quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Conteúdo - Autismo - Estratégias para alunos com espectro do autismo


Comunicação 
-As instruções verbais dadas devem ser simples, específicas e directas;
-Não utilizar linguagem indirecta com sentidos ocultos. Uma criança com autismo pode responder “sim” à pergunta “tem horas?” ou “sabe que horas são?”, quando o que queria dizer era: “que horas são?”;
-Evitar o uso de perguntas do género: “podes…?”, “vamos…?” ou “queres…?”, uma vez que estas resultam invariavelmente, numa resposta do género "sim/não" honesta, mas muitas vezes desapropriada. Deve ser usada uma abordagem mais directa, como, por exemplo: “Maria por favor senta-te agora”, que permitem ao aluno uma melhor compreensão daquilo que se lhe pede;
-Quando, por exemplo, o aluno não percebe que a palavra “todos” também o inclui, deve-se utilizar uma frase muleta: por exemplo, “Luís, a palavra "todos" também te inclui”;
-Utilizar um nível de linguagem que a criança possa compreender;
-Atrair a atenção da criança antes de iniciar uma conversa (por exemplo, com um toque no ombro ou dizer o nome dela);
-Depois de conseguir a atenção inicial do aluno é útil elogiar verbalmente e/ou usar um simples gesto (por exemplo, mão fechada com o polegar apontado para cima) transmitindo um sinal de recompensa visual e confirmando a correcção das respostas do aluno;
-Utilizar imagens para ajudar à compreensão (exemplo: PECS);
-Dar tempo à criança para que ele reaja ao que dissemos;
-Ter paciência e esperar a resposta;
-Considerar outras formas de comunicação, tais como a dramatização, a escrita, os gestos ou utilizar mímica ou imagens se for necessário;
-Trabalhar com a criança no sentido de a incentivar à utilização de melhores formas de comunicação;
-Responder a qualquer iniciativa de comunicação;
-Utilizar situações naturais e reais para estimular a comunicação;
-Criar necessidades de comunicação não fornecendo todo o material necessário; é importante ter a certeza de que o aluno conhece o material utilizado na tarefa;
-Diversificar os contextos e parceiros de comunicação – sala de aula, recreio…;
-Mediar a quantidade de informação e a forma como é transmitida à criança, uma vez que muita informação e mal estruturada pode ser motivo de confusão e mesmo de desmotivação para a criança;
-Realizar qualquer actividade por escrito após uma discussão e instrução oral, bem como depois de situações práticas;
-Utilizar para a orientação física os estímulos em três passos: 1) a instrução verbal; 2) a repetição da instrução verbal acompanhada de um gesto que indique para onde ele se deve dirigir; 3) a repetição da instrução verbal acompanhada de uma orientação física para indicar ao aluno até onde se dirigir;
-Nos alunos que não lêem nem interpretam linguagem corporal e expressões faciais, as instruções verbais devem ser dadas de forma calma mesmo nas situações mais urgentes, exigentes ou frustrantes, e não confiar na capacidade do estudante para compreender outras formas de comunicação;
-Reservar algum tempo do horário semanal dos estudantes para reflectir sobre o significado das palavras ainda que apenas durante dez ou quinze minutos diários ou semanais;

 Emoções/sentimentos 
-Tentar expressar claramente os seus sentimentos (ex. se estou feliz devo mostrar-me feliz e dizer que estou feliz);
-Ajudar a criança a compreender e a explicar os seus sentimentos. Por exemplo, dar o brinquedo preferido à criança e dizer: “isto faz-te feliz”;
-Nomear as emoções na hora em que elas acontecem, em situação natural;
-Se a criança estiver ansiosa ou aborrecida, procurar um lugar sossegado onde ela se possa acalmar;
-Aceitar que a criança pode precisar de algum tempo a sós;
-Estimular a empatia (simpatia pelo sentimento dos outros);
-Iniciar com emoções simples como alegria, tristeza, medo e depois passar para as emoções complexas e mais internalizadas como vergonha e orgulho;
-Ensinar qual a resposta emocional apropriada para cada situação;

 Interacção Social
-Incentivar a criança a interagir com os outros;
-Com o tempo, ajudar a criança a desenvolver habilidades com o objectivo da relação com o outro e interacção social, por exemplo, treinando certas situações em casa ou na escola;
-Deve-se partir sempre de objectos e situações que a criança já mostra interesse para iniciar a interacção social;
-Explicar as regras de uma situação social, devendo referi-las, se for necessário;
-Canalizar o comportamento para formas socialmente aceites. Por exemplo, se a criança gosta de bater palmas com força, incentivá-la a tocar um instrumento como a bateria;
-Ensinar o aluno acerca de como um bom amigo é, e de como se comporta, não apenas durante os períodos de brincadeira, mas também durante as aulas. Explicar-lhe que ser inteligente significa ter mais do que um amigo e que devem aceitar o facto de não poderem ser amigos de toda a gente;

Mudanças
-Preparar a criança para mudanças falando-lhe no assunto antecipadamente;
-Utilizar meios visuais, tais como cronogramas, para introduzir as mudanças;
-Fazer mudanças graduais;

Interesses 
-Incentivar a criança a ampliar as suas áreas de interesse. Por exemplo, se a criança colecciona embalagens de chocolates, procurar interessá-la em localizar os países onde os chocolates são produzidos. Isto poderá levá-la a aprender mais acerca das pessoas e dos costumes de diferentes países;
-Ajudar a transformar interesses em hobbies, se possível. Por exemplo, se a criança gosta de rasgar papel, tentar ensiná-lo a dobrar papel ou a fazer um origami;
-Oferecer oportunidades para desenvolver interesses novos ou diferentes. Por exemplo, se um adolescente gosta de brincar na água, incentivá-lo a aprender a nadar;
-Apresentar objectos do interesse da criança;

 Literacia
-Colocar em exposição as suas tentativas de escrita criativa aceitáveis para encorajá-los a continuar a realizar um bom trabalho, e também para proporcionar-lhes uma recordação visual das suas tentativas bem conseguidas no passado;
-Apoiar o aluno na execução de tarefas de escrita criativa;
-Não se deve esperar, inicialmente, que eles sejam capazes de produzir uma grande quantidade de trabalho criativo de elevada qualidade. De qualquer forma, deve-se tentar que criem um título imaginativo de uma história e uma ou duas primeiras orações.
-Dizer, de forma alternada, orações aos profissionais para que estes as escrevam pelos alunos;
-Utilizar reportagens de jornais ou revistas que tratem de matérias que são do interesse do aluno como um bom ponto de partida criativo;
-Os alunos podem beneficiar de um encorajamento para refinarem a formação de letras ou palavras individuais. Isto pode ser conseguido, com mais facilidade, usando um dedo para traçar linhas numa superfície de areia, tanto na caixa de areia da sala de aula, no caso dos alunos mais novos, como num tabuleiro de formato A4, no caso dos mais velhos. Em alternativa, podem ser usados quadros negros de giz ou brancos portáteis, ou, se estes não existirem, uma folha de papel A4 plastificada.

 Matemática
-Apresentar, para aquelas crianças que são capazes de absorver a linguagem e expressar-se, a matemática em palavras;
-Usar um programa de matemática em que a criança aprende a brincar após a aula e em casa. No qual classifica blocos segundo forma e tamanho, ordena-os do menor para o maior, faz uso desses conhecimentos para construir uma torre que balança o que leva a criança a brincadeiras “faz-de-conta” se tiverem algum vocabulário. Pode-se também mostrar-lhe da mesma forma, como trabalhar com areia, construir castelos, peneirando-a, passando-a de um balde maior para um menor, etc.;
-Itens tangíveis ou comestíveis são uma boa forma de ensinar a um estudante o conceito de “menos” e de “mais” e de divisão, especialmente quando a lição progride de maneira a incluir partilha física e a distribuição de porções a outros companheiros da turma;
-Adaptar a fraseologia habitual da matemática; por exemplo, em vez de “quatro vezes quatro”, pode dizer-se “quatro caixas de chocolates Mars, contendo cada uma quatro barras de chocolate Mars”;
-Usar as cores ou os interesses preferidos dos estudantes, sempre que possível;
-Introduzir na sala de aula operações e conceitos relacionados com o sistema monetário;

 Trabalhos de casa
-Passar alguns minutos com os alunos no final de cada lição em que tenham sido atribuídos trabalhos para fazer em casa, para clarificarem aquilo que deles é esperado e os conteúdos do trabalho;
-Dizer por escrito os requisitos dos trabalhos para casa nos cadernos diários dos alunos;
-Ajudar com o planeamento e o estabelecimento de prioridades e escrever lembretes mais adiante nos cadernos diários, para indicarem a data em que os trabalhos para casa devem ser entregues;
-Dividir as tarefas ou os projectos dos trabalhos de casa que são para fazer a mais longo prazo em objectivos semanais específicos;

 Educação Física
-Proporcionar actividades de educação física que possibilitem o desenvolvimento da coordenação, manipulação, equilíbrio, auto-confiança, iniciativa e imaginação;
-Dar instruções independentemente do quão difícil for para as crianças segui-las visto que, isto não acontecendo o professor terá crianças praticando actividades livres, sem o menor sentido e objectividade, no qual não está a ser transmitido nada de significativo;
-Quaisquer exercícios de EF ou actividades desportivas novas ou difíceis devem ser divididos em estádios mais pequenos e mais facilmente executáveis;
-Utilizar exercícios que envolvam o corpo inteiro, como locomover-se de A para B, passar por cima, por baixo e por dentro de obstáculos, são mais adequados. Uma vez que não têm iniciativa própria a acção deve ser estimulada – ex: solicitar que empurrem e puxem objectos pesados funciona bem;
-Permitir que os alunos que estejam a ter dificuldades em certas actividades (por exemplo, corrida de corta-mato de longa distância) completem apenas uma parte da tarefa;

 Métodos de trabalho
-Utilizar actividades diversificadas como fazer colecções de diversos tipos, experimentar formas, densidades, manipulação de propriedades de substâncias, fricção com lápis de cera, impressão com tintas, impressão com os pés e mãos, registo das mudanças de tempo e das estações do ano através de diagramas, quantidade de alimentos dada aos animais, etc.;
-Ajudar a desenvolver o pensamento criativo. Por exemplo, agarrar num papel no qual tenha estado a escrever e perguntar: “o que mais podes fazer com este papel?” Possíveis respostas poderão ser: dobrá-lo, cortá-lo em formas ou embrulhar alguma coisa com ele;
-Encorajar o estudante a escrever à mão, primeiro, se quiserem ser recompensados com a permissão de escreverem palavras e orações, alternadamente, à mão e no computador. À medida que eles forem participando, de maior agrado, no trabalho escrito à mão, os profissionais podem discretamente aumentar as exigências de escrita manual que fazem aos alunos;
-Colocar um aviso ou comentário nas passagens/tentativas aceitáveis já que inicialmente os estudantes podem mostrar-se particularmente sensíveis a correcções demasiado visíveis, pode ser mais apropriado. Gradualmente, à medida que os alunos se mostrem mais cooperativos, esta intervenção do professor pode alargar-se para incluir uma ou duas correcções por página;
-Cobrir-se todas as questões, excepto aquela em que terá de trabalhar, com uma folha de papel branca;
-Colocar à disposição do estudante uma folha com uma listagem de palavras apropriadas para o seu nível de aprendizagem;
-Diminuir o tempo que a criança fica sozinha e sem actividade;
-Criar uma área de trabalho privada/independente;
-Utilizar tabuleiros de entrada e saída no seu trabalho, numa tentativa de evitar que sejam avassalados por um excesso de informação visual simultânea;
-Estruturar o dia da pessoa autista, por exemplo usando objectos reais, fotografias, desenhos ou horários das actividades diárias por escrito;
-Utilizar estímulos visuais nas actividades pedagógicas e no dia-a-dia (organizar o horário mostrar onde ela vai e o que vai acontecer);
-Estruturar o ambiente de forma a que criança preveja o que se espera dela em cada situação;
-Dar-lhe tempo para desempenhar as suas actividades preferidas num ambiente seguro;
-Dar alternativas sempre que possível. Por exemplo, se a pessoa não gosta de barulhos intensos, dar-lhe uns auscultadores ou fones para usar quando estiver na rua;
-Expor lentamente a pessoa a algumas das situações nas quais ela tem dificuldades;
-Ensinar algo novo sem deixar que a criança erre, mesmo que para isso seja necessário segurar a sua mão e/ou dizer-lhe a resposta. Lembre-se de que ele não dispõe ainda do conhecimento e, frequentemente, é preciso que lhe transmita que é capaz de realizar algo novo, para que de facto o consiga. Por outro lado, se logo de inicio ele vivencia um fracasso isto poderá confundi-lo e possivelmente impossibilita-lo de aprender o que se deseja;
-Subdividir as tarefas em etapas, simplificando mais do que normalmente seria preciso;
-Manter por perto um objecto que ajudará a criança autista a acalmar-se, como um brinquedo preferido se soubermos que existe;
-Retirar do ambiente objectos que desencadeiem comportamentos compulsivos;
-Iniciar todas as situações que lhe sejam propostas por tarefas em que alcancem sucesso de forma a que se desenvolva a confiança essencial para que progridam;
-Não fazer uma avaliação antes de certificar-se de que o aluno será bem sucedido, ou faça-a quando souber que ele é capaz de aceitar um fracasso;

 Regras
-Lembrar o aluno que deve permanecer no seu lugar e que deve levantar a mão de cada vez que terminar uma ficha de trabalho;
-Não o ameace com castigos. Seja consistente de modo que ele saiba o que ocorrerá caso “saia da linha”;
-Retirar a criança da actividade e do ambiente (“time-out”) onde está inserida por alguns minutos caso o seu comportamento não seja adequado (ex: gritos);
-Não dar à criança aquilo que ela espera obter através do comportamento inadequado, de forma contingente.

 Outras estratégias
-Descobrir quem é o seu aluno? Em que estágio ele se encontra? O que ele é capaz de realizar?
-Quais são as suas dificuldades específicas? De que é que ele gosta? Do que não gosta? É preciso que descubra os pontos fracos do seu aluno e reforce os seus sucessos sistematicamente;
-Aprender a distinguir o significado de diferentes comportamentos conduz a uma melhor compreensão da criança e das suas necessidades individuais;
-Informar os pais sobre quaisquer estratégias implementadas na escola, por insignificantes que possam parecer. Já que, normalmente, as pessoas com PEA não transferem as competências apreendidas para novos ambientes.
-Procurar ajuda de outros profissionais especializados, competentes e sérios caso sinta dificuldades acrescidas;
-Ser racional, evitar a impulsividade;

Vídeo - Minerais e rochas

Protocolo - "Será fácil produzir um pequeno vulcão em casa?"


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Protocolo - "O solo tem muitos microrganismos"


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Vídeo - Rochas

Powerpoint - As Propriedades das Rochas


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Powerpoint - Rochas, Minerais e as Atividades Humanas


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Powerpoint - A Classificação das Rochas


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Powerpoint - A Formação dos Solos


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Vídeo - Biodiversidade animal em Portugal

Notícia - História desconhecida de Portugal: quando o país teve 3 Reis em apenas 1 dia

História desconhecida de Portugal: quando o país teve 3 Reis em apenas 1 dia



Pode parecer estranho, mas é verdade. Ou melhor: uma semi-verdade que apenas não é uma verdade total por causa da burocracia: no dia 1 de Fevereiro de 1908, Portugal teve 3 Reis em apenas 1 dia. E como isto aconteceu? Nesse dia ocorreu o Regicídio do Rei D. Carlos I. Para perceber como deste pormenor resultaram 3 Reis em apenas 1 dia, vale a pena ler a relato do que se passou durante o assassinato do Rei.


O Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio (na época mais conhecida por Terreiro do Paço) em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança, marcando o fim da última tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional e, consequentemente, uma nova escalada de violência na vida pública do país. Após o regicídio subiu ao trono D. Manuel II, filho mais novo de D. Carlos, com apenas 18 anos de idade.


O atentado foi uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava o cenário político português. Dois factores foram primordiais: em primeiro lugar o caminho desde cedo traçado pelo Partido Republicano Português como solução para a erosão do sistema partidário vigente e, em segundo lugar, a tentativa por parte do rei D. Carlos, como árbitro do sistema político, de solucionar os problemas desse mesmo sistema, apoiando o Partido Regenerador Liberal de João Franco que, viria a instaurar uma ditadura. Desde a sua fundação que o objectivo primário do Partido Republicano Português era o da substituição do regime. Esta atitude teve a sua quota de responsabilidade no despoletar deste acontecimento mas, os ânimos foram definitivamente acirrados pelo estabelecimento de uma ditadura por parte de João Franco, com o total apoio do rei e respectiva suspensão da Carta Constitucional, em 1907.

O Rei, a Rainha e o Príncipe Real encontravam-se então em Vila Viçosa, no Alentejo, onde costumavam passar uma temporada de caça no inverno. O infante D. Manuel havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos como aspirante na marinha. Os acontecimentos acima descritos levaram D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio, na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro. Com cuidado para que a sua já preocupada mãe não se aperceba, o Príncipe real arma-se com o seu revólver de oficial do exército. Durante o caminho o comboio sofre um ligeiro descarrilamento junto ao nó ferroviário de Casa Branca. Isto provocou um atraso de quase uma hora. A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde tomou o vapor “D. Luís”, com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde, onde eram esperados por vários membros do governo, incluindo João Franco, além dos infantes D. Manuel e D. Afonso, o irmão do rei.


Apesar do clima de grande tensão, o monarca optou por seguir em carruagem aberta, envergando o uniforme de Generalíssimo, para demonstrar normalidade. A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei.


Há pouca gente no Terreiro do Paço. Quando a carruagem circulava junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria. O tiro atravessou o pescoço do Rei, matando-o imediatamente. Começa a fuzilaria: outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas.


Os populares desatam a correr em pânico. O condutor, Bento Caparica, é atingido numa mão. Com uma precisão e um sangue frio mortais, o primeiro atirador, mais tarde identificado como Manuel Buíça, professor primário expulso do Exército, volta a disparar. O seu segundo tiro vara o ombro do rei, cujo corpo descai para a direita, ficando de costas para o lado esquerdo da carruagem. Aproveitando isto, surge a correr de debaixo das arcadas um segundo regicida, Alfredo Costa, empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que pondo o pé sobre o estribo da carruagem, se ergue à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado.

A rainha, já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha: um ramo de flores, gritando “Infames! Infames!” O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o Príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distracção fornecida pela actuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar: uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado.


A fuzilaria continua. Dª Amélia permanece de pé, gritando por ajuda. Buíça volta a fazer pontaria (sobre o infante? sobre a rainha?) mas é impedido de disparar sobre a carruagem pela intervenção de Henrique da Silva Valente, simples soldado de Infantaria 12, que passava no local, e que se lança sobre ele de mãos nuas. Na breve luta que se segue o soldado é atingido numa perna, mas a sua intervenção é providencial. Tendo voltado o seu cavalo, o oficial Francisco Figueira carrega primeiro sobre o Costa, que ferido pelo príncipe é atingido por um golpe de sabre e preso pela polícia, e de seguida dirige-se a Buíça. Este ainda o consegue atingir numa perna com a sua última bala e tenta fugir, mas Figueira alcança-o e imobiliza-o com uma estocada.




Ora… analisando a história, constata-se o seguinte: o primeiro Rei seria D. Carlos I. Como este foi assassinado, o 2º Rei passa a ser o seu filho mais velho, D. Luís Filipe, que foi assassinado minutos após o seu pai. Por fim, a coroa passa para o 3º Rei, filho mais novo de D. Carlos I, D. Manuel II. Apesar de ser este o relato fiel da história do Regicídio, não podemos, pelo menos oficialmente, contabilizar 2 Reis em apenas 1 dia. Isto porque, para que ocorra a aclamação de um Rei, é necessário toda uma formalidade e o cumprimento de requisitos legais que envolviam, por exemplo, o parlamento. No entanto, não deixa de ser um pormenor curioso da História de Portugal.

Informação retirada daqui

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Biografia - Walter Hermann Nerst

(1864 - 1941) Físico-químico germânico nascido em Briesen, Prússia, que postulou a terceira lei da termodinâmica (1901) segundo a qual, a temperaturas próximas do zero absoluto, toda matéria tende a mover-se aleatoriamente e toda energia tende à dissipação, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Química (1920). Estudou nas universidades de Zurique, Berlim, Graz (Áustria) e Würzburg e passou a trabalhar em Leipzig como assistente de Wilhelm Ostwald (1887) que, juntamente com Jacob van't Hoff e Svante Arrhenius, lutava pela afirmação da físico-química como ciência independente. Nomeado professor do departamento de física da Universidade Göttingen (1890) fundou um centro para experiências sobre eletrólitos e publicou Theoretische Chemie (1893), um livro texto clássico de físico-química. Também interessado por ciência aplicada, aperfeiçoou a lâmpada elétrica de incandescência, a lâmpada incandescente de Nernst (1897) e inventou um piano de amplificação eletrônica.

Assumiu (1905) a cadeira de físico-química da Universidade de Berlim, onde descobriu um método elétrico em calorimetria (1906) para medir calores específicos a temperaturas muito baixas, a partir do qual elaborou o terceiro princípio da termodinâmica. Com seus estudos de fotoquímica desenvolveu a teoria da reação da corrente de átomos, que esclarecia fenômenos até então incompreensíveis (1918). Também foi diretor do Instituto de Física Experimental da Universidade de Berlim (1924-1933). Depois de muitos trabalhos de sucesso sobre o funcionamento das pilhas, termodinâmica do equilíbrio químico, propriedades do vapor a altas temperaturas e dos sólidos a baixas temperaturas, e sobre mecanismos da fotoquímica, de grande importância para aplicações na indústria e na ciência, morreu em Ober-Zibelle, perto de Muskan, Alemanha, quando se dedicava a estudos sobre astrofísica.

Notícia - Alexandre Quintanilha deixa direcção do Instituto de Biologia Molecular e Celular


A partir de hoje um dos nomes mais conhecidos na área da investigação em Portugal, Alexandre Quintanilha, deixará de dirigir um dos mais prestigiados institutos nacionais, o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), que conduziu desde a fundação há nove anos. A direcção passará a ser assumida pelo número dois do instituto Cláudio Sunkel, que já ocupava o cargo de vice-director.

“É a minha altura de sair e isto continuar”, contou ao PÚBLICO Alexandre Quintanilha, após a reunião onde passou o testemunho a Cláudio Sunkel, investigador principal do grupo de genética molecular do IBMC e professor da Universidade do Porto a que o instituto pertence.

“Acabei de mandar agora uma mensagem de correio electrónico aos outros laboratórios associados e sinto como que uma sensação de satisfação e orgulho, alguma nostalgia também, mas são tudo sensações muito positivas”, conta o biólogo, referindo-se ao grupo de laboratórios associados, a que pertence desde 2000. O IBMC foi um dos primeiros quatro laboratórios a integrar este conceito, atribuido a unidades de excelência no segundo Governo de António Guterres, pelo ministro da ciência Mariano Gago.

Alexandre Quintanilha, filho de um dos mais importantes nomes da biologia portuguesa, Aurélio Quintanilha, nasceu em Moçambique a 9 de Agosto de 1945, o mesmo dia em que era lançada a bomba atómica sobre Nagasaki. Físico de formação inicial, acabou por ingressar na biologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley de nde partiu para Portugal. Chegou em 1990.

O esboço do IBMC começou então a ser burilado, era Cavaco Silva primeiro-ministro. Em 1992 surgiriam as primeiras linhas sobre o que viria a ser o IBMC em 1999, fruto da agregação de seis faculdades da Universidade do Porto e de dois hospitais da cidade, juntamente com o Instituto Ricardo Jorge.

“É no fundo uma história com 16 anos. Chegou à adolescência, é preciso torcer o braço para que as gerações mais novas lhe peguem. Temos hoje quase 200 doutorados e mais de 400 pessoas. Crescemos a pouco e pouco muito com os pés na terra.”

Cláudio Sunkel diz que os principais desafios que esperam o IBMC no futuro são três: “O primeiro e mais importante é continuar o desenvolvimento científico e a excelência, O segundo tem a ver com a alteração do estatuto da Universidade do Porto, que vai passar a fundação e temos de encontrar o nosso espaço nesta nova relação. O terceiro é passar da investigação à aplicação e dar prioridade à transferência de tecnologia, atrair e formar empresas. Mais de uma forma de ultrapassar a crise é uma forma de desenvolvimento”.

O novo responsável do IBMC, que hoje mesmo já tomou posse, lança uma mensagem sobre o contexto actual: “O que é mais importante lembrar nestes tempos de crise é que a ciência faz parte de um contexto económico. É fundamental rentabilizar os financiamentos que existem”. E refere que “2008 foi um ano de muita regularidade” no financiamento da ciência, em que saldaram dívidas antigas. “Mas é preciso muita ginástica financeira”.

Para Alexandre Quintanilha, que permanecerá, por algum tempo, como vice-presidente, o futuro é ainda indefinido: “Não quero ficar como uma eminência parda, isso é nocivo, tóxico, terrível para quem fica. Quero ajudar mas há uma nova direcção. Vou ler mais dedicar-me às aulas, estudar filosofia, arquitectura e dedicar-me a outros projectos”, diz o único português no comité de investigação da Sociedade National Geographic, responsável do Conselho de Laboratórios Associados, membro do Conselho Nacional para a Procriação Medicamente Assistida...entre outras funções.

“Costumo dizer que de 20 em 20 anos preciso de novos desafios”, diz, aludindo ao facto de ter vindo para Portugal há 20 anos. “Não sei se sairei do Porto, tudo é possível, não estou fechado. Posso ser seduzido para muitas outras coisas”.

Biografia - Marquês de la Rosière

n: em 10 de Outubro de 1735, em Pont d'Arche (França), 
m: em 7 de Abril de 1808, em Lisboa.

Alistou-se no exército francês em ... após ter concluído os seis anos de estudos na célebre escola real de engenharia de Mézières. Tendo estado nas Caraíbas e depois na Île de France (actual ilha Maurícia), trabalhou durante algum tempo para a Companhia francesa das Índias. No início da Guerra dos Sete Anos foi colocado no estado-maior do exército do marechal de Broglie. Com o fim da guerra, parece ter integrado o gabinete secreto de Luís XV, dirigido pelo conde de Broglie, irmão do marechal. Visitou a Inglaterra em 1763, segundo parece para preparar um estudo para um futuro desembarque francês na ilha. Mais tarde, em 1765, é-lhe dada a missão de inspeccionar toda a costa atlântica de França, de Dunquerque, no Canal da Mancha, até São João de Luz, no Golfo da Biscaia, e avaliar as forças marítimas do país. O seu relatório é bastante pessimista, já que, como escreve, se a velocidade de construção de navios é bastante boa, já o moral dos engenheiros, dos artífices e dos marinheiros é bastante mau, devido ao atraso de vários meses no pagamento de salários, sendo que a falta de dinheiro faz com que os armazéns estejam vazios. Em 1768 é-lhe dada nova missão de inspecção. A de apreciar a capacidade defensiva das costas e dos portos franceses face a um ataque britânico, e sugerir as obras necessárias. Rosière defenderá que o porto de Brest estava insuficientemente protegido, podendo ser atacado pela retaguarda das defesas. As suas opiniões incompatibilizam-no com o engenheiro Dajot, director das obras do porto. Só em 1776, com a nomeação de um novo governador militar da Bretanha, o marquês de Langeron, é que as sugestões de La Rozière começarão a ser postas em prática. Em 1780 recebeu o título de marquês, e em 1781 foi promovido ao posto de marechal de campo. Depois de ter dirigido na Bretanha alguns dos trabalhos de fortificação que tinha sugerido, realizados pela brigada que comandava, formada pelos regimentos de infantaria de Condé e Penthièvre.

Emigrou em 1791, o ano da «emigração militar», com o seu filho mais velho, tendo ido para Conblenz ao encontro dos príncipes, irmãos de Luís XVI. Foi encarregado dos arquivos militares, sob a direcção superior do marechal de Broglie, e fez a campanha de 1792 como quartel-mestre general. Chamado a Inglaterra em 1794, acompanhará no Verão de 1795 o conde de Artois, o futuro Carlos X, na viagem à ilhas de Yeu e Noirmoutiers, em apoio à expedição de Quiberon.

Em 1797, devido à preparação para uma possível guerra com a Espanha, aliada da França, é escolhido para chefe do estado-maior e comandante da Engenharia, com o título de Quartel-mestre General, sendo acompanhado por vários oficiais de engenharia emigrados, entre os quais o seu filho. Em 1801, devido à comprovação das suas aptidões militares por meio dos seus vários estudos sobre a defesa de Portugal, e aos seus conselhos - em 1798 defenderá que a expedição francesa organizada em Toulon se iria dirigir para o Egipto, o de facto aconteceu, como se sabe -, será nomeado comandante do Exército do Norte. Quando o conde de Goltz lhe retira todas as tropas de linha para as concentrar ao redor de Coimbra, considerando tal decisão um erro gravíssimo escreve a D. Rodrigo de Sousa Coutinho, o único secretário de estado em funções em Lisboa, pedindo a demissão. Goltz recua na decisão e reforça-o com vários regimentos.

Em 1802, será encarregado da Inspecção das Fronteiras Terrestres e Marítimas, continuando um trabalho que já lhe era habitual, fazendo um levantamento completo da situação defensiva de Portugal, redigindo muitos dos relatórios das inspecções.

Manteve-se em Portugal até à sua morte em 1808.

Escreveu várias obras sobre táctica e história militar e deixou muitas outras manuscritas, de que a maior parte, se não a totalidade, foram levadas para França:

M. Carlet de La Rozière, Des Stratagèmes de guerre dont se sont servis les plus grands capitaines du monde depuis plusieurs siècles jusqu'à la paix dernière..., Paris, C.-J.-B. Bauche, 1756
M. Carlet de La Rozière, Campagne de M. le maréchal de Créquy en Lorraine et en Alsace, en 1677, rédigée par M. Carlet de La Rozière ..., Paris1764;
M. Carlet de La Rozière, Campagne de Louis, prince de Condé, en Flandres, en 1674, ... , Paris, Merlin, 1765;
M. Carlet de La Rozière, Campagne du maréchal de Villars et de Maximilien-Emmanuel, électeur de Bavière, en Allemagne, en 1703, Paris, Merlin, 1766
 
Informação retirada daqui

Vídeo - Isto é Matemática T05E04 O Espirógrafo

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Biografia - Ana Paula Reis

Ana Paula Reis é filha da cantora Teresinha Reis e de Zuzarte Reis (o responsável pela rubrica "Repórter da História" da Rádio Renascença).

Durante vários anos foi locutora da RTP.

Em 1984 gravou o Máxi-single "Utopia". O disco, em vínilo branco, incluía duas versões - a versão pequena e a versão grande - do tema "Utopia". O tema tinha letra de Ana Paula Reis que também produziu o disco em conjunto com Paulo Neves. A base instrumental foi gravada na Holanda e a música é da autoria de A. Larson e F. Martens.

Em 1985 foi editado o álbum "De Mim Para Ti" com produção de Zé da Ponte e Guilherme Inês. O disco incluía os temas "Espelho Meu", "Os Pontos Nos Is", "Amolador", "De Mim" e "Atina". 

Foi lançado um Máxi-single com os temas "Espelho Meu" e "De Mim...".

Em 2006 foi convidada no programa "Canta Por Mim" da TVI onde foi um dos nomes que chegou à final.

DISCOGRAFIA
Utopia (Máxi, Rádio Triunfo, 1984)
De Mim Para Ti (LP, Rádio Triunfo, 1985)

NO RASTO DE...
Ana Paula Reis casou-se com Domingos Piedade e foi viver para a Alemanha. Neste momento regressou a Portugal onde exerce psicologia.

Biografia retirada de Anos80

Conteúdo - Gottfried Wilhelm Leibniz - Cientista e engenheiro


Os escritos de Leibniz estão a ser discutidos até os dias de hoje, não apenas por suas antecipações e possíveis descobertas ainda não reconhecidas, mas como formas de avanço do conhecimento atual. Grande parte de seus escritos sobre a física está incluído nos Escritos Matemáticos de Gerhardt.

Leibniz teve grandes contribuições para a estática e a dinâmica emergentes sobre ele, muitas vezes em desacordo com Descartes e Newton. Ele desenvolveu uma nova teoria do movimento (dinâmicas) com base na energia cinética e energia potencial, que postulava o espaço como relativo, enquanto Newton sentira fortemente o espaço como algo absoluto. Um exemplo importante do pensamento maduro de Leibniz na questão da física é seu Specimen Dynamicum, de 1695.

Até a descoberta das partículas subatômicas e da mecânica quântica que os regem, muitas das ideias especulativas de Leibniz sobre aspectos da natureza não redutível a estática e dinâmica faziam pouco sentido. Por exemplo, ele antecipou Albert Einstein, argumentando, contra Newton, que o espaço, tempo e movimento são relativos, não absolutos. As regras de Leibniz são importantes, se muitas vezes esquecidas, provas em diversos campos da física. O princípio da razão suficiente tem sido invocado na cosmologia recente, e sua identidade dos indiscerníveis na mecânica quântica, um campo de algum crédito, mesmo com ele tendo antecipado em algum sentido. Aqueles que defendem a filosofia digital, uma direcção recente em cosmologia, alegam Leibniz como precursor.

Imagem - Dieta Mediterrânica - Pirâmide dos Alimentos Mediterrânica


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