarem a cafeína, alteraram directamente o funcionamento da ATR, utilizando ratinhos transgénicos, para que a função da proteína nas células da pele ficasse comprometida.

Depois, submeteram uma população de ratinhos normal e outra transgénica a raios UV durante 40 semanas. O aparecimento de tumores aconteceu três semanas mais tarde nos ratinhos transgénicos do que na população normal. E depois de 19 semanas do início da experiência, havia menos 69 por cento de tumores em ratinhos com a ATR comprometida.

“Tudo isto sugere a possibilidade de que a cafeína terá um efeito inibitório no cancro de pele induzido pelo sol”, disse citado pelo Guardian Allan Conney, um dos investigadores do estudo, da Universidade Rutgers, New Jersey. Apesar do efeito protector, na experiência todos os ratinhos acabaram por desenvolver cancro da pele devido ao período de tempo prolongado que foram submetidos aos raios UV.

Os cientistas querem agora perceber se a aplicação de cafeína na pele poderá ter efeitos semelhantes.

EFA - STC - Texto - Leis e Modelos Científicos - Sociedade, Tecnologia e Ciência


Naturalista britânico, inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. A volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua colecção de naturalista, acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época. Aos 27 anos, de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até à morte.
No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma selecção natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-se, reforçadas, aos descendentes.
Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras por evolução. Em virtude da selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados. Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.
A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas ideias vê-se violentamente combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêem no homem a imagem de Deus. Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polémicas vitorianas sobre a natureza social, metafísica e fisiológica do homem.
O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da evolução, mas o facto de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para provar esta ideia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que, por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.
Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui involuntariamente para o advento do naturalismo literário.

Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 no seio de uma família abastada. O seu pai era um médico famoso e altamente respeitado e Susannah, sua mãe, pertencia a uma importante família de fabricantes de cerâmica.
Darwin não foi um aluno brilhante, pois não se interessava pelas matérias que lhe ensinavam na escola. Estava destinado a viver da fortuna da família, mas o seu pai convenceu-o a optar por uma profissão. Em 1825, Charles Darwin foi estudar medicina, tendo desistido dois anos mais tarde, para ingressar no curso de direito na Universidade de Cambridge. Um dos seus professores, Prof. Henslow, convenceu-o a levar mais a sério o seu interesse pelas Ciências.
Em Janeiro de 1831, Darwin formou-se. O Prof. Henslow falou-lhe então de um navio, o H.M.S. Beagle, que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação e, assim, em 27 de Dezembro de 1831, Darwin partiu numa expedição que iria durar cinco anos e que se iria tornar um marco da história da Ciência.
O governo inglês queria contribuir para a cartografia de zonas pouco conhecidas da costa sul-americana. Para esta tarefa, era necessário um naturalista, para observar e coleccionar tudo o que houvesse de interesse — Darwin, devido à sua juventude, era a escolha acertada.
A viagem do Beagle começou a 27 de Dezembro de 1831 e durou 5 anos. Durante este tempo percorreu toda a costa sul-americana, parou em todas as ilhas das Galápagos, continuando para a Austrália e depois para Sul de África.
Darwin teve oportunidade de observar diferentes fenómenos da natureza que lhe despertaram a curiosidade e que viriam a ser pilares no desenvolvimento da sua teoria. Na Argentina, desenterrou ossos de animais já extintos, mas que apresentavam algumas semelhanças com espécies actuais.
Mais tarde, no Chile, presenciou um vulcão em plena erupção; as Galápagos apresentavam uma fauna e flora peculiares, que lhe proporcionaram o estudo das iguanas, tentilhões e tartarugas.
Após a chegada do Beagle a Inglaterra, o trabalho de Darwin como naturalista tinha de ser terminado. Para isso, instalou-se em Londres, onde editou dois livros: um livro que descrevia o trabalho zoológico durante a viagem e outro que era o seu diário de bordo.
Pouco tempo depois do seu casamento com Emma Wedgwood, a família mudou-se para a aldeia de Down no Sudeste da Inglaterra. Foi aqui que desenvolveu a teoria que o tornaria famoso e que iria revolucionar o pensamento. Darwin permaneceu nesta casa o resto da vida rodeado apenas pela família e alguns amigos mais íntimos.
To das as informações recolhidas durante a viagem e os relatórios que os seus colegas prepararam (baseados nas espécies enviadas por Darwin) alertaram-no para algumas questões.
As tartarugas das Galápagos eram suficientemente parecidas para terem uma origem comum, mas pertenciam a 7 espécies diferentes, e cada espécie vivia numa só ilha. Um fenómeno semelhante acontecia com os tentilhões. Darwin concluiu que as ilhas tinham sido povoadas a partir do continente e que as características de cada ilha tinham condicionado a evolução das espécies, levando assim à sua diferenciação. Esta conclusão levou Darwin a juntar-se à corrente evolucionista, já defendida por outros como Lamarck.
Segundo Lamarck, todas as espécies tinham evoluído a partir de outras espécies ancestrais. E as novas características adquiridas pelos seres vivos deviam-se à necessidade de adaptação ao meio que os rodeava. Sendo assim, se um órgão ou função de um ser vivo fosse muito utilizado, este tornava-se mais forte, mais vigoroso e de maior tamanho. Mas se um órgão ou função não fosse utilizado, atrofiava e acabaria por desaparecer. Estas características eram, por sua vez, transmitidas às gerações seguintes. A adaptação era progressiva e caminhava para a perfeita interacção com os factores ambientais. Desta forma, Lamarck explicava o tamanho do pescoço das girafas ou dos flamingos.
Darwin veio modificar a teoria de Lamarck tornando-a mais verdadeira. Segundo esta teoria, o número de indivíduos de uma espécie não se altera muito de geração em geração, pois uma boa parte dos indivíduos de uma geração é naturalmente eliminada, devido à luta pela sobrevivência. Assim, os indivíduos que sobrevivem são os mais aptos e melhor adaptados ao meio ambiente, os outros são eliminados progressivamente. O resultado desta luta é uma selecção natural que ocorre na natureza, privilegiando os melhores dotados relativamente a determinadas condições ambientais. Como as formas mais favorecidas têm uma maior taxa de reprodução em relação às menos favorecidas, vão-se introduzindo pequenas variações na espécie que a longo prazo levam ao aparecimento de uma nova espécie. Como os mecanismos hereditários ainda não eram conhecidos, Darwin não conseguiu explicar como surgiam as variações dentro das espécies, nem como eram transmitidas às descendências.
Ao mesmo tempo que Darwin definia a sua teoria, o naturalista Wallace enviou-lhe o seu trabalho, com uma teoria muito próxima à sua, para que Darwin desse a sua opinião. Este facto apressou todo o processo e pouco tempo depois, Darwin apresentou a sua teoria e a de Wallace à Linnaean Society.
Dedicou o ano seguinte a escrever um livro, que em quatro volumes resumia a sua teoria, ao qual Darwin chamou de "On the origin of species" (A origem das espécies).
O livro esgotou no primeiro dia de vendas e levantou uma tempestade de ideias que dificilmente se acalmou. A Igreja Católica contestou ferozmente a teoria, pois esta desmentia alguns dogmas seculares. Além disso, reduzia-nos a um universo apenas material, onde todo o processo de criação se devia ao ambiente e não a Deus. Darwin sempre negou a sua intenção de destruir a imagem de Deus e manteve-se devoto até ao fim da sua vida.
Darwin publicou muitas outras obras expondo as suas teorias e a sua biografia. Foi igualmente pioneiro em muitos temas controversos no campo das ciências. As suas ideias foram realmente revolucionárias, tendo iniciada uma linha de pensamento totalmente original.
Morreu a 1 de Abril de 1882, tendo sido sepultado na Abadia de Westminster — devido à sua popularidade, o governo concedeu-lhe esta honra, ainda que contra a vontade da família.
Frases Célebres de Charles Darwin
"A man’s friendships are one of the best measures of his worth" (as amizades de um homem são uma das melhores medidas do seu valor).
"An American Monkey after getting drunk on Brandy would never touch it again, and this is much wiser than most man" (um macaco americano depois de se embebedar com brandy nunca mais volta a bebê-lo, neste sentido é muito mais sensato do que a maioria dos homens).
Há grandeza neste modo de ver a vida, com as suas potencialidades, que o sopro do criador originalmente imprimiu em algumas formas ou numa só; e assim, enquanto este planeta foi girando de acordo com a lei imutável da gravidade, a partir de um início tão simples evoluíram inúmeras formas mais belas e mais maravilhosas.
Charles Darwin - A origem das Espécies

Assim, a teoria da evolução das espécies baseia-se nestes conceitos: origem da vida; provas de evolução a partir de campos biológicos diversos (semelhanças quanto à forma, embriológicas, bioquímicas ou achados paleontológicos); factores de evolução: herança (que conserva os caracteres), variabilidade (mutação, recombinação de genes), selecção natural (o meio actua sobre as variações, com os mais fortes a imporem-se aos mais fracos) e isolamento.
O evolucionismo rapidamente se expande para além das ciências da vida a outras áreas do conhecimento, universalizando-se e adaptando-se aos seus princípios científicos. Na filosofia, é entendido como lei geral dos seres comum a toda a espécie de existência, em geral ou em particular; na antropologia e na sociologia, está por detrás da concepção de que o desenvolvimento das sociedades e das instituições seguiu uma certa orientação através de etapas vencidas por meio de leis demonstráveis (Comte); atinge também a política e a história. Abre, pois, novas perspectivas e considerações em variadíssimos ramos do saber, mantendo as suas questões tradicionais grandes e aceso debate a nível filosófico.
No mundo de hoje, o evolucionismo surge como uma doutrina extraordinariamente actual e dotada de argumentos capazes de criar rupturas com o tradicionalismo e as convenções clássicas, conduzindo o Homem a uma reabordagem constante da sua própria evolução biológica. O universo e a vida, em todas as suas manifestações, e a natureza nos seus múltiplos aspectos são cada vez mais entendidos como resultado do desenvolvimento, por oposição às ideias religiosas da criação inicial. O evolucionismo pressupõe serem mais plausíveis a mudança, o desenvolvimento e a adaptação como mecanismos de explicação do conjunto dos organismos vivos.

Bibliografia:
Porto Editora, Diciopédia 2003
www.vidaslusofonas.pt
www.ajc.pt
www.naturlink.pt


Manual - Segurança Alimentar - Lista de substâncias registadas para uso em aqüicultura em diversos países.


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Vídeo - Isto é Matemática T02E01 A Parábola da Parábola - Parte 1


Dezenas de secundárias só têm um curso


Há 61 escolas que apenas lecionam uma área no Secundário, qualquer que seja a vocação dos alunos. Pampilhosa e Oleiros remam contra a maré.

É uma realidade que escapa a quem vive nos grandes centros urbanos, mas há 61 secundárias onde os alunos não podem escolher o curso que querem, porque não há estudantes suficientes para abrir mais do que uma área de aprendizagem, no 10.º ano. O número foi enviado pelo Ministério da Educação, mas uma busca feita no portal Infoescolas indica que, em mais de uma dezena de casos, essa Secundária é a única do concelho. 

Mandarim, Filosofia e ioga no 1.º Ciclo? Sim, é possível


Filosofia, Mandarim, Programação ou Cultura Clássica podem ser disciplinas do 1.º Ciclo? Não só podem como já são em alguns agrupamentos.

O Governo pretende aumentar a flexibilidade curricular e diversificar as metodologias em sala de aula e muitas escolas já o fazem desde os primeiros anos de ensino. A maioria aproveita os tempos da oferta complementar para diversificar - há aulas de ioga, Robótica, Empreendedorismo e até Estudo do Meio ensinado em inglês, sob regime bilingue.

Apesar da diversidade, os objetivos são comuns: ensinar os alunos a pensar, a desenvolver o espírito crítico e a capacidade de reflexão, motivá-los para a aprendizagem e reforçar-lhes os níveis de confiança e autoestima. Em suma: promover o sucesso escolar.

Projetos são promovidos pelas respetivas autarquias em parceria com outras instituições
"Atualmente, as escolas podem ocupar até no máximo uma hora por semana em ofertas complementares. Estas ofertas são tanto mais enriquecedoras quanto servirem para promover melhores aprendizagens em qualquer área do currículo. Por exemplo, não faz sentido que as aprendizagens em Robótica e Programação não sejam integradas com o trabalho na Matemática ou nas Expressões", frisou ao secretário de Estado da Educação, João Costa.

Em escolas do 1.º Ciclo do Carolina Michaëlis (Porto), alunos dos 3.º e 4.º anos têm 20 aulas de uma hora por semana de Filosofia. Armindo Sousa, coordenador do 1.º Ciclo do Agrupamento, insiste nas mais-valias: "Ensinar a escutar, a saber pensar, desenvolver a oralidade e a reflexão". Os alunos do 1.º ano têm uma hora semanal de ioga, no tempo de Educação para a Cidadania. "O reforço da concentração e da autoestima" são os objetivos deste projeto que também é uma disciplina multidisciplinar, sublinha.

Os alunos dos 3.º e 4.º anos do agrupamento Oliveira Júnior (São João da Madeira) têm uma hora semanal de Mandarim. A professora Renata Oliveira não estabelece um impacto direto entre esta oferta e o sucesso educativo, mas admite que motiva os alunos e estimula o gosto por culturas diferentes, já que têm têm sessões de kung-fu e provas de gastronomia esporádicas no âmbito do projeto.

Os alunos do 4.º ano também têm Programação, mas nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC). O agrupamento investiu em tablets e os alunos "fazem problemas, histórias animadas e constroem jogos digitais".

Já o agrupamento de Oliveira do Hospital (Viseu) aderiu ao desafio da Associação de Professores de Latim e Grego e introduziu a disciplina de Cultura e Línguas Clássicas. "Os conteúdos lecionadas no 1.º Ciclo são, essencialmente, relacionados com as narrativas da mitologia clássica e costumes dos romanos e gregos", explica a presidente da associação. O objetivo é mostrar a origem da nossa cultura, despertando-lhes o gosto pela investigação, destaca Isaltina Martins.

Todos estes projetos são promovidos pelas respetivas autarquias em parceria com outras instituições. É esse apoio que falta às restantes escolas, insistem os presidentes das duas associações de diretores. "A autonomia acaba nos recursos disponíveis, a partir daí, só resta sonhar", afirma Manuel Pereira (ANDE).

Filinto Lima (ANDAEP) também admite que a diversidade oferecida depende dos recursos das escolas. Por exemplo, no Agrupamento que dirige, Dr. Costa Matos, os alunos aprendem teatro na oferta complementar por Gaia ser um concelho com longa tradição no teatro amador. No ano passado, por iniciativa de um professor, tiveram Língua Gestual. "São lições que ficam para a vida", frisa Filinto Lima.


Desde o 1.º ano que os alunos do agrupamento José Estêvão (Aveiro) aprendem Estudo do Meio em inglês. "Somando as horas de Estudo do Meio, Expressões, Oferta Complementar e AEC, os alunos estão em contacto com a língua inglesa, aprendendo conteúdos destas áreas cerca de sete horas", explica a coordenadora do projeto Paula Cruz. Os testes de Estudo do Meio são feitos nas duas línguas. "São discentes com maior capacidade da compreensão oral" e "que já tomam a língua inglesa como parte quase normal numa outra aula que não a de Inglês", explica.

Em Cascais, todas as escolas são "empreendedoras". Os alunos não têm tempo no horário, mas os docentes têm obrigatoriamente de cumprir o programa definido, explica o diretor do projeto Piteira Lopes. No final de cada ano letivo, há um concurso interescolas e os vencedores concretizam as suas ideias de negócio, como a aplicação criada para se tirar senhas na loja do cidadão através do telemóvel.

O concelho foi dos primeiros a avançar para a municipalização e o vereador Frederico Almeida garante que o balanço é positivo: Cascais tem um numero de auxiliares acima do rácio e conseguiu reduzir para metade o custo com o leite escolar ao lançar um concurso em vez de 11.

Informação retirada daqui

Explicador(a) de FQ - Telheiras e/ou Campo Pequeno

A Tabuada de Letras recruta professor(a)de FQ (Básico e Secundário) 

Procuramos: 
Licenciatura na área pretendida 
Domínio e experiência nos programas do Ensino Secundário 
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Residência em Lisboa 

Local: Telheiras e Campo Pequeno 


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, com indicação da referência TL/FQ